Classificação Internacional Segurança do Paciente
Definição e Conceitos
Classificação: é uma combinação de conceitos e
classes e a sua subdivisão, ligados para expressar as relações
semânticas entre eles.
Doente: é a pessoa que recebe os cuidados de saúde, em si definidos como serviços recebidos
por indivíduos ou comunidades para promover, manter, monitorizar ou restabelecer a saúde
Saúde: “o estado de completo bem-estar físico,
psicológico e social e não só a mera ausência de doença ou enfermidade.”
Segurança: é a redução do risco de danos desnecessários a um mínimo aceitável. Um mínimo
aceitável refere-se à noção coletiva em face do conhecimento atual, recursos disponíveis e no contexto em que os cuidados foram prestados em oposição ao risco do não tratamento ou de outro tratamento.
Perigo: é uma circunstância, agente ou ação com potencial para provocar danos.
Circunstância: é uma situação ou fator que pode influenciar um acontecimento, agente ou
pessoa (s).
Evento: é algo que acontece a ou implica um doente.
Agente: é uma substância, objeto ou
sistema que atua para produzir uma alteração.
Segurança do Doente: é a redução do risco de danos desnecessários relacionados com os cuidados
de saúde, para um mínimo aceitável. Um mínimo aceitável refere-se à noção coletiva em face do conhecimento atual, recursos disponíveis e no contexto em que os cuidados foram prestados em oposição ao risco do não tratamento ou de outro tratamento alternativo.
Dano associado ao Cuidado de Saúde: é o dano resultante ou associado a planos ou ações tomadas
durante a prestação de cuidados de saúde, e não de uma doença ou lesão subjacente.
Incidente de Segurança do Doente: é um evento ou circunstância que poderia resultar, ou
resultou, em dano desnecessário para o doente.
Erro: é a falha na execução de uma ação planeada de acordo com o desejado ou o
desenvolvimento incorreto de um plano.
Infração: é um desvio deliberado de um procedimento operacional, norma ou regra.
Risco: é
a probabilidade de ocorrência de um incidente.
Incidente: pode ser uma ocorrência comunicável, um quase evento, um incidente sem danos ou
um incidente que envolva danos (evento adverso).
Ocorrência comunicável : é uma situação
com potencial significativo para causar dano, mas em que não ocorreu nenhum incidente.
Quase evento: é um incidente que não alcançou o doente
Evento sem danos: é um incidente em que um evento chegou ao doente
mas, não resultou em danos discerníveis.
Incidente com danos (evento adverso): é um
incidente que resulta em danos para o doente
Dano: implica prejuízo na estrutura ou funções do corpo e/ou qualquer efeito pernicioso daí
resultante, incluindo doença, lesão, sofrimento, incapacidade ou morte, e pode ser físico, social ou psicológico.
Doença: é uma disfunção fisiológica ou psicológica.
Lesão: é o dano dos tecidos
causado por um agente ou evento
Sofrimento: é experimentar qualquer desconforto subjetivo.
Sofrimento inclui dor, mal-estar, náusea, depressão, agitação, alarme, medo e tristeza.
Incapacidade: implica qualquer tipo de diminuição da estrutura ou função corporal, limitação da atividade e/ou
restrição da participação na sociedade, associada a dano passado ou presente.
Fator contribuinte: é uma circunstância, ação ou influência (tais como escalas ou distribuição
deficiente de tarefas) que se pensa ter desempenhado um papel na origem ou desenvolvimento de um incidente, ou aumentar o risco de acontecer um incidente.
Os fatores contribuintes podem ser: externos, organizacionais, relacionados com os profissionais ou relacionados com os doentes.
Tipo de incidente: é uma categoria composta
por incidentes de natureza comum, agrupados de acordo com características comuns e é uma categoria “mãe” sobre a qual se podem agrupar diversos conceitos.
Características do Doente: são determinados atributos de um doente, tais como a demografia do doente ou a razão para o contato com o serviço de saúde.
Atributos: são qualidades, propriedades
ou características de alguém ou algo
Características do Incidente: são determinados atributos de um incidente tais como cenário de cuidado, estado/fase do cuidado, especialidades envolvidas e data de um incidente.
Reação adversa: é um dano inesperado que resulta de um tratamento
justificado.
Efeito secundário: é um efeito conhecido, para além do principalmente
desejado, relacionado com as propriedades farmacológicas de um medicamento, tais como náusea
após a administração de morfina para alívio das dores.
Evitável (ou prevenível): é aceite pela comunidade como escusável num determinado conjunto de
circunstâncias.
Deteção: é uma ação ou circunstância que resulta na identificação de um incidente.
Fator atenuante: é uma ação ou circunstância que previne ou modera a progressão de um incidente que causará dano a um doente.
Consequência para o doente: é o impacto sobre um doente que é total ou parcialmente atribuível a
um incidente.
Grau de danos: é a gravidade e duração de qualquer dano, e as
implicações no tratamento, resultantes de um incidente.
Classificação de Danos
a) Nenhum - A consequência no doente é assintomática ou sem sintomas detectados e não necessita tratamento.
b) Ligeiro - A consequência no doente é sintomática, com sintomas ligeiros, perda de funções ou danos mínimos ou intermédios de curta duração, sem intervenção ou com uma
intervenção mínima requerida.
c) Moderado - A consequência no doente é sintomática, requerendo intervenção, um aumento na estadia, ou causou danos permanentes ou a longo prazo, ou perda de funções. d) Grave - A consequência no doente é sintomática, requerendo intervenção para salvar a vida ou grande intervenção médico/cirúrgica, encurta a esperança de vida ou causa grandes danos permanentes ou a longo prazo, ou perda de funções. e) Morte - No balanço das probabilidades, a morte foi causada ou antecipada a curto prazo,pelo incidente.
Consequência organizacional:
é o impacto sobre uma organização, total ou parcialmente atribuído a um incidente.
Ação de melhoria: é uma ação empreendida ou circunstância alterada para melhorar ou compensar
qualquer dano depois de um incidente.
Ações para redução do risco: são ações para reduzir, gerir ou controlar qualquer dano futuro, ou probabilidade de dano, associado a um incidente.
Resiliência: relaciona-se com o grau com que um sistema continuamente impede, detecta, atenua o
dano ou reduz perigos ou incidentes
Responsável: é ter de responder por algo ou ser responsabilizado.
Qualidade: é o grau com que os
Serviços de Saúde aumentam a probabilidade de resultados de saúde desejados e são consistentes com o conhecimento profissional atual.
Falha do sistema: refere-se a uma falha, avaria ou disfunção
no método operacional, nos processos ou infraestruturas da organização.
Melhoria do sistema: é o resultado ou produto da cultura, processos e estruturas que são dirigidos à
prevenção das falhas do sistema e melhoria da segurança e qualidade.
Análise da causa raiz: uma forma reativa de avaliação do risco que contribui para o
desenvolvimento de ações para a redução do risco, é um processo sistemático iterativo por meio do qual os fatores que contribuem para um incidente são identificados, reconstruindo a sequência de acontecimentos e repetindo “porquê” até que sejam esclarecidas as causas raiz subjacentes (fatores contribuintes ou riscos)