Tropicália

É proibido proibir

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Música criada por Caetano Veloso

Discurso de Caetano

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A mãe da virgem diz que nãoE o anúncio da televisãoEstava escrito no portãoE o maestro ergueu o dedoE além da portaHá o porteiro, simE eu digo nãoE eu digo não ao nãoEu digoÉ! Proibido proibirÉ proibido proibirÉ proibido proibirÉ proibido proibirMe dê um beijo, meu amorEles estão nos esperandoOs automóveis ardem em chamasDerrubar as prateleirasAs estantes, as estátuasAs vidraças, louças, livros, simE eu digo simE eu digo não ao nãoE eu digoÉ! Proibido proibirÉ proibido proibirÉ proibido proibirÉ proibido proibirÉ proibido proibirCaí no areal na hora adversa que Deus concede aos seusPara o intervalo em que esteja a alma imersa em sonhosQue são DeusQue importa o areal, a morte, a desventura, se com DeusMe guardeiÉ o que me sonhei, que eterno duraÉ esse que regressareiMe dê um beijo meu amorEles estão nos esperandoOs automóveis ardem em chamasDerrubar as prateleirasAs estátuas, as estantesAs vidraças, louças, livros, simE eu digo simE eu digo não ao nãoE eu digo: É!Proibido proibirÉ proibido proibirÉ proibido proibirÉ proibido proibirÉ proibido proibir

Participantes

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Nascidos sob o regime militar brasileiro, os tropicalistas tinham, inclusive, objetivos políticos e sociais, mas acreditavam que a experiência estética era um instrumento social revolucionário independente de uma prática que promovesse mudanças políticas.

Caetano Veloso

Gal Costa

Gilberto Gil

Tom Zé

Rogério Duarte

Mutantes

Cultura da Tropicália

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Em junho de 1968, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Capinam, Tom Zé, Nara Leão, Gal Costa, Os Mutantes e Rogério Duprat lançam o álbum Tropicália ou Panis et Circencis uma espécie de manifesto musical do movimento. Nessa obra, as principais referências dão-se como uma mescla entre a música popular brasileira, o rock’n roll, o Concretismo e a cultura pop. Nas artes plásticas, podemos destacar Seja Herói, Seja Marginal e Tropicália (Penetráveis PN2 “Pureza é um mito” e PN3 “Imagético”), de Hélio Oiticica. É importante destacar também o livro manifesto do autor de poesia concreta Augusto de Campos, O balanço da bossa. No teatro, a peça O rei da vela, de José Celso, além de toda sua influência no Grupo Oficina. E no cinema o Tropicalismo também exerceu fortes influências, sobretudo, no cinema Cinema Marginal, com diretores com Rogério Sgarzela, Andrea Tonacci, entre outros

Fim da Tropicália

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O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968.

Contexto

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Foi um movimento cultural brasileiro da segunda metade da década de 1960. Embora a música fosse sua expressão principal, a Tropicália envolveu outras formas de arte como cinema, teatro e poesia. Uma das marcas principais do tropicalismo foram suas inovações estéticas radicais, que mesclavam elementos de manifestações tradicionais da cultura do Brasil notadamente a união do popular e da vanguarda, bem como a fusão da tradição brasileira – com tendências estrangeiras da época. Esses objetivos comportamentais encontraram eco em boa parte da sociedade brasileira sob a ditadura militar no final da década de 1960. Musicalmente, a Tropicália representou uma renovação no cenário musical brasileiro ao fundir gêneros como o baião, o caipira, o pop e o rock.

Festival

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Um dos eventos mais marcantes para o Tropicalismo foi o III Festival de Música Popular da TV Record de 1967, no qual foram apresentadas “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso, “Domingo no Parque”, de Gilberto Gil, e “Roda Viva”, de Chico Buarque, canções de grande importância para o movimento.