O PERCURSO HISTÓRICO DA METODOLOGIA DO ENSINO DE
MATEMÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA

As reformulações curriculares do Curso de Pedagogia

O Parecer CFE 251/62 sugeria que os primeiros ensaios de formação do professor primário deveriam ocorrer em nível superior, preferencialmente, no curso de Pedagogia.

As metodologias de ensino apresentavam-se em Teoria e Prática da Escola Primária.

Função integrar o pedagogo às questões que envolviam a
escola primária, fornecendo subsídios metodológicos para as áreas de conhecimento da escola primária.

Com a aprovação da Reforma Universitária de 1968, a segunda reformulação
(Parecer CFE 252/69) trouxe ao curso de Pedagogia uma nova configuração,
imprimindo o caráter tecnocrático da Reforma Universitária.

A nova configuração propôs um núcleo de disciplinas comuns e outro diversificado, com a criação de diferentes habilitações: Ensino das Disciplinas e Atividades Práticas dos Cursos Normais, Orientação Educacional, Administração Escolar, Supervisão Escolar e Inspeção Escolar.

A reforma do curso de Pedagogia da USP que ocorreu em 1970 marcou o currículo por uma formação profissionalizante, uma “percepção fragmentada e compartimentalizada do trabalho educativo que correspondia à visão dominante da teoria e prática educacional do momento”.

A docência como base da formação do pedagogo

Acarretou inúmeras críticas nos anos
1970.

A divisão do curso em diferentes habilitações amparava-se em uma
tendência reducionista e tecnicista de escola.

Tal situação gerou uma insatisfação por parte de alunos e docentes, buscando a realização de reformas no interior de seus currículos, e procurando deixá-los mais voltados à docência para os anos iniciais da escolarização.

Nos anos 1980, vários cursos de Pedagogia realizaram reformas em seus currículos, com o apoio da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação.

Vários cursos de Pedagogia foram incorporando novas habilitações aos seus currículos, voltando-se, essencialmente, ao campo da docência,), privilegiando habilitações voltadas às séries
iniciais do ensino fundamental, educação infantil, educação de jovens e adultos e educação especial .

A reforma implementada em 1979 ampliou a oferta de disciplinas específicas, tais como Metodologia da Alfabetização, Métodos e Técnicas da Educação Pré-escolar, Metodologia de Alfabetização de Adultos, Metodologia da Área de Comunicação e Expressão, Metodologia do Ensino de Ciências, Metodologia do Ensino de Matemática e Metodologia da área de Estudos Sociais.

A reforma curricular de 1987 compreendia a
habilitação Magistério como fase obrigatória do currículo, apresentando-se em uma perspectiva ampla de formação do educador.

O curso de Pedagogia da PUC/SP, seu currículo sofreu uma reformulação curricular em 2007 em decorrência das Diretrizes Curriculares Nacionais (ResoluçãoCNE 01/2006).

Apareciam quatro disciplinas identificadas como
Metodologia do Ensino de 1º Grau (I, II, III e IV), sendo que as duas primeiras dedicavam-se ao ensino de Alfabetização e Língua Portuguesa, e as duas últimas dedicavam-se ao ensino de Matemática, Ciências e Integração Social, todas oferecidas no 2º e 3º anos.

As origens de uma disciplina

Está intimamente relacionada aos trabalhos desenvolvidos na Escola Normal.

O currículo da Escola Normal era composto de matérias relacionadas aos conhecimentos gerais.

O objetivo de promover a formação de professores em nível superior, oferecendo cursos para formação de professores primários, formação pedagógica de professores secundários e formação de administradores escolares,

Com a criação da Universidade de São Paulo (USP) em 1934.

A preocupação do Instituto de Educação da Universidade de São Paulo (IEUSP) era fornecer uma formação superior, centrada nas ciências da educação (História, Filosofia, Psicologia e Sociologia).

O curso de formação de professor primário do IEUSP foi organizado com algumas cadeiras: Biologia Educacional, Psicologia Educacional, Sociologia Educacional e Matérias e Prática do Ensino Primário no primeiro ano; Higiene Escolar, Psicologia Educacional, História e Filosofia da Educação, Educação Comparada e Matérias e Prática do Ensino Primário no segundo ano (USP, 1936).

Em 1938, o Instituto de Educação da USP foi extinto (Decreto Estadual n.º
9.269/38).

A criação do curso de Pedagogia: formar especialistas e docentes

Criado no Brasil durante o regime do Estado Novo (1937-1945),

Estruturou-se “na esteira dos atos centralizadores baixados em plena vigência da ditadura de Vargas”.

O curso de Pedagogia teve origem na organização da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFI), com a aprovação do Decreto-Lei n.º 1.190/39, sendo concebido como curso de bacharelado, com duração de três anos letivos, semelhante aos demais cursos da FNFi, e imposto como “padrão federal” a ser adotado por todas as instituições de ensino superior do país.

Com um currículo seriado e composto de onze
disciplinas: Complementos de Matemática, História da Filosofia, Sociologia, Fundamentos Biológicos da Educação, Estatística Educacional, História da Educação, Fundamentos Sociológicos da Educação, Administração Escolar, Filosofia da Educação, Educação Comparada e Psicologia Educacional,

O principal objetivo da FNFi era o aperfeiçoamento da ciência.

A formação docente acontecia por por
meio de uma complementação pedagógica.

A disciplina Didática Especial, oferecida no Curso de Didática, apresenta indícios de um trabalho desenvolvido acerca das metodologias de ensino na formação do professor.

A Didática Especial era indicada com a finalidade de estudar o currículo do
curso primário, articulando-se às suas didáticas específicas, apoiadas nos princípios metodológicos da Escola Nova.