Intestino delgado

Doença Celíaca

O que é

Doença celíaca – também conhecida como espru celíaco e enteropatia sensível ao glúten – é uma doença mediada por mecanismos imunes, que é desencadeada pela ingestão de grãos contendo glúten (inclusive trigo, cevada e arroz). Até recentemente, a doença celíaca era considerada uma síndrome de má absorção rara, que se evidenciava nos primeiros anos da infância, mas hoje se sabe que é uma das doenças genéticas mais comuns, com prevalência média de 1 a 6% na população geral.

Genética

A doença celíaca é causada por uma resposta imune anormal dos linfócitos T à alfa-gliadina ingerida pelos indivíduos geneticamente predispostos. Quase todos os pacientes com essa doença compartilham o alelo HLA-DQ2 ou HLA-DQ8 do complexo de histocompatibilidade de classe II.140 Esses pacientes têm níveis mais altos de anticorpos contra vários antígenos, inclusive transglutaminase, endomísio e gliadina. A reação imune resultante causa uma reação inflamatória intensa, que resulta na destruição das vilosidades absortivas do intestino delgado.

Sintomas

A forma clássica da doença celíaca é diagnosticada na lactência e evidencia-se por déficit de crescimento, diarreia, perda de massa muscular, distensão abdominal e, ocasionalmente, desnutrição grave. Depois do período de lactência, as manifestações clínicas tendem a ser menos dramáticas. As crianças maiores podem ter anemia, baixa estatura constitucional, anormalidades do esmalte dentário e constipação intestinal. Nos adultos, os sintomas referidos ao sistema digestório são diarreia, constipação intestinal ou outras queixas de má absorção, inclusive distensão abdominal por gases, flatulência ou eructações.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico da doença celíaca baseia-se nas manifestações clínicas apoiadas por exames sorológicos e confirmadas por biopsia do intestino.
O tratamento primário da doença celíaca consiste em eliminar o glúten e as proteínas relacionadas da dieta. Glúten é a proteína principal do trigo, da cevada e do arroz. Os produtos à base de aveia, que não são tóxicos, podem ser contaminados com trigo durante o processamento. Existem à venda alguns tipos de pães, cereais, biscoitos e outros produtos sem glúten.
Carnes, vegetais, frutas e laticínios não contêm glúten, contanto que não tenham sido contaminados durante o processamento. A eliminação completa do glúten da dieta geralmente possibilita cicatrização rápida e completa da mucosa intestinal.

Anatomia

O intestino delgado é dividido em três regiões. A primeira é o duodeno, a região mais curta, que é retroperitoneal. Inicia-se no músculo esfíncter do piloro do estômago e tem a forma de um tubo em C. Estende-se por aproximadamente 25 cm até que se funde com o jejuno

O jejuno é a próxima parte e tem aproximadamente 1 m de comprimento e se estende até o íleo. Jejuno significa “vazio”, que é como ele é encontrado no momento da morte.
A última e mais longa região do intestino delgado, o íleo, mede aproximadamente 2 m e junta-se ao intestino grosso em um esfíncter de músculo liso chamado óstio ileal.

Fisiologia

As segmentações misturam o quimo com os sucos digestórios e colocam a comida em contato com a túnica mucosa para a absorção; o peristaltismo impulsiona o quimo ao longo do intestino delgado. Completa a digestão de carboidratos, proteínas e lipídios; inicia e completa a digestão de ácidos nucleicos. Absorve aproximadamente 90% da água e dos nutrientes que passam pelo sistema digestório

Histologia

A parede do intestino delgado é composta pelas mesmas quatro camadas que formam a maior parte do canal alimentar: túnica mucosa, tela submucosa, túnica muscular e túnica serosa. São encontrados três tipos de células enteroendócrinas nas glândulas do intestino delgado: células S, células CCK e células K, que secretam os hormônios secretina, colecistocinina (CCK) e polipeptídio inibidor gástrico (PIG), respectivamente.

Pâncreas

Anatomia

O pâncreas, uma glândula retroperitoneal que mede aproximadamente 12 a 15 cm de comprimento e 2,5 cm de espessura, encontra-se posteriormente à curvatura maior do estômago. O pâncreas consiste em uma cabeça, um corpo e uma cauda e geralmente está ligado ao duodeno por dois ductos.

A cabeça do pâncreas é a porção expandida do órgão, próxima da curva do duodeno; superiormente e à esquerda da cabeça estão o corpo do pâncreas central e a cauda do pâncreas afilada.

Subtópico

Fisiologia

Os sucos pancreáticos são secretados pelas células exócrinas em pequenos ductos que por fim se unem para formar dois ductos maiores, o ducto pancreático e o ducto acessório. Estes, por sua vez, levam as secreções até o intestino delgado. O ducto pancreático ou ducto de Wirsung é o maior dos dois ductos. Na maior parte das pessoas, o ducto pancreático se une ao ducto colédoco que vem do fígado e vesícula biliar e entra no duodeno como um ducto comum dilatado chamado ampola hepatopancreática ou ampola de Vater

A ampola se abre em uma elevação da túnica mucosa duodenal conhecida como papila maior do duodeno, que se situa aproximadamente 10 cm inferior ao óstio pilórico do estômago. A passagem do suco pancreático e biliar por meio da ampola hepatopancreática para o duodeno do intestino delgado é regulada por massa de músculo liso que circunda a ampola conhecida como músculo esfíncter da ampola hepatopancreática ou esfíncter de Oddi

Histologia

O pâncreas é composto por pequenos aglomerados de células epiteliais glandulares. Aproximadamente 99% dos aglomerados, chamado ácinos, constituem a porção exócrina do órgão. As células no interior dos ácinos secretam uma mistura de líquidos e enzimas digestórias chamada suco pancreático. O 1% restante dos aglomerados, as chamadas ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langerhans), formam a porção endócrina do pâncreas. Estas células secretam os hormônios glucagon, insulina, somatostatina e polipeptídio pancreático.