A FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA - EPT
Formação de professores para que educação profissional e tecnológica?
uma área de conhecimentos específicos
A formação de
docentes para a EPT
A formação e a capacitação devem, portanto, ir
além da aquisição de técnicas didáticas de transmissão
de conteúdos para os professores e de técnicas de gestão para os dirigentes
o objetivo macro é mais ambicioso e deve privilegiar a formação no
âmbito das políticas públicas do país, principalmente
as educacionais, numa perspectiva de superação do
modelo de desenvolvimento socioeconômico vigente,
de modo que se deve priorizar mais o ser humano do
que, simplesmente, as relações de mercado e o fortalecimento da economia.
O outro eixo refere-se à formação didático-político pedagógica e às especificidades das áreas de formação
profissional que compõem a esfera da EPT
Diante desse quadro, delineiam-se duas possibilidades concretas para essa formação de professores:
cursos de licenciatura voltados para a educação profissional e pós-graduação lato e stricto sensu.
Essa
pós-graduação lato sensu aqui proposta precisa ter características diferenciadas dos cursos de especialização
correntes no país a fim de que possam cumprir a função a que se destinam.
Outra possibilidade é a oferta de licenciaturas para
a EPT destinada aos concluintes de cursos técnicos de
nível médio.
Nessa mesma linha de raciocínio, uma proposta que
ganha força é a possibilidade de integrar essas licenciaturas aos cursos superiores de tecnologia (CST). Assim,
o profissional formado estaria habilitado, ao mesmo
tempo, como tecnólogo e como professor da EPT
Formação de professores para que sociedade?
O professor precisa ser formado na perspectiva de
que a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico devem
estar voltados para a produção de bens e serviços que
tenham a capacidade de melhorar as condições de
vida dos coletivos sociais e não apenas para produzir
bens de consumo para fortalecer o mercado e, em
conseqüência, concentrar a riqueza e aumentar o fosso
entre os incluídos e os excluídos
Falta de uma clareza maior sobre o modelo de desenvolvimento socioeconômico do
país.
O que se vê hoje é uma consolidação do modelo de sociedade neoliberal, apoiada na globalização dos mercados.
Isso não vem dando certo porque acaba distanciando os que já estão excluídos na sociedade.
Uma proposta seria uma sociedade que
tenha o ser humano e suas relações com a natureza,
por meio do trabalho, como centro e na qual a ciência
e a tecnologia estejam submetidas a uma racionalidade
ética ao invés de estarem, quase exclusivamente, a serviço do mercado e do fortalecimento dos indicadores
econômicos.
Nessa sociedade, o ser humano deve ser concebido
de forma integral, “o qual, no confronto com outros sujeitos, afirma a sua identidade social e política, e reconhece a identidade de seus semelhantes”
A opção por esse modelo alternativo de desenvolvimento socioeconômico não foi assumida, o que
também contribui para outro fator limitante na discussão
acerca do futuro da sociedade brasileira: a fragmentação
das discussões dos grandes temas da agenda nacional.
é necessário buscar uma nova proposta de desenvolvimento socioeconômico para o país
e que a EPT seja (re)pensada e (re)praticada de forma
coerente com esse modelo, pois, hoje em dia, a correlação de forças existentes no interior da própria gênese
do governo nacional não permite ver claramente a proposta em andamento.
Instituições de educação
profissional e tecnológica
socialmente produtivas
O mundo do trabalho demanda
por indivíduos autônomos que possam atuar em um
ambiente de geração do conhecimento e, também, de
transferência a outros contextos em constante transformação
contribuir com o aumento da capacidade
de (re)inserção social, laboral e política5
dos seus formandos; com a extensão de ofertas que contribuam à
formação integral dos coletivos que procuram a escola
pública de EPT para que esses sujeitos possam atuar, de
forma competente e ética, como agentes de mudanças
orientadas à satisfação das necessidades coletivas, notadamente as das classes trabalhadoras