Fármacos utilizados nas infecções parasitárias

Antimaláricos

1º Grupo

CLOROQUINA

O medicamento concentra-se nos vacúlos digestivos altamente ácidos de plasmódium susceptíveis onde se liga ao heme e impede sua captura.

Utilizada no combate a malária, nas formas eritrocíticas de P. vivax, P. ovale, P. malariae, P. knowlesi e P. falciparum senssível ao medicamento.

QUININA

Tratamento de esolha para malária por P. falciparum grave e resistente.

Atua diminuindo o crescimento e replicação da forma eritrocitária, pois o medicamento intercala-se no DNA, inibindo as fitas de transcrição e tradução do DNA.

MEFLOQUINA

Prevenção e tratamento de malária por P. falciparum e P. vivax resistentes.

Possui atividade esquizonticida sanguínea, associando a hemozoína intraeritrocítica, atuando nas macromoléculas do grupo heme durante suas desmerização a hemozoína.

ARTEMISININA

Tratamento de malária grave por P. falciparum, por sua rápida atividade e potencia até a parasitos resistentes.

Sua atividade resulta na clivagem da ponte de peróxido do fármaco pelo ferro do heme o reduzido, produzido no interior de vacúolo digestivo altamente ácido do parasita, durante sua digestão da hemoglobina.

2º Grupo

ATOVAQUONA

Eficaz e seguro para o tratamento de ataques leve e moderados de malária por P falciparum, resistênte quando associado a proguanila e quando seguido por primaquina, também attua contra P. vivax.

Atua inibindo o transporte de elétrons, anula o potencial de memnbrana mitocondrial e inobe a regulação de ubiquinona, altamente ativo contra os parasitos de estágio sanguíneo assexuado e hepático de P. falciparum.

PROGUANIL

Utilizada para tratamento de cepas de P. falciparum e P. vivax resistentes, podendo ser associado a atovaquona.

Inibe seletivamente a di-hifrofolato reditase/ timidilato sintetase bifuncional dos plasmódios sensíveis, levando a inibição da síntese de DNA e à depleção de cofatores de folato.

3º Grupo

PRIMAQUINA

É usada como quimeoprofilaxia terminal e cura radical de infecções por P. vivax e P. ovale.

O mecanismo de ação não foi bem elucidado, esse medicamento atua contra os estágios hepáticos primários e latentesdo plasmodium sp e previni recaídas por P. ovale e P. vivax.

Antiparasitários

METRONIDAZOL

Tratamento de infecções genitais por T. vaginalis em homens e mulheres.

É um pró- fármaco, até ser reduzido no hospedeiro ou célula microbiana , que tem um alto potencial redox negativo, quando ativado forma compostos citotóxicos , que causam lesão na membrana e DNA na célula alvo, causando graves lesões.

TINIDAZOL

Tratamento de giardíase, amebíase e tricomoníase vaginal.

Sua ação envolve a penetração do fármaco no interior da célula do microrganismo com subsequente destruição da cadeia de DNA ou inibição da síntese.

NITAZOXANIDA

Amplo espectro de ação, incluindo atividades contra protozoários, bactérias anaeróbicas , em gastroenterites, helmintíase por nematodes, cestódeos, e trematódios, amebíase, giardíase, criptosporidíase e outros.

A ação é devida sua interferência na reação da transferência de elétrons dependentes da enzima piruvato-ferrodoxina no parasita, que é essencial para o metabolismo energético, no entanto esse pode não ser o único mecanismo.

PENTAMIDINA

Tratamento inicial de T. brucei gambiense, também trata ou previne infecções por Pneumocystis, combinado ou não.

O mecanismo de ação é desconhecido, entretanto, estudos afirmam que provavelmente está relacionado a inibição da biossíntese de poliaminas, DNA, RNA, afetando a membrana interna da mitocôndria.

SURAMINA

Tratamento de primeira linha para o estágio inicial de infecção por T. brucei rhodesiense, usado como tratamento precoce de tripanossimíase africana.

Mecanismo de ação desconhecido, a toxicidade seletiva provavelmente é a capacidade que o parasita tem de captar por endocitose mediada por receptor, o fármaco ligado a proteína.

MELARSOPROL

Único tratamento disponível para o estágio meningoencefálico tardio de tripanossomíase africana e no estágio hemolinfático precoce dessa infecção, entretanto devia a toxicidade usa-se somente no estágio tardio.

O medicamento reage com o tripanotiona, o adulto de espermidina-glutiona que substitui, nesse parasitas a glutationa.A ligação do fármaco com a tripanotiona resulta na formação de um óxido de melarsem, que inibe a tripanotiona redutase.

EFLORNITINA

Tratamento de tripanossomíase africana, contra infecções avançadas de T. brucei gambiense

Inibidor da ornitina-descarboxilase.

NIFURTIMOX

É empregado no tratamento de tripanossomíase americana.

São tripanomicidas contra tripomastigotas e amastigotas de T. cruzi, a ação deriva de sua ativação por uma nitroredutase mitocondrial dependente de NADH, levando a lesões celulares como na membrana, inativação enzimática, lesão no DNA e outros.

ESTIBOGLICONATO DE SÓDIO

Tratamento de leishmaniose.

São pró-fármacos que quando reduzidos a espécie mais tóxica de Sb³+ , destróis as formas amastigotas no interior dos fagolisossomos dos macrófagos.

ANTIMÔNIO DE MEGLUMINA

Primeira escolha para tratamento de leishmaniose tegumentar americana, cutânea , visceral e calazar.

Mecanismo de ação não é elucidado, entretanto acredita-se que várias enzimas da Leishmania sejam inibidas seletivamente, também parece inibir a fosfofrutoquinase, como consequente bloqueio da produção de adenosina trifosfato.

MILTEFOSINA

Indicada para o tratamento de leishmaniose visceral.

O mecanismo de ação não está bem elucidado, entretanto sugere-se que o fármaco pode alterar o metabolismo éter-lipídico, a sinalização celular ou a biossíntese da âncora de glicosilfosfatidilinositol.

Anti-helmínticos

IVERMECTINA

Indicado para o tratamento de oncocercose, filariose linfática, estrangiloidíase, ascaridíase enterobíase.

Imobiliza o parasita induzindo uma paralisia tônica da musculatura, através da ativação ou potencialização de canais de Cl- presentes nos nervos e células do microrganismo , aumentando a permeabilidade de íons cloreto, resultado em paralisia e morte.

ALBENDAZOL

Tratamento de parasitas intestinais e de tecidos como: Ascaris lumbricoides, Enterobius vermiculares, Necator americam e outros.

Inibe a polimerização tubulínica, ocasionando alterações no nível de energia do helminto incluindo esgotamento dela, o que imobiliza o helminto e posteriormente o mata.

MEBENDAZOL E TIABENDAZOL

Tratamento de infecções causadas por Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Entamoeba vermicularis, Ancilostoma duodenale, Necator amaricanus, Tênia solium e saginata.

Age através da inibição da polimerização dos microtúbulos por sua ligação a β-tubulina. A toxicidade seletiva desse fármaco é atribuída a afinidade mais alta pela β-tubulina parasitária.

PRAZIQUANTEL

É indicado para tratamento de esquistossomose por todas as espécies de Schistosoma, na fase adulta e de larvas de todos esses cestodeos, incluindo cesticicose, da Tênia solium, Cysticircus cellulosae.

Produz dois efeitos principais, em concentrações baixas aumenta a atividade muscular, causa contrações e paralisia espástica. Em quantidades mais altas, causa lesões tegumentares e expõe alguns antígenos do parasito.

DIETILCARBAMAZINA

Indicado para tratamento de filariose linfática, loíase, oncocercose, toxiocardíase e eosinofilia pulmonar por Wuchereria bancrofti.

Não está bem elucidado, entretanto as microfilárias sensíveis são as mais afetadas pelo medicamento, no estágio de desenvolvimento desaparecem após o tratamento, entretanto não possui o mesmo efeito com as formas adultas.

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