Ensinam-nos que estaríamos a 15 bilhões de anos de uma catástrofe indizível a partir da qual se criou o cosmo, talvez cinco milhões de anos desde que começou a aventura da hominização, que nos teria diferenciado dos outros antropóides, a cem mil anos do surgimento do Homo sapiens e a dez mil anos após o nascimento das civilizações históricas, e que entramos no início do terceiro milênio da era dita cristã.
A dispersão da humanidade
r
Não produziu nenhuma cisão genética: pigmeus, negros, amarelos, índios, brancos vêm da mesma espécie, possuem os mesmos caracteres fundamentais de humanidade. Mas ela levou à extraordinária diversidade de línguas, culturas, destinos, fontes de inovação e de criação em todos os domínios. A riqueza da humanidade reside na sua diversidade criadora, mas a fonte de sua criatividade está em sua unidade geradora.
No final do Século XV europeu, a China dos Ming e a Índia mongol são as mais importantes civilizações do Globo
r
Entretanto, a partir de 1492, são estas jovens e pequenas nações que se lançam à conquista do Globo e, por meio de aventuras, guerras e morte, engendram a era planetária que, desde então, leva os cinco continentes à comunicação para o melhor e o pior.
II. O LEGADO DO SÉCULO XX
r
O século XX é definido pela aliança entre duas barbáries onde para ultrapassar este barbárie, é preciso antes de tudo reconhecer sua herança. Tal herança é dupla, a um só tempo herança de morte e herança de nascimento.
A herança da morte
r
A morte introduzida pelo século XX não é somente a de dezenas de milhões de mortos das duas guerras mundiais e dos campos de extermínio nazistas e soviéticos, implica também armas nucleares o (possibilidade de extinção global de toda a humanidade pelas armas nucleares) e novos perigos (possibilidade de morte ecológica)
A morte da modernidade
A esperança
Contribuição das contracorrentes
r
o Frequentemente, na história, contracorrentes suscitadas em reação às correntes dominantes podem-se desenvolver e mudar o curso dos acontecimentos. Exemplos contracorrentes:• a contracorrente ecológica que, com o crescimento das degradações e o surgimento de catástrofes técnicas/industriais, só tende a aumentar; • a contracorrente qualitativa que, em reação à invasão do quantitativo e da uniformização generalizada, se apega à qualidade em todos os campos, a começar pela qualidade de vida;
Aspirações que nutriram as grandes esperanças revolucionárias do século XX, mas que foram frustradas, poderão renascer na forma de nova busca de solidariedade e de responsabilidade
Necessidade de volta às raízes
Vontade de assumir identidades étnicas ou nacionais
Política a serviço do ser humano
Civilizar a Terra como casa e jardim comuns da humanidade.
Todas essas correntes prometem intensificar-se e ampliar-se ao longo do século XXI e constituir múltiplos focos de transformação
No jogo contraditório dos possíveis
Tópico principal
III. A IDENTIDADE E A CONSCIÊNCIA TERRENA
União Planetária
Consciência e um sentimento de pertencimento mútuo que nos una à nossa Terra, considerada como primeira e última pátria
Terra-pátria
Todos os humanos, desde o século XX, vivem os mesmos problemas fundamentais de vida e de morte e estão unidos na mesma comunidade de destino planetário.
Consciência antropológica
Consciência ecológica
Consciência cívica terrena
Consciência espiritual da condição humana
Ensinar a unir as patrias
Familiares, regionais, nacionais européias — e a integrá-las no universo concreto da pátria terrestre
Os estados não devem ter subernaria absoluta
É necessário não os desintegrar, mas respeitá-los, integrando-os em conjuntos e fazendo-os respeitar o conjunto do qual fazem parte.
É necessário aprender a “estar aqui” no planeta.
r
Aprender a viver, a dividir, a comunicar, a comungar não só como culturas singulares mas como humanos do planeta Terra, não só pertencer a uma cultura, mas também sermos terrenos.
O mundo coligado deve ser policêntrico e acêntrico, não apenas política, mas também culturalmente
Circuito planetário de conforto
Circuito planetário de miséria
Tomadas de consciências tornaram-se urgentes e primordiais.
Reforma do pensamento tornou-se vital.
Planeterização desenvolve-se devido a:
Pelo aporte da civilização européia aos continentes
Desenvolvimento das comunicações
O progresso econômico
Inclusão dos continentes subjugados no mercado mundial
Fluxos migratórios
Contudo a planetarização provoca, no século XX, duas guerras mundiais, duas crises econômicas mundiais e, após 1989, a generalização da economia liberal denominada mundialização.
Mundialização
O mundo torna-se cada vez mais um todo. Cada parte do mundo faz, mais e mais, parte do mundo e o mundo, como um todo, está cada vez mais presente em cada uma de suas partes.
O Planeta encolhe, ou seja, tudo está instantaneamente presente, de um ponto do planeta ao outro, pela televisão, telefone, fax, Internet...