Antibióticos

Antibióticos

Fazem parte de um grupo seleto de "drogas curativas"

Umas das drogas mais prescritas

Possuem toxicidade seletiva

Seleção dos antibióticos

Justificativa

Esperança de que a intervenção precoce irá melhorar a evolução do paciente

Indicação

Quando existe um risco significativo de morbidade grave, se o tratamento não for instituído até a identificação do patógeno específico

Farmacocinética antibacteriana

Acesso do antibiótico no local da infecção

Liposssolubilidade

Concentração do fármaco livre no plasma

Conhecimento do mecanismo de metabolização e eliminação dos fármacos

Pacientes com função hepática comprometida

Pacientes com função renal comprometida

Via de administração

Oral

Intravenosa

Resistência

Se o crescimento da bactéria não é impedido pela máxima concentração do antibiótico que pode se tolerada pelo hospedeiro

Betalactâmicos

Inibem a biossíntese da parede celular bacteriana, possui
maior número de antibiótico e é o mais utilizados nas infecções

Mecanismo de ação

O mecanismo de ação dos antimicrobianos ß-lactâmicos resulta em parte da sua habilidade de interferir com a síntese do peptideoglicano (responsável pela integridade da parede bacteriana)

Mecanismo de resistência

Produção de ß–lactamases: é o meio mais eficiente e comum das bactérias se tornarem resistentes aos antimicrobianos ß–lactâmicos

Modificações estruturais das proteínas ligadoras de penicilina (PLP) codificadas pelo gene mecA

Diminuição da permeabilidade bacteriana ao antimicrobiano através de mutações e modificações nas porinas, proteínas que permitem a entrada de nutrientes e outros elementos para o interior da célula

Fazem parte do grupo

Penicilinas

Indicada para pneumonias, otites e sinusites, faringites e epiglotites, infecções cutâneas

Efeitos colaterais: Reações de hipersensibilidade, manifestações cutâneas, toxicidade renal

Monobactans

Cefalosporinas

Carbapenens

Clindamicina

Propriedades farmacológicas

Pode ser administrada por via oral, EV ou tópica

A via intramuscular é dolorosa, devendo ser evitada

A maior parte da droga é metabolizada no fígado e é eliminada com seus metabólitos por via biliar, onde atinge alta concentração

Meia-vida aumenta na presença de doença hepática e a dose deve ser ajustada dependendo da gravidade

Mecanismo de ação

Inibem a síntese da parede bacteriana, resultando em exposição da membrana osmoticamente menos instável

São bactericidas

Eficazes somente contra microorganismos em crescimento rápido que sintetizam a parede celular de peptideoglicanos

Indicações clínicas

Infecções intra-abdominais, infecções pélvicas (incluindo abortamento séptico) e infecções pulmonares (abscesso pulmonar, pneumonia aspirativa, empiema)

Infecções odontogênicas, sinusites, otite crônica, osteomielites

Efeitos colaterais

Colite pseudomembranosa, diarreia, dor abdominal, alterações em testes de função hepática, erupções de pele, inflamação da veia, no caso da clindamicina injetável e vaginite

Quinolonas

Mecanismo de ação

Inibem a atividade da DNA girase ou topoisomerase II, enzima essencial à sobrevivência bacteriana. A DNA girase torna a molécula de DNA compacta e biologicamente ativa

Ao inibir essa enzima, a molécula de DNA passa a ocupar grande espaço no interior da bactéria e suas extremidades livres determinam síntese descontrolada de RNA mensageiro e de proteínas, determinando a morte das bactérias

Mecanismo de resistência

A resistência ocorre, principalmente, por alteração na enzima DNA girase, que passa a não sofrer ação do antimicrobiano

Pode ocorrer por mutação cromossômica nos genes que são responsáveis pelas enzimas alvo (DNA girase e topoisomerase IV) ou por alteração da permeabilidade à droga pela membrana celular bacteriana (porinas)

É possível a existência de um mecanismo que aumente a retirada da droga do interior da célula (bomba de efluxo)

Propriedades farmacológicas

São bem absorvidas pelo trato gastrintestinal superior. A biodisponibilidade é superior a 50% e o pico sérico é atingido em 1 a 3 horas após a administração

Os alimentos não reduzem substancialmente a absorção, mas retardam o pico da concentração sérica

O volume de distribuição geralmente é alto

Indicações clínicas

Trato genito-urinário

Ação contra micobactérias

Trato gastrintestinal

Osteomielites

Efeitos colaterais

Anorexia

Desconforto abdominal

Náuseas/vômito

Cefaléia

Insônia

Sulfonamidas

Mecanismo de ação

Têm efeito bacteriostático e inibem o metabolismo do ácido fólico, por mecanismo competitivo

As células humanas conseguem aproveitar o folato exógeno para o metabolismo, enquanto as bactérias dependem da produção endógena

O efeito das duas drogas é sinérgico

Mecanismos de resistência

A resistência a sulfas pode ocorrer por mutação, levando à produção aumentada de ácido para-aminobenzóico ou à síntese de diidropteróico sintetase que apresentam pouca afinidade pelo antimicrobiano

Plasmídeos podem codificar resistência proporcionada por enzimas com pouca afinidade ou determinar diminuição de permeabilidade da bactéria

A resistência ao trimetoprim pode ocorrer por alteração da permeabilidade celular

Propriedades farmacológicas

O cotrimoxazol é disponível nas apresentações oral e intravenosa e a sulfadiazina na forma oral ou tópica. Ambos são absorvidos no tubo digestivo

São metabolizadas pelo fígado e a excreção é renal

Distribuem-se amplamente nos tecidos, atingindo níveis terapêuticos nos líquidos cefalorraquidiano, sinovial, pleural e peritoneal, com concentração de cerca de 80% da plasmática. Atravessam a barreira placentária

Indicações clínicas - Cotrimoxaxol

Infecções do trato urinário

Tratamento de otite média, sinusite e exacerbação aguda de bronquite crônica

Indicações clínicas - Sulfadiazina

Toxoplasmose

A forma tópica da droga é a sulfadiazina prata, indicada comumente na prevenção de infecções em pacientes queimados

Efeitos colaterais

Sintomas digestivos

Erupção morbiliforme e prurido cutâneo

Anormalidades hematológicas (leucopenia, trombocitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica e supressão da medula óssea)

Conceito

Substâncias biossintetizadas por um ser vivo (fungo, bactérias, plantas) com a capacidade de inibir microorganismos e ou bloquear crescimento e replicação celulares em concentração relativamente pequenas

Ação dos antibióticos

Bacteriostático

Inibição da multiplicação das bactérias

Bactericida

Efeito letal e irreversível sobre as bactérias

Uso profilático

Tuberculose

Febre reumática

Feridas penetrantes e traumáticas

Meningite meningocócica

Macrolideos

Mecanismo de ação

Sua ação ocorre através da inibição da síntese protéica dependente de RNA, através da ligação em receptores localizados na porção 50S do ribossoma, particularmente na molécula 23S do RNA, impedindo as reações de transpeptidação e translocação

Mecanismo de resitência

A resistência pode surgir por: diminuição da permeabilidade da célula ao antimicrobiano, alteração no sítio receptor da porção 50S do ribossoma e inativação enzimática

Propriedades farmacológicas

A azitromicina e a claritromicina apresentam menos intolerância gástrica do que a eritromicina e têm uma meia-vida maior, permitindo que sejam utilizadas em dose única (azitromicina) ou duas vezes ao dia (claritromicina)

Eritromicina que necessita de quatro administrações diárias

Apresentam boa penetração tecidual e acumulam-se no interior de algumas células, principalmente macrófagos

A azitromicina é eliminada primariamente por via hepática, somente pequena quantidade é encontrada na urina

A claritromicina é metabolizada no fígado por oxidação e hidrólise

A eritromicina concentra-se no fígado e pode ser parcialmente inativada por desmetilação

Indicações clínicas

Pneumonia por S. pneumoniae

Profilaxia de febre reumática

Alternativa para o tratamento da sífilis

Efeitos colaterais

Cólicas abdominais

Náuseas/vômito

Eosinofilia

Metronidazol

Mecanismo de ação

Inibidor de DNA

Dentro das bactérias e dos protozoários ele é ativado através da redução do grupo nitro

Intermediários são ativados irão se ligar ao DNA da célula e inibir a síntese

Subtópico

Indicações clínicas

Encefalopatia hepática

Tricomoníase

Vaginose bacteriana

Amebíase

Não há contraindicações absolutas

Tetraciclinas

Primariamente bacteriostáticos, quando em concentrações terapêuticas. Apresentam amplo espectro de ação

Mecanismo de ação

As tetraciclinas entram na célula por difusão, em um processo dependente de gasto de energia. Ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossoma, bloqueando a ligação do RNA transportador, impedindo a síntese protéica

Mecanismos de resistência

O principal mecanismo de resistência microbiana é por diminuição da acumulação da droga no interior da célula. A resistência pode ser cromossômica ou, mais frequentemente, mediada por plasmídeos ou transposons

Propriedades farmacológicas

A absorção oral das tetraciclinas é prejudicada pela ingesta concomitante de alimentos, antiácidos, leite e ferro

É encontrada em pequena quantidade em muitos fluidos orgânicos como: pulmões, fígado, rins, cérebro, escarro. Atravessam a barreira transplacentária e são excretadas no leite materno

Todas as tetraciclinas são eliminadas pela urina e fezes, sendo a via renal a mais importante

Indicações clínicas

Podem ser utilizadas no tratamento de infecções causadas por clamídias, riquétsias, cólera, brucelose e actinomicose

Efeitos colaterais

Reações alérgicas como: urticárias, exantemas

Alterações na cor dos dentes em crianças, hipoplasia do esmalte dentário e crescimento ósseo anormal

Náuseas, vômitos e diarréia

Aminoglicosideos

Mecanismo de ação

Ligam-se à fração 30S dos ribossomos inibindo a síntese protéica ou produzindo proteínas defeituosas. Para atuar, o aminoglicosídeo deve primeiramente ligar-se à superfície da célula bacteriana e posteriormente deve ser transportado através da parede por um processo dependente de energia oxidativa

Mecanismos de resistência

Alteração dos sítios de ligação no ribossomo

Alteração na permeabilidade

Modificação enzimática da droga

Propriedades famacológicas

Pouco absorvíveis por via oral, sendo utilizados por esta via somente para a descontaminação da flora intestinal

Sua atividade bactericida está relacionada ao seu pico sérico, ou seja, quanto maior a concentração da droga mais rápida e maior o efeito bactericida

Distribuem-se bem no líquido extracelular, porém a concentração intracelular é pequena

Indicações clínicas

Septicemias, infecções do trato urinário, endocardites, infecções respiratórias, infecções intra-abdominais, meningites em recém-nascidos, infecções oculares, osteomielites e infecções de articulações

Efeitos colaterais

Nefrotoxicidade

Ototoxicidade

Paralisia neuromuscular