Literatura

Eufemismo

O eufemismo é a figura de linguagem usada para tornar um enunciado mais brando ou agradável e menos agressivo.

Ricardo é um boa-vida, não tem jeito. ...
Pessoas da terceira idade sofrem com a estrutura das grandes cidades. ...
Reconheço que minha filha é estressada com as pessoas. ...
João sempre foi “cheinho”, puxou ao pai. ...

Aliteração

Enquanto a aliteração é a repetição de sons consonantais (consoantes), a assonância é a repetição de sons vocálicos (vogais).

“Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.” (Luís de Camões) – repetição da consoante “v”. “O rato roeu a roupa do rei de Roma.” (provérbio popular) – repetição da consoante “r”. “Quem com ferro fere com ferro será ferido.” (provérbio popular) – repetição da consoante “f”.

Paranomásia

A paronomásia é uma figura de linguagem que utiliza palavras parônimas no mesmo enunciado de modo a produzir um jogo sonoro no discurso.

O passarinho pousou e posou, sentindo-se uma águia.
Se o dirigente fosse diligente, não haveria tanto incumprimento de prazos…
Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa.
Você tem que ler muito, sobretudo se quiser escrever sobre tudo.

Onomatopeia

A Onomatopeia é uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os sons naturais, quer sejam de objetos, de pessoas ou de animais

Atchim: barulho de espirro.
Uhuuu: grito de felicidade ou adrenalina.
Aaai: grito de dor

Zoomorfismo

Dá-se a alguém ou alguma coisa uma característica animal

A porta uivou. A sua tia é uma vaca. Esses são exemplos de zoomorfismo.

Matáfora

Metáfora é uma figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparações.

Gabriel é um gato. (subentende-se beleza felina)
Lucas é um touro. (subentende-se a força do touro)
Fernando é um anjo. (subentende-se a bondade dos anjos)

Elipse

Definimos a elipse como o conjunto de pontos em que a soma da distância desses pontos ao foco F1 e ao foco F2 é sempre constante.

Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (Machado de Assis) – omissão do verbo “haver”. ... “Onde se esconde a minha bem-amada?/Onde a minha namorada...” (música “Canto triste” Edu Lobo) – omissão do verbo “está”. (Onde está a minha namorada...)

Personificação

A personificação é utilizada para atribuir sensações, sentimentos, comportamentos, características e/ou qualidades essencialmente humanas (seres animados) aos objetos inanimados ou seres irracionais

O dia acordou feliz.

Antítese

A antítese é uma figura de linguagem usada para realçar e intensificar o sentido daquilo que se fala por meio do uso de termos com sentidos opostos no discurso. Trata-se, portanto de uma figura de pensamento, ou seja, aquela cujo efeito dá-se pelo sentido das palavras.

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.” “O que o berço dá só a cova tira.

Prosopopeia

A personificação, também chamada de prosopopeia ou animismo, é uma figura de linguagem, mais precisamente, uma figura de pensamento muito utilizada nos textos literários. ... Note que a personificação pode também atribuir qualidades de seres animados a outros seres animados

O cachorro sorriu para o dono.

Anáfora

Enquanto figura de linguagem, a anáfora é caracterizada pela repetição de uma ou mais palavras no início de versos, orações ou períodos. ... Anáfora tem sua origem na palavra grega anaphorá, que indica o ato de trazer ou manter uma repetição

Eu quero amor!

Intertextualidade

Por intertextualidade entende-se a criação de um texto a partir de outro existente.

Exemplos de obras intertextuais incluem: alusão, conotação, versão, plágio, tradução, matitê e paródia. ...

Polissindeto

É uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando no uso de orações coordenadas assindéticas

“Vão chegando as burguesinhas pobres/e as crianças das burguesinhas ricas/e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira)
“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.” (Rubem Braga)

Assonância

A assonância é caracterizada pela repetição harmônica de sons vocálicos. ... A assonância contribui, assim, para a melodia e musicalidade dos poemas

“Juro que não acreditei, eu te estranhei/Me debrucei sobre teu corpo e duvidei/E me arrastei e te arranhei/E me agarrei nos teus cabelos” (Atrás da Porta – Chico Buarque) – repetição das vogais “ei”.

Sisnestesia

A sinestesia é uma figura de linguagem que consiste na união de termos que expressam diferentes percepções sensoriais

"Agora, o cheiro áspero das flores leva-me os olhos por dentro de suas pétalas."(Cecília Meirelles)
"O céu ia envolvendo-a até comunicar-lhe a sensação do azul, acariciando-a como um esposo, deixando-lhe o odor e a delícia da tarde." (Gabriel Miró)

Metonimia

A expressão “beber uma garrafa” é uma metonímia. Metonímia é uma figura de linguagem ou de palavra que consiste na substituição de uma palavra ou expressão por outra, havendo entre elas algum tipo de ligação.

Parte pelo todo: Ele possuía inúmeras cabeças de gado. ...
Causa pelo efeito: Consegui comprar a televisão com meu suor. ...
Autor pela obra: Muitas vezes, li Camões. ...
Inventor pelo Invento: Por que esperar? ...
Marca pelo produto: Meu pai adora tomar Nescau com leite.

Comparação

Comparação é uma figura de linguagem caracterizada pela analogia explícita entre termos de um enunciado, já que conta com a presença de conjunção ou locução conjuntiva comparativa. Isso já não acontece com a metáfora, que também realiza uma analogia, porém sem a presença desse tipo de conectivo.

“É que teu riso penetra n'alma/Como a harmonia de uma orquestra santa.” (Castro Alves) “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade) “Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela flecha de um caçador”. (Cecília Meireles)

Pleoanasmo

Com isso, o pleonasmo pode ocorrer como uma repetição desnecessária. Nesse caso o pleonasmo se torna vício de linguagem e é denominado pleonasmo vicioso. Acontece comumente na interação oral entre os falantes

Chovia uma triste chuva de resignação” (Manuel Bandeira)
"Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal!” ( Fernando Pessoa)
"Morrerás morte vil na mão de um forte." ( ...
"E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Morais)
“Me sorri um sorriso pontual” (Chico Buarque)

Zeugma

Sendo uma figura de linguagem, o zeugma é um recurso utilizado na linguagem oral e escrita que aumenta a expressividade da mensagem. A utilização do zeugma possibilita a não repetição, criando um discurso mais dinâmico

Exemplos de zeugma: Eu estudei a obra de Machado de Assis; Mariana, de Jorge Amado.

Paradoxo

Paradoxo ou oximoro é uma figura de linguagem caracterizada pela expressão de uma ideia contrastante e contraditória.

Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar. ...
Já estou cheio de me sentir vazio. ...
A novidade que seria um sonho/O milagre risonho da sereia/virava um pesadelo tão medonho. ...

Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. ...
O amor é ferida que dói e não se sente.

Ironia

A ironia (ou antífrase) é uma figura de linguagem utilizada para dizer-se algo por meio de expressões que remetem propositalmente ao oposto do que se quis dizer.

Doutor, agradeço o fato de ser tão atencioso comigo."nossa, muito obrigado, você me ajudou muito"

Catacrese

Catacrese: é uma figura de palavra que ocorre quando, na falta de um termo específico para designar um conceito, utiliza-se outro por empréstimo a partir de alguma semelhança de sentido

“asa da xícara”, “céu da boca”, “dente de alho”, “embarcar no avião”, “pé da página”.

Gradação

Gradação é uma figura de linguagem, relacionada com a enumeração, onde são expostas determinadas ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax). ...

Dei um passo, apressei-me, corri

Paradoxo

Reúne um conjunto de ideias contraditórias

Se você quiser me prender,/vai ter que saber me soltar.” (Caetano Veloso)