a desordem mundial
o mundo contemporâneo, é muito importante lembrar, o poder (num
sentido amplo: político-militar, econômico e cultural) se define cada vez
mais pelo domínio da tecnologia e da informação (da mídia) e menos pelo
domínio militar, do comércio ou mesmo das finanças internacionais (embora
estas ainda continuem decisivas)5
A principio
As grandes navegações, o imperialismo ... contribuíram para a regionalização do mundo.
A expansão marítimo-comercial europeia,
ocorrida nos séculos XV e XVI, constitui um
dos principais capítulos da transição da
Idade Média para a Idade Moderna.
Fase marcada pela crise do feudalismo e
pela formação do capitalismo, conhecida
como pré-capitalismo (capitalismo comercial).
Globalização econômica - características:
- a liberação de populações de seus territórios na realização da acumulação
primitiva, criando um ‘proletariado livre’
unificação do valor e torno do dinheiro,
leis de taxas de lucro, taxas de
exploração e de realização da mais – valia”
a parte cultural da coisa
Aspectos culturais como o refortalecimento da tradição religiosa (e o concomitante ressurgir dos dogmas fundamentalistas), a retomada das identidades étnicas (com a paralela emergência do racismo) e regionais/nacionalistas (com os movimentos seccionistas que os acompanham) trazem à tona velhos dilemas aparentemente submersos pelo conflito hegemônico da
Guerra Fria, que polarizou o debate ideológico em torno do embate capitalismo x socialismo.
CAPRA (1982) reconhece a confluência atual de três grandes
transições: o declínio do patriarcado (com o movimento feminista, por
exemplo), o declínio da era do combustível fóssil (que estará esgotado por
volta de 2300 mas que já começou a afetar a sociedade) e a mudança de
valores culturais ou de paradigma (uma revisão profunda do "método científico" como única abordagem válida do conhecimento e superação da dicotomia que o moldou, entre materialismo e idealismo).
nova ordem, de uma nova divisão de
papéis econômicos e, de forma menos visível, de papéis políticos, pelo
menos no que se refere aos centros do poder mundial.
Uma nova ordem internacional se articula a uma nova divisão
internacional do trabalho, a nível da reestruturação econômica, e a uma
recomposição dos blocos internacionais de poder.
Mas também é ressaltado que o capitalismo não é resultado de um processo cumulativo
de globalização, já que houve outras influências, algumas delas desde os primórdios da
expansão capitalista
capitalismo neoliberal é a perca de força do
estado, deixando maior espaço para atuação das forças do mercado, gerando um grande ponto
negativo pois em situações agravantes quem vai continuar a exercer influência são os interesses dos grandes capitais, e não, o Estado.
agentes influenciadores na globalização econômica são as empresas transnacionais e
instituições como FMI e o Banco Mundial, e o Estado
distingue três grandes etapas do capitalismo: o capitalismo
concorrencial, o capitalismo monopolista e o capitalismo monopolista de
Estado (para alguns os dois últimos constituem o imperialismo).
1776-89 a 1848 - período formador;
1848 a 1893 (com auge em 1873) - capitalismo empresarial ou
concorrencial industrial;
1893 a 1940/45 (com auge em 1913) - capitalismo monopolista e
imperialista;
1940/45 a ... (com auge entre 1966/70) - capitalismo tardio (na
periodização anterior: capitalismo monopolista de Estado).
Obviamente que essa última etapa é a mais complexa e difícil de ser definida, principalmente pelo fato de que as crises econômico-políticas dos anos 70 e 80 marcaram grandes transformações sócio-geográficas que somente o final do século poderá manifestar de modo seguro.8
Nova DIT
A organização de uma nova DIT, pautada no nível de
domínio tecnológico,
Nessa nova DIT é fundamental, portanto, a qualificação técnica e, por conseqüência, a capacidade de produzir/de pensar/de criar novas tecnologias.
Haesbaert e Porto-Gonçalves (2006) passam por classificar a divisão territorial / internacional do trabalho considerando os níveis tecnológicos da produção e nos níveis de
qualificação da força de trabalho:
espaços que detêm o domínio do capital financeiro e dos investimentos na produção e/ou o controle das tecnologias mais avançadas e da difusão de
informações. com a correspondente oferta de mão-de-obra altamente qualificada,
como ocorre nos chamados países centrais capitalistas e, dentro deles, nas grandes
‘cidades globais
espaços com certa independência financeira, em que predominam atividades
econômicas com níveis intermediários de tecnologia e mão-de-obra mais ou menos
qualificada;
espaços com grande dependência do capital financeiro internacional, em
que a produção é de baixo nível tecnológico ou está voltado basicamente para a
simples reprodução de tecnologias externas, como indústrias de montagens de produtos, exigindo força de trabalho pouco qualificada e com altos níveis e exploração.”
alteração da economia mundial,
juntamente com a globalização e seu grande fluxo de pessoas, dinheiro e informação vai alterar
as classificações internacionais do trabalho, as deixando cada vez mais complexa
a industrialização de países periféricos, iniciada no pós-segunda
guerra como conseqüência da expansão capitalista e do interesse de
burguesias nacionais ascendentes, se expandiu com a disponibilidade
de crédito para esses países nas décadas de 60 e 70, e ainda que o
grave dilema do endividamento externo tenha corrido paralelo,
manifestou uma mudança na DIT tradicional que distinguia países
exportadores de artigos industrializados e países exportadores de
matérias-primas.
(ao enfatizar o trabalho, a economia, e ignorar as especificidades do
político e do cultural) e de colocar a priori o todo, a divisão, como ponto de
partida para identificar "regiões", temos de convir que não basta analisar a DIT internacional.
Dessa forma, podemos considerar como resultado da nova DIT baseada
nos (des)níveis tecnológicos, a seguinte diferenciação entre os Estados:
aqueles que dominam a engenharia e a tecnologia de ponta, mais avançadas, com mão-de-obra altamente qualificada (os países centrais capitalistas);
aqueles em que predominam atividades produtivas padronizadas,
como a fabricação qualificada que exige um nível intermediário de qualificação profissional;
aqueles onde domina a produção voltada basicamente para as etapas
de execução e montagem de produtos, exigindo pouca ou nenhuma qualificação técnica da força de trabalho (caso da economia na maioria dos países periféricos).
Nesse sentido a NOVA ORDEM mundial não tem realmente nada de
novo, aguçando as desigualdades e a exploração.
Clássica DIT
antigamente os diferentes setores da economia (primário, secundário e terciário) acabava por
determinar como cada região ou país atuava, tendo uma compreensão mais claras dos papeis
(detenção de capital, de tecnologia, e outros).
• A diferença entre os países ricos e
pobres se iniciou na Revolução
Industrial (século XVIII);
Contudo, a divisão entre o Norte
rico e o Sul pobre surge na
década de 1980;
Além disso, uma nova ordem
mundial deve significar uma nova divisão internacional do trabalho, novos
papéis às parcelas que compõem a sociedade à escala planetária
Bloco internacionais/econômicos
Muitos autores simplificam a noção de ordem internacional associando apenas à sua dimensão político-militar, onde os grandes mentores dessa
ordenação seriam as grandes organizações políticas - como a OTAN
as regiões do mundo estabelecidas a partir da
divisão internacional do trabalho definida pelos centros do capitalismo)
um bloco internacional de poder poderia ser encarado
como uma região à escala internacional.
- Na geografia mais tradicional, a divisão do mundo em "regiões" era feita pela simples divisão entre águas e terras, configurando então os famosos CONTINENTES
- Uma outra linha de regionalização nessa escala enfatizou as grandes CIVILIZAÇÕES e/ou áreas culturais do planeta,
priorizando a dimensão sóciocultural na organização do espaço, geralmente de forma igualmente estanque
e isolada, onde cada grande cultura teria a sua área perfeitamente delimitada.
Outra forma de regionalizar: dos blocos sócio-políticos que dividiu o mundo entre socialismo e
capitalismo;
- o que associou a esses blocos políticos a base econômica moldada
na divisão do trabalho entre "norte" e "sul", países "desenvolvidos" e
"subdesenvolvidos", identificando assim o Primeiro, Segundo e Terceiro Mundos.
principalmente porque de alguma forma vinculou a ordem política à ordem econômica e não se caracterizou propriamente como uma divisão, mas reconheceu
também um processo de regionalização por agrupamento, na medida em que
muitas vezes exigiu a análise de diferentes Estados-nações para, agrupandoos, identificar as "regiões" do lº, 2º e 3º Mundos.
Antiga DIT?
Relações de Poder
por meio de relações de poder profundamente assimétricas, como numa divisão imposta do centro, ou, o que é mais raro, por relações mais simétricas, que resultem em agrupamentos de Estados (ou corporações) que mantêm certa igualdade de decisão.
Hoje o "inimigo" é definido
mais sutilmente, e muito mais pela competição econômica do que pela disputa ideológica ou por uma corrida armamentista, como ocorria entre
EUA e URSS.6
Como se forma? de 2 formas:
pela conjugação relativamente igualitária de interesses de dois ou mais Estados, lembrando o que chamei antes de regionalização por agrupamento. Pode ser este o caso da formação de alguns blocos econômicos como os acordos Brasil-Argentina que desencadearam o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) e a união do BENELUX europeu.
pela imposição de interesses a partir de um Estado hegemônico que tenta "dividir" sua área de influência em função de uma estratégia político-econômica própria. Um exemplo é a recente formação do que chamei de bloco oriental de poder, capitaneado pelo Japão (mas hoje também com um poder crescente de países como Coréia do Sul e Austrália).
Essa des-ordem mundial, que se refere a avanços e retrocessos em diversos âmbitos, sendo eles:
econômico, social, político, cultural e ambiental.
Assim, essa nova ordem mundial, com influência dos interesses do grande capital e das
grandes corporações, aparece articulada com a nova divisão internacional do trabalho, alterando
a nível mundial a estrutura econômica