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arabera Júlia Flor 2 years ago

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DSM - V

O transtorno alimentar restritivo/evitativo é caracterizado pela esquiva ou restrição da ingestão alimentar, resultando em uma ingestão nutricional insuficiente. Esse transtorno pode levar a consequências graves, como perda de peso significativa, deficiência nutricional e impacto no funcionamento psicossocial.

DSM - V

DSM - V

TRANSTORNOS ALIMENTARES

TRANSTORNO ALIMENTAR NÃO ESPECIFICADO
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS: Categoria que apresenta sintomas característicos de um transtorno alimentar que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo, mas que não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica de transtornos alimentares.
OUTRO TRASNTORNO ALIMENTAR ESPECIFICADO
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS: Esta categoria aplica-se a apresentações em que sintomas característicos de um transtorno alimentar que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica de transtornos alimentares.

DESIGNAÇÃO: Anorexia nervosa atípica; Bulimia nervosa (de baixa frequência e/ou duração limitada); Transtorno de purgação; Síndrome do comer noturno.

TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS: Episódios recorrentes de compulsão alimentar que devem ocorrer, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses. Um “episódio de compulsão alimentar” é definido como a ingestão, em um período determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um mesmo período sob circunstâncias semelhantes. (...) Uma ocorrência de consumo excessivo de alimento deve ser acompanhada por uma sensação de falta de controle para ser considerada um episódio de compulsão alimentar. Um indicador da perda de controle é a incapacidade de evitar comer ou de parar de comer depois de começar.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Bulimia nervosa; Obesidade; Transtornos bipolar e depressivo; Transtorno da personalidade borderline.

FATORES DE RISCO E PROGNÓSTICO: Genéticos e fisiológicos. O transtorno de compulsão alimentar parece comum em famílias, o que pode refletir influências genéticas adicionais.

BULIMIA NERVOSA
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS: Existem três aspectos essenciais na bulimia nervosa: episódios recorrentes de compulsão alimentar, comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes para impedir o ganho de peso e autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais. Para se qualificar ao diagnóstico, a compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados devem ocorrer, em média, no mínimo uma vez por semana por três meses.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Anorexia nervosa, tipo compulsão alimentar purgativa; Transtorno de compulsão alimentar; Síndrome de Kleine-Levin; Transtorno depressivo maior, com aspectos atípicos; Transtorno da personalidade borderline.

FATORES DE RISCO E PROGNÓSTICO: Temperamentais. Preocupações com o peso, baixa autoestima, sintomas depressivos, transtorno de ansiedade social e transtorno de ansiedade excessiva da infância (DSM-III-R) estão associados a um risco maior de desenvolver bulimia nervosa. Ambientais. Observou-se que a internalização de um ideal corporal magro aumenta o risco de desenvolver preocupações com o peso, o que, por sua vez, aumenta o risco de desenvolver bulimia nervosa. Indivíduos que sofreram abuso sexual ou físico na infância têm um risco maior de desenvolver o transtorno. Genéticos e fisiológicos. Obesidade infantil e maturação puberal precoce aumentam o risco de bulimia nervosa. A transmissão familiar do transtorno pode estar presente, bem como vulnerabilidades genéticas para a perturbação. Modificadores do curso. A gravidade da comorbidade psiquiátrica prediz uma evolução mais desfavorável de bulimia nervosa no longo prazo.

ANOREXIA NERVOSA
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS: A anorexia nervosa tem três características essenciais: restrição persistente da ingesta calórica; medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso; e perturbação na percepção do próprio peso ou da própria forma. O indivíduo mantém um peso corporal abaixo daquele minimamente normal para idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. O peso corporal dessas pessoas com frequência satisfaz esse critério depois de uma perda ponderal significativa, porém, entre crianças e adolescentes pode haver insucesso em obter o ganho de peso esperado ou em manter uma trajetória de desenvolvimento normal (i.e., enquanto cresce em altura) em vez de perda de peso.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Condições médicas (p. ex., doença gastrintestinal, hipertireoidismo, malignidades ocultas e síndrome da imunidade adquirida [SIDA]); Transtorno depressivo maior; Esquizofrenia; Transtornos por uso de substância; Transtorno de ansiedade social (fobia social), transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno dismórfico corporal; Bulimia nervosa; Transtorno alimentar restritivo/evitativo.

FATORES DE RISCO E PROGNÓSTICO: Temperamentais. Indivíduos que desenvolvem transtornos de ansiedade ou exibem traços obsessivos na infância estão em risco maior de desenvolver anorexia nervosa. Ambientais. A variabilidade histórica e transcultural na prevalência de anorexia nervosa corrobora sua associação com culturas e contextos que valorizam a magreza. Ocupações e trabalhos que incentivam a magreza, como modelo e atleta de elite, também estão associados a um risco maior. Genéticos e fisiológicos. Existe risco maior de anorexia e bulimia nervosas entre parentes biológicos de primeiro grau de indivíduos com o transtorno. Também foi observado risco maior de transtornos bipolares e depressivos entre parentes de primeiro grau de indivíduos com anorexia nervosa, em particular parentes daqueles com o tipo compulsão alimentar purgativa. As taxas de concordância para anorexia nervosa em gêmeos monozigóticos são significativamente mais altas do que as de gêmeos dizigóticos. Uma gama de anormalidades cerebrais foi descrita na anorexia nervosa usando tecnologias de imagem funcional (imagem por ressonância magnética funcional, tomografia por emissão de pósitrons). O grau em que esses achados refletem mudanças associadas a desnutrição versus anormalidades primárias associadas a esse transtorno não está claro.

TRANSTORNO ALIMENTAR RESTRITIVO/EVITATIVO
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS: Esquiva ou a restrição da ingestão alimentar manifestada por fracasso clinicamente significativo em satisfazer as demandas de nutrição ou ingestão energética insuficiente, por meio da ingestão oral de alimentos. Um ou mais dos seguintes aspectos-chave devem estar presentes: perda de peso significativa, deficiência nutricional significativa (ou impacto relacionado à saúde), dependência de alimentação enteral ou suplementos nutricionais orais ou interferência marcante no funcionamento psicossocial.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Outras condições médicas (p. ex., doença gastrintestinal, alergias e intolerâncias alimentares, malignidades ocultas); Transtornos neurológicos/neuromusculares, estruturais ou congênitos específicos e condições associadas a dificuldade de alimentação; Transtorno de apego reativo; Transtorno do espectro autista; Fobia específica, transtorno de ansiedade social (fobia social) e outros transtornos de ansiedade; Anorexia nervosa; Transtorno obsessivo-compulsivo; Transtorno depressivo maior; Transtornos do espectro da esquizofrenia; Transtorno factício ou transtorno factício imposto a outro.

FATORES DE RISCO E PROGNÓSTICO: Temperamentais. Transtornos de ansiedade, transtorno do espectro autista, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade podem aumentar o risco de transtorno alimentar restritivo/evitativo ou de comportamento alimentar característico do transtorno. Ambientais. Fatores de risco ambientais para o transtorno alimentar restritivo/evitativo incluem ansiedade familiar. Taxas maiores de perturbações alimentares podem ocorrer em filhos de mães com transtornos alimentares. Genéticos e fisiológicos. História de condições gastrintestinais, doença de refluxo gastroesofágico, vômitos e uma gama de problemas médicos foram associados a comportamentos alimentares característicos do transtorno alimentar restritivo/evitativo.

TRANSTORNO DE RUMINAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS: A característica essencial do transtorno de ruminação é a regurgitação repetida de alimento depois de ingerido durante um período mínimo de um mês. O alimento previamente deglutido que já pode estar parcialmente digerido é trazido de volta à boca sem náusea aparente, ânsia de vômito ou repugnância. O alimento pode ser remastigado e então ejetado da boca ou novamente deglutido. A regurgitação no transtorno de ruminação deverá ser frequente, ocorrendo pelo menos várias vezes por semana, em geral todos os dias. O comportamento não é mais bem explicado por uma condição gastrintestinal ou outra condição médica associada (p. ex., refluxo gastroesofágico, estenose do piloro) e não ocorre exclusivamente durante o curso de anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno alimentar restritivo/evitativo.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Condições gastrintestinais; Anorexia nervosa e bulimia nervosa.

FATORES DE RISCO E PROGNÓSTICO: Ambientais. Problemas psicossociais como falta de estimulação, negligência, situações de vida estressantes e problemas na relação entre pais e filhos podem ser fatores predisponentes em lactentes e crianças pequenas.

ALOTRIOFAGIA (PICA)
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS: Ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas, não alimentares, de forma persistente durante um período mínimo de um mês, grave o suficiente para merecer atenção clínica. As substâncias típicas ingeridas tendem a variar com a idade e a disponibilidade e podem incluir papel, sabão, tecido, cabelo, fios, terra, giz, talco, tinta, cola, metal, pedras, carvão vegetal ou mineral, cinzas, detergente ou gelo. Sugere-se uma idade mínima de 2 anos para o diagnóstico de pica, de modo a excluir a exploração de objetos com a boca que acabam por ser ingeridos, normal no desenvolvimento das crianças pequenas.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Anorexia nervosa; Transtorno factício; Autolesão não suicida e comportamento de autolesão suicida nos transtornos da personalidade.

FATORES DE RISCO E PROGNÓSTICO: Ambientais. Negligência, falta de supervisão e atraso do desenvolvimento podem aumentar o risco para essa condição.