DESENCADEAMENTO DO PARTO
Eventos embrionários iniciais
Inicia-se a divisão mitótica do zigoto
O embrião em desenvolvimento permanece nas tubas uterinas 2-4 dias após a concepção
Isso permite a sincronização entre o desenvolvimento embrionário e uterino
A progesterona produzida pelo CL estimula o endométrio à produção do "leite uterino"
Mórula
Embrião cuja divisão acaba de ultrapassar o estágio de 6 células
Conforme a mórula se desenvolve, é formada uma cavidade no interior desta, que passa a se chamar blastocisto
A zona pelúcida se rompe nessa fase
Fixação embrionária
O ciclo estral cessa com o estabelecimento da prenhez
A progesterona é a mesma do diestro
O período de fixação varia entre 7 a 35 dias nas espécies domésticas
O embrião se fixa ao endométrio e há o desenvolvimento da placenta
Produção de Progesterona CL x Placenta
Vaca, cabra, cadela, gata e porca
CL produz a maior parte da progesterona que mantêm a gestação
Égua e ovelha
A progesterona produzida pelo CL é essencial à gestação dessas espécies até 50-70 dias de gestação. Após esse tempo, a placenta produz a maior parte da progesterona que irá manter a prenhez
Estágios do parto
Estágio 1
Contrações do miométrio com dilatação da cérvix
Estágio 2
Expulsão do feto através do canal do parto dilatado
A medida que o feto avança pela vagina, a membrana corioalantóide se rompe devido à pressão criada pelo mesmo
O líquido liberado aqui fornece lubrificação para o canal do parto
A superfície lisa do saco amniótico desliza por esse líquido e é expelido junto com o feto, que é liberado sem ter contato com o canal do parto
O saco amniótico pode permanecer intacto, porém, é rompido pelo feto ou pela mãe após o nascimento
Nas espécies polítocas, as placentas são expelidas logo após cada feto, já nas espécies monótocas, a placenta é expelida algumas horas após o parto
Estágio 3
Expulsão da placenta
O cordão umbilical deve ser rompido se não ocorrer de maneira natural
Quando isso ocorre, os vasos umbilicais sofrem retração para que não ocorra hemorragia
A placenta já vem se separando do útero e se desfazendo durante o estágio 2 devido às contrações do miométrio, que abrem as criptas endometriais onde ocorria as conexões
As contrações uterinas continuam após o parto para que o restante dos líquidos fetais e a placenta sejam expulsos e o útero involua para seu estado não-gravídico
Todas as espécies, com exceção da égua, ingerem sua placenta
A expulsão da placenta sofre retardo no caso de prematuridade no neonato ou de infecção no útero
Estágios 2 e 3 ocorrem ao mesmo tempo em espécies que têm ninhadas
Tópico principal
Dilatação da cérvix
Inicialmente ocorre pela interação entre a estrona, relaxina e PGF2alfa, se intensifica posteriormente pela pressão exercida pelo feto, que inicia o estágio 2 do parto
Quando o feto penetra a cérvix, as terminações nervosas locais são estimuladas
Por via aferente, um estímulo nervoso chega ao hipotálamo, que estimulará a hipófise anterior e produzir ocitocina
A ocitocina irá agir como um estimulante às contrações intensas do miométrio
Anatomia funcional da glândula mamária
Corresponde a uma glândula sudorípara modificada que secreta leite para nutrição da prole
Composta por um sistema de ductos que conectam massas de epitélio secretor
Reconhecimento materno da gravidez
O embrião envia uma sinalização antes de se fixar no útero (pouco antes do final do diestro) para que o CL seja mantido
No caso dos ruminantes, a sinalização é de proteínas trofoblásticas
Nos suínos, os embriões secretam estradiol, que secreta a PGF2alfa no útero, impedindo que ela siga para o sangue
Na égua, o embrião migra de corno uterino à outro muitas vezes ao dia, inibindo a secreção da PGF2alfa pelo endométrio
Placenta
Parte dos anexos placentários que une feto e mãe
Pode ser classificada quanto às partes materna e fetal que se relaciona em três tipos principais
Epitéliocorial
Epitélio do útero justaposto ao córion fetal sendo a placenta
Éguas, porcas e ruminantes
Endotéliocorial
Epitélio uterino é digerido e córion fetal se une ao endotélio dos vasos do endométrio uterino
Cadelas e gatas
Hemocorial
Placenta de maior intimidade
Primatas e roedoras
Quanto ao modo em que se estabelecem a união córion ao endométrio, a placenta pode ser classificada como
Difusa
Égua e porca
córion está aderido em qualquer local na superfície endometrial
Cotiledonária
Ruminantes
Córion destes animais possui estruturas ovais denominadas de cotilédones
Zonária
Cadela e gata
Esses animais também possuem vilosidades coriônicas, porém elas ficam restritas na região equatorial formando um cinturão
Discóide
Primatas e coelhas
As vilosidades coriônicas ficam dispostas formando um círculo ou disco
Órgão gestacional de trocas nutricionais, gasosas e residuais entre o feto e a mãe
A energia é fornecida ao feto na forma de glicose, aminoácidos, vitaminas hidrossolúveis (B e C) e esteróides
O feto é capaz de produzir proteínas e vitaminas lipossolúveis
Hormônios proteicos e himunoglobinas não são transmitidos da mãe para o feto
Progesterona
Inibe contrações uterinas, mantém a contratilidade da cérvix e estimula a produção do "leite uterino" pelas glândulas endometriais
Produção placentária de estrona
Secretada pela placenta em diferentes concentrações de acordo com a espécie gestacional
É menos ativa que o estradiol produzido pelos folículos
Conforme o fim da gestação se aproxima, a estrona aumenta consideravelmente, estando esta preparada para o parto (aumento de proteínas contráteis do útero e mediação da rede vascular uterina
Lactogênio e prolactina
As placentas de ovinos e bovinos secretam o lactogênio (somatomamotropina) responsável pelo crescimento fetal e desenvolvimento das glândulas mamárias
O lactogênio diminui a utilização materna da glicose, desviando maior parte dela para o feto.
Isso estimula a secreção de insulina pelo feto, que induz o crescimento fetal
Subtópico
Antes do parto, a secreção de prolactina pela placenta aumenta
Relaxina
Gata, cadela e égua
Produzida pela placenta, com início de secreção no início da gestação
Porca e vaca
Função de manutenção da atividade uterina, além de preparar o trato reprodutivo para o parto
Alterações pré-parto
O parto eutócito resulta de eventos sincronizados que culminam com a expulsão do feto sem dificuldade significativa
Simultaneamente ocorre a maturidade do feto, iniciação da lactação, expulsão da placenta e estabelecimento da ligação entre mãe e recém-nascido
Há um aumento da secreção de cortisol pelo feto, que promove a conversão da produção de progesterona em secreção de estrona pela placenta
O cortisol fetal estimula o desenvolvimento final do trato respiratório do feto e o depósito de glicogênio no fígado do mesmo
A estrona estimula o endométrio a produzir a PGF2alfa de maneira progressiva, até que, um a dois dias antes do parto a (PGF2alfa) aumenta significamente
A PGF2alfa aumenta a contratilidade uterina, aumentando as concentrações de cálcio no citoplasma das células do miométrio
Realiza também a luteólise, reduzindo a progesterona e o bloqueio exercido por ela na contratilidade do útero
Durante a luteólise, ocorre a secreção de relaxina na porca e na vaca
Esse hormônio permite que não ocorram contrações uterinas imediatas, permitindo o desenvolvimento final do feto
Atuando juntamente com a estrona, a relaxina estimula a distensibilidade da cérvix e o aumento da elasticidade dos ligamentos pélvicos (expansão do canal do parto)
A estrona atua como um sincronizador de contrações uterinas, permitindo que todas as fibras musculares lisas do miométrio se contraiam ao mesmo tempo e ritmo
Também regula a quantidade de receptores de ocitocina nessas células
A ocitocina, cuja produção hipofisária antes era inibida pela progesterona, agora começa a ser estimulada pela estrona
Eventos mecânicas
Contrações uterinas ocorrem em intervalos de acordo com a espécie e promovem a rotação do feto, de modo que ele se apresente de maneira correta à cérvix materna
Período puerperal
Período compreendido entre o parto e o estro
O CL da gestação regride próximo ao parto, e por um período, o crescimento folicular ovariano é estático na maioria das espécies e ocorre um anestro puerperal
A amamentação inibe a atividade ovariana, exceto na égua
Égua entra em estro 8-12 dias após o parto (cio do potro)
No puerpério, o local do endométrio onde ocorreu a conexão placentária é reparado e o útero volta ao seu tamanho original (involução uterina)