SAÚDE DA CRIANÇA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS BRASILEIRAS E A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO

Programas

DNCr: Departamento Nacional da criança; proteção à maternidade, infância e adolescência.

Criada na década de 1930-1940, criada pelo ministério da saúde e educação pela alta taxa de mortalidade infantil, em torno de 162/1000 nascidos vivos

CPMI (1970): Coordenação de Proteção Materno-Infantil; com o objetivo de reduzir as mortalidades maternas e infantis.

1975 a CPMI lançou o Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil com o objetivo de redução da mortalidade materna e infantil.

Em meio a um debate global no ano de 1980 foi criado o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher e Criança (PAISMC)

tinham como principais ações em relação à saúde da criança visavam à promoção do aleitamento materno e orientação para alimentação em situação de desmame, controle das IRA, diarreia e desidratação, imunização básica, e acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento

Em 1984, o PAISMC foi desmembrado em
dois programas: o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) e o Programa de Atenção Integral à saúde da Criança (PAISC).

PAISC manteve as linhas de ações

PAISMC, e ainda agregou-se a prevenção e o manejo do baixo peso ao nascer, a prevenção dos acidentes e intoxicações, a assistência ao recém nascido e a criação do cartão da criança como instrumento para o acompanhamento do crescimento

Redução dos óbitos infantis foi intensificada ainda mais com essas medidas, apresentou uma queda de 5,5%.

Final da década de 1980, foi criado o Sistema Único de Saúde-SUS

Saúde passou a ser entendida a partir do conceito de integralidade, gerando politicas que agregavam ações de proteção, promoção e prevenção

Em 1991 houve a criação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), e no ano de 1994 houve a criação do Programa de Saúde da Família (PSF).

Tais programas trouxeram, pela primeira vez, o foco para a família

A ESF potencializou a atenção à saúde da criança com grande impacto na redução da mortalidade infantil

AIDIPI: Atenção Integral a Doenças Prevalentes na Infância, adotada no Brasil em 1996

Tratou-se de uma estratégia
para o seguimento da saúde da criança a ser utilizada na ESF para avaliação dos fatores que afetam a saúde infantil

Subtópico

No ano 2000 foi lançado o método Canguru

Estabeleceu um modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado e singular ao recém-nascido pré-termo (RNPT).

Em 2004 foi lançada a agenda de compromissos para a saúde integral da criança e redução da mortalidade infantil

Com o objetivo de concentrar esforços na
organização da assistência à população infantil, contemplando, desde o primeiro atendimento, nas unidades básicas de saúde, até a atenção especializada dos casos mais graves, que exigiam internação nas unidades de média e alta complexidade

Tal agenda apresentou como princípios
norteadores: a intersetorialidade, universalidade,
acolhimento, responsabilização, integralidade,
resolutividade, equidade, trabalho em equipe, ênfase nas ações de promoção da saúde, participação da família e comunidade e avaliação contínua da assistência prestada

Em 2005 houve a publicação da caderneta da criança, como instrumento de vigilância à saúde da criança, a partir de uma revisão do antigo cartão

Em 2009, foi lançada a estratégia
“Brasileirinhos e Brasileirinhas Saudáveis”

Cujo objetivo era possibilitar novas ofertas de cuidado
para as mulheres e as crianças, de forma humanizada, e fortalecer aquelas tradicionalmente existentes, na perspectiva do vínculo e do crescimento e desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos.

Em 2011, foi lançada a Rede Cegonha como parte da política de RAS, visando garantir segurança e qualidade na assistência à mulher em todo o ciclo reprodutivo e cuidado integral à criança no nascimento, crescimento e desenvolvimento

Em 2013, foi implementada "Estratégia
Nacional para Promoção do Aleitamento Materno
e Alimentação Complementar Saudável no SUS Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil"

Com o objetivo de qualificar o processo de trabalho dos
profissionais da atenção básica para reforçar e incentivar a promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável para crianças menores de dois anos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS

Em 2015 por meio da
portaria 1130, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), a qual ampliou o foco das ações de atenção à saúde da criança até os nove anos de vida

A PNAISC se estrutura em sete eixos, cada
qual contemplando ações estratégicas específicas
para sua implementação, sendo eles: A atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido; O aleitamento materno e alimentação complementar saudável;
A promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral; A atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas; A atenção integral à criança em situação de violências; A prevenção de
acidentes e promoção da cultura de paz; A atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade e a vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e
materno.

O Enfermeiro

Papel importante seja em nível individual, através da consulta de enfermagem ou em nível coletivo com atividades de educação em saúde

Olhar integral ao indivíduo, os enfermeiros
reconhecem o valor da consulta de puericultura
para a garantia da saúde da criança

É importante ressaltar que a enfermagem tem uma contribuição fundamental na consolidação do modelo assistencial do SUS, o que significa uma transposição do processo de trabalho centrado em procedimentos e em profissionais para um processo centrado no usuário, baseado no imperativo ético da clínica ampliada, seja para organização dos serviços ou para a atuação profissional.

Em 2006, por meio da portaria 399, de 22
de fevereiro, na perspectiva de superar as dificuldades enfrentadas pelo SUS naquele momento, foi proposto, pelo Ministério da Saúde, o Pacto pela Saúde

Um instrumento que comporta três
dimensões: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do
SUS e Pacto de Gestão, com a finalidade de
qualificar a gestão pública do SUS

O Pacto pela Vida é constituído por um conjunto de compromissos sanitários expressos em objetivos, dentre os quais, destacam-se: a redução da mortalidade materna, infantil neonatal e a consolidação e qualificação da ESF

A partir do ano 2000, após varias estratégias utilizadas houve um claro avanço nas condições de saúde das crianças brasileiras, o que fica evidenciado pela taxa de mortalidade infantil, em 2015, de 15 óbitos por 1000 nascidos vivos