Ecossistemas de inovação: alinhamento conceitual
Características de um ecossistema de inovação
A infraestrutura do ecossistema de inovação
Definições de ecossistema de inovação
CARACTERÍSTICAS
DO ECOSSISTEMA
DE INOVAÇÃO
• complexidade: para operar, o ecossistema adota uma tipologia
de rede sistêmica com diferentes agentes de múltiplos setores da
economia;
• abertura: objetivando obter energia e informação para a manutenção da vida (remetendo ao conceito de entropia), o ecossistema precisa realizar trocas que vão além de seus limites;
• holismo: a organização dos agentes ocorre dentro do ecossistemas e o todo resulta em mais do que a soma das partes simplesmente;
• interatividade: a atuação do agentes se dá com base nos princípios das redes inter organizacionais e sob interdependências;
• dinamismo: as propriedades biológicas de sistemas ecológicos
(desenvolvimento, metabolismo, reprodução, crescimento e
envelhecimento) replicam-se aos ecossistemas de inovação, reconhecidas como dinâmicas ecossistêmicas, que geram a co-evolução e a adaptação mútua dos agentes, tendo uma evolução
sinérgica como resultado;
• estabilidade: analisa a manutenção ou reestabelecimento da estrutura e funções do ecossistema num estado de certa estabilidade, determinado pelos fatores de adaptação e auto regulação
(resistência, resiliência e redundância funcional);
• hierarquia: o ecossistema de inovação incorpora camadas multiníveis (global, nacional, regional ou setorial) que poderiam ser
aceitas como subsistemas de um ecossistema.
• locais para empresas e inovações baseadas no conhecimento e
empreendedorismo, visando o desenvolvimento de inovações
contínuas;
• espaços de aprendizado coletivo, trocas de conhecimentos e prá-
ticas de produção e sinergia entre os diferentes agentes de inovação;
• inicialmente baseada, mas não restrita a parques tecnológicos,
parques científicos ou technopolis;
• organizações especializadas que objetivam promover a cultura da
inovação e competitividade das empresas e instituições de pesquisa; estimular e gerenciar o fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento
(P&D), empresas e seus mercados; facilitar a criação e consolidação de empresas por meio da incubação e processo de spin-off;
gerar sinergia entre os diversos atores, identificando vocações locais e regionais, buscando a viabilidade econômica e tecnológica;
• algumas vezes, a causa, a consequência das políticas de inovação
do governo, com a finalidade de incentivar a produção, difusão e
uso de inovações para o desenvolvimento socioeconômico;
• envolvimento e esforço integrado entre governo, academia, corporações e empresas não-governamentais. Estes últimos são particularmente importantes no Brasil, pois oferecem diversos serviços especializados aos setores público e privado.
FASES DE
DESENVOLVIMENTO
DE UM ECOSSISTEMA
• nascimento: em que há muita incerteza, o que dificulta a antecipação dos esforços e recursos que serão necessários. A divisão
do trabalho é baixa, ocasionando sobreposição das atividades. O
maior desafio desta fase é a criação de valor superior ao que já
existe e arquitetar a estrutura do ecossistema;
• expansão: nesta fase, superada a incerteza tecnológica, a preocupação é ganhar massa crítica e incorporar novos negócios, por
meio da promoção da diversidade e atração de outros atores. O
desafio desta fase é elevar o volume e escala de modo consistente;
• liderança (do ecossistema) ou continuidade: uma vez que o
ecossistema passa a se estabelecer com robustez e produtividade, inicia a competição pela liderança dentro do ecossistema, ao
mesmo tempo em que precisa continuar a cooperar para manter
o ecossistema dominante no ambiente. Além disso, também há
atores de fora que querem fazer parte do ecossistema. O desafio
desta fase é alinhar a trajetória de inovação, diferenciação e valorização;
• renovação: fase em que, devido ao fato de estar estabelecido, há
risco de obsolescência. O desafio nesta fase é tentar se renovar,
para evitar a perda de recursos e atores e se desarticular por completo.
• produtividade: refere-se a habilidade da rede em tranformar
tecnologia e outras matérias primas de inovação em redução de
custos e produtos novos. Para mensurar essa variável, o retorno
de investimento é uma métrica aconselhável;
• robustez: diz respeito a capacidade que o ecossistema tem de sobreviver frente a mudanças disruptivas, como por exemplo, uma
mudança inesperada de uma determinada tecnologia. Essa vari-
ável pode ser mensurada pela taxa dos atores que sobrevivem no
ecossistema ao longo do tempo ou numa comparação com outros
ecossistemas;
• criação de nichos: relaciona-se a habilidade de absorver e incentivar a criação de novos negócios. Para mensusar essa variável,
uma métrica robusta é a taxa de criação de novas funções significativas para a inovação que foi desenvolvida.
Fases de desenvolvimento de um ecossistema
A INFRAESTRUTURA
DO ECOSSISTEMA
DE INOVAÇÃO
Vantagens aos seus
atores, conforme seus interesses:
• governos (local, regional ou nacional): trata-se de uma escolha estratégica para o desenvolvimento, pois envolve uma indústria limpa (indústria do conhecimento). Há um aumento na renda
e, consequentemente, em impostos, conciliável com a produção
de alto valor agregado, além de oportunizar a geração de empregos de alto nível diretos, já que demandam uso intensivo de capital intelectual e empregos indiretos para dar apoio aos diretos;
• universidades e instituições científicas e tecnológicas: oferecem melhorias na qualidade do ensino e pesquisa, tendo como
base problemas reais e aplicados. Algumas dessas instituições
consideram os ecossistemas de inovação como instrumentos para
promover a harmonia local, possibilitando a tranferência do conhecimento produzido à sociedade. Pesquisa e ensino de qualidade culminam no aumento da demanda por ensino superior, um
dos fatores responsáveis pela sua sobrevivência;
• empresas (principalmente de base tecnológica): gera ganhos
de competitividade pelo fato de gerar inovação de modo contí-
nuo.
classificações para os atores de
um ecossistema:
• negócio central: fornecedores diretos, contribuidores centrais e
canas de distribuição;
• extensão da organização: fornecedor dos fornecedores, certificadores de qualidade, complementadores, clientes diretos e clientes dos clientes;
• ecossistema de negócio: agências do governo e outras institui-
ções regulatórias, stakeholders e concorrentes.
Os atores que compõem o
ecossistema de inovação
• ator público: instituições fornecedoras de mecanismos de programas, regulamentos, políticas e incentivos;
• ator de conhecimento: instituições educacionais e/ou de pesquisa e desenvolvimento responsáveis por formar pessoas, promover o espírito empresarial e criar empresas futuras. Inclui
também, pesquisadores e estudantes;
• ator institucional: organizações públicas ou privadas e independentes, prestadores de assistência especializada e conhecimento aos demais agentes envolvidos com inovações;
• ator de fomento: bancos, governos, investidores anjo, capitalistas virtuais, e indústrias, fornecedores de mecanismos de financiamento das etapas de edifício do ecossistema de inovação;
• ator empresarial: empresas fornecedoras de requisitos para
avaliação de soluções, desenvolvimento de tecnologias e conhecimento em seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento
(P&D). Aqui ainda podem ser incluídos empresários, estudantes,
pesquisadores, profissionais e indústria, pessoas que possuem
uma ideia, descoberta ou invenção (incremental ou disruptiva) e
querem transformar em algo útil e/ou comercializável;
• ator de habitat de inovação: ambientes promotores da interação
dos agentes locais de inovação, desenvolvedores de P&D e o setor
produtivo, colaborando para disseminar a cultura de inovação e
empreendedorismo na região;
• sociedade civil: indivíduos que criam na sociedade demandas e
necessidades, podendo ser ambientais, afetar profundamente os
negócios e impactar no desenvolvimento da inovação.
DEFINIÇÕES DE
ECOSSISTEMA DE
INOVAÇÃO
• promover o desenvolvimento urbano e ambiental – conservar,
desenvolver e integrar ambientes naturais e construídos;
• estabelecer uma forte relação de rede entre desenvolvimento urbano e polos de conhecimento;
• estímular o capital sócio-cultural – incrementar as habilidades e conhecimentos das pessoas para melhorar o desenvolvimento individual e comunitário;
• estímular o desenvolvimento institucional – democratizar e humanizar o conhecimento por meio de processos de aprendizagem
interdisciplinares e coletivos nas organizações;
• considerar políticas públicas, sustentabilidade ambiental rede social e técnica, entre outros elementos, na tomada de decisões sobre o planejamento urbano, a fim de organizar e facilitar os meios
e atividades intensivas em conhecimento;
• atuar de forma tão aberta quanto possível (com base em modelos
de inovação aberta) – estimular o fluxo de conhecimento de dentro para fora do ecossistema, acelerando deste modo, a inovação
interna e sua distribuição no mercado.