ESPORTES COLETIVOS I FUTSAL E FUTEBOL
HISTÓRIA DO FUTEBOL
E FUTSAL
Antes de se tornar um esporte, o futebol passou por diversas mudanças ao longo
da história. Na China, os militares realizavam um jogo semelhante ao futebol com
o objetivo de treiná-los, bem como na Itália, no Japão e em outros países, também
existem relatos de atividades com características semelhantes ao qual a principal
característica era o de utilizar os pés para manusear e chutar objetos.
A própria etimologia da palavra ajuda a reforçar a ideia da criação pelos Ingleses.
Vamos separar a palavra “futebol”, fute - bol, assim, podemos observar que são
parecidos com as palavras do idioma inglês foot (que quer dizer pés) e ball (que em
sua tradução quer dizer bola), ou seja, pé e bola.
No Brasil, essa história começou um pouco mais tarde. Alguns historiadores relatam
jogos sendo disputados em algumas cidades brasileiras, principalmente em portos
ou em praias do Rio de Janeiro e no nordeste, mas em geral, podemos citar o ano
de 1894 em que tudo foi acontecendo. Foi uma época que trabalhadores de todo o
mundo estavam vindo ao Brasil a procura de trabalho
Uma dessas famílias, de origem inglesa, teve um filho chamado Charles Miller, que
nasceu na cidade de São Paulo em 1974, mais precisamente no bairro do Brás. Aos
nove anos Charles foi estudar na cidade natal de seus pais. E em 1984 ele voltou
e trouxe consigo uma bola e uma chuteira, que até então ninguém sabia para que serviria tais materiais. Foi então que Charles foi disseminando o esporte, explicando
para que servia aquela bola e que ninguém poderia tocá-la com as mãos, ou seja, ele
foi explicando as regras e assim, todos foram aprendendo a gostar do futebol
A elite paulista deu o “pontapé inicial”, em 1901 formou o primeiro clube destinado
ao futebol, o São Paulo Athletic Club, e então, pouco tempo depois, foram criados
outros clubes. Até que um ano depois foi organizado o primeiro campeonato. Tudo
aconteceu muito rápido, desde a chegada do esporte ao Brasil, apresentado por Charles
Miller até o primeiro campeonato, ou seja, como diz uma expressão usada “Foi amor
à primeira vista”.
Neste tópico está unido a história do futsal no Brasil e no mundo, justamente porque
falar da história do futsal é passar pelo Brasil e Uruguai. Há relatos que em 1930, mais
precisamente no Uruguai, na Associação Cristã de Moços (ACM) teve início da prática
deste esporte, chamado de indoor football, ou seja, futebol indoor que nada mais é do
que futebol jogado em quadra, daí temos o nome de futebol de salão.
Em algumas épocas do ano, os praticantes tiveram dificuldades em achar um local
adequado para a prática, em função das épocas de frio, que não eram consideradas
agradáveis. Então esses jogadores precisavam migrar dos campos para outros
locais, de preferência fechados. Os salões que serviam para diversos eventos, agora
estavam sendo utilizados como locais que todos poderiam jogar futebol. O único
problema era que o jogo estava mais restrito, pois mesmo os salões sendo de grandes
proporções, não comportavam a mesma
quantidade de jogadores que os campos
de futebol. Começavam aí as mudanças,
principalmente na quantidade de
jogadores, tamanho da bola, dimensões
da quadra de jogo e tamanho das traves
e travessão.
Além do embate entre os nomes deste
esporte, diferentes confederações, ou
seja, órgãos que organizam e regem
o esporte, também começaram a ter
suas diferenças colocadas à prova, o que atrapalhou o seu desenvolvimento como esporte, pois não tinha de fato quem
o organizasse. Desta forma, o futsal ficou estacionado no tempo até a criação da
Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), filiada a FIFA.
A partir da criação da CBFS e reconhecimento do futsal enquanto modalidade, o
Brasil passou a ser destaque, ganhando a maioria dos campeonatos. Com o passar
dos anos, outros diferentes países foram se destacando, quebrando a hegemonia
brasileira, mostrando que o futsal estava crescendo no mundo. Além de se destacar
como equipe, o Brasil teve jogadores que se sobressaíram, primeiramente o jogador
Manoel Tobias e mais recentemente Falcão, jogador brasileiro premiado diversas vezes
como melhor jogador do mundo.
SOCIOLOGIA E CULTURA
ESPORTIVA DO FUTEBOL
E FUTSAL NO BRASIL
Falar da cultura esportiva no Brasil parece ser fácil. Com certeza quando se fala
em esporte, logo vem em nossa cabeça o futebol. No Brasil parece ser sinônimo as
palavras esporte e futebol, ou seja, esporte é o mesmo que futebol, como se fossem
sinônimos. Veja essa música abaixo de uma banda chamada “Skank”, ela fala de toda
a paixão que o brasileiro tem pelo futebol e de algumas jogadas durante uma partida.
Fruto do esporte mais televisionado, não é por acaso que o futebol e futsal são
os esportes mais praticados no país. Entre família e amigos, todos torcem por um
time (de futebol). Socialmente, vivemos em uma sociedade que o time de coração
das pessoas é um time de futebol e isto é passado de geração para geração em uma
família e vemos o mesmo comportamento na família dos amigos mais próximos.
Praticamente uma religião, os times são seguidos nas redes sociais, pessoas são
sócias-torcedoras, tatuagens no corpo com o escudo do time.
A influência dos pais na escolha da modalidade esportiva a ser praticada é muito
grande. Quando o filho é menino mais ainda. O primeiro presente, quase que unânime é
uma bola de futebol, ou então o filho já sai da maternidade com o uniforme do time de
futebol, a festa de aniversário tem como tema futebol, enfim, a criança já é inserida na
sociedade e com ela, a cultura do esporte, mais especificamente do futebol. Portanto,
a cultura familiar ali cultivada é passada para as gerações futuras.
Toda essa paixão pode ser aproveitada para o lazer. Atualmente, é disseminado
a importância da prática de atividade física e se for realizada de maneira prazerosa
é muito melhor. Quem não gosta de realizar uma corrida ou caminhada ao ar livre
“jogando conversa fora”, jogar vôlei com amigos, arremessar umas bolas na cesta
de basquete até acertar uma cesta de 3 pontos ou jogar aquela bolinha com amigos
e depois conversar sobre o jogo, a famosa “resenha”? Aposto que a maioria pensou
no futebol ou futsal, esta modalidade muito provavelmente, será a mais citada entre
indivíduos que praticam algum esporte.
O modo como andam fica bem claro, o indivíduo que é jogador tem um jeito de andar
diferente, o corpo tem um molejo peculiar. A fala é outro ponto de destaque, palavras
são corriqueiramente faladas e aprendidas por aqueles que vivem a modalidade. Então,
percebemos que é uma cultura fortemente sendo inserida na sociedade, personificando
os adeptos do futebol.
De forma geral, o futebol e futsal estão presentes no nosso dia a dia. Sua prática
ocorre como se fosse uma atividade corriqueira de nossa rotina como escovar os
dentes, tomar banho entre outras. Por um lado temos diversas pessoas procurando
centros para jogar futebol ou futsal e poucas procurando locais para prática de qualquer
outra modalidade como basquete, handebol, vôlei entre outros esportes.
Muitas vezes estes esportes mais disseminados são praticados devido a sua
facilidade de prática, porém, temos muitos outros esportes que poderiam ser realizados
de maneira prazerosa e consequentemente, fazendo com que as crianças experimentem
outros tipos de esporte, aumentando o leque de movimentos motores aprendidos.
Poucas pessoas conhecem um esporte chamado tchoukball. Parece um esporte
muito difícil, com esse nome estranho só pode ser coisa de outro mundo. Porém,
esta modalidade está presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ou seja,
se está presente neste documento quer dizer que deve ser executado por alunos
de séries escolares iniciais. Sendo assim, este esporte garante o aprendizado de
diversas competências, no qual destacamos uma característica muito marcante, que
é a cooperação, ou seja, o papel de desenvolvimento social através esporte.
A partir do que discutimos, podemos perceber a importância de se trabalhar o futebol e
futsal. Trata-se de uma modalidade com fortes traços culturais e de grande qualidade no
desenvolvimento motor, cognitivo e social, que discutiremos em outros capítulos. Desta
forma, estaremos garantindo um pleno desenvolvimento com um esporte que agrada a
muitos, lembrando também da importância de investigar outras modalidades para garantir
a maior variedade motora no aprendizado e desenvolvimento de um indivíduo.
PEDAGOGIA DO
FUTEBOL E FUTSAL
Esse tema surgiu a partir da ideia sobre o ensino do futebol e futsal nas
escolas para as crianças. O processo de ensino e aprendizagem vai muito além do
senso comum do “rolar a bola”, muitos já ouviram essa frase ou vivenciaram essa
experiência do professor de educação física chegar em sua aula e somente entregar
a bola para os alunos e eles que joguem da forma que entenderem. Hoje o desafio
é quebrar essa mentalidade e trabalhar o futebol e futsal de acordo com tudo que
podem agregar no conhecimento.
Quando falamos em ensino do ato de jogar futebol, muitos já devem pensar que
sabem jogar bola, então é fácil ensinar, porém o ensino vai muito mais além do
saber chutar, por exemplo, se eu sei executar uma tarefa, consequentemente eu sei
ensinar, o profissional ou responsável pelo ensino pode contribuir com o processo de
desenvolvimento da criança utilizando métodos de ensino, passo a passo, respeitando
a individualidade de cada criança
Dentro do ensino do esporte, o aprendizado relacionado ao crescimento e
desenvolvimento infantil é muito mais importante do que qualquer outro gesto
técnico. O contexto envolvido na aprendizagem deve trilhar um caminho em que a
criança aprenda de forma lúdica um gesto motor. Isto quer dizer que a partir do que é demonstrado em cada aula, o professor pode ir ensinando utilizando a brincadeira
para ensinar algumas características do chute, fazendo com que a criança pense no
que está fazendo, e assim ela não tenha receio do errar consequentemente se sinta
bem realizando tal tarefa.
Mas qual o papel da escola no processo de crescimento e desenvolvimento da
criança, se o futebol ou futsal pode ser ensinado na rua? O chute que a criança
aprende observando um colega, um passe diferente pode ser o mesmo do ensinado
na escola. Então, a escola é um lugar não só de aprendizado de gestos motores, mas
também do porquê aprender estes gestos. A criança deve sabe o motivo pelo qual
ela está aprendendo tal movimento, ou seja, o ensino deve ser baseado no aprender
a aprender (DUARTE, 2001; SANTOS e BORUCHOVITCH, 2011).
Na verdade, tanto o ensino de futebol aprendido em escolinhas e o na rua se
complementam, pois na escolinha de futebol, o ensino é voltado para a prática, os
exercícios são específicos para o futebol. Se precisamos de resistência física para
correr e aguentar todo o período de jogo, podemos colocar as crianças para correr
em esteiras, por exemplo, que o condicionamento físico será melhorado. O futebol e
principalmente o futsal, exigem do jogador explosão muscular, movimentos rápidos
e na escolinha isso pode ser feito, diversos exercícios podem ser periodizados com
essa finalidade.
O grande desafio dos professores é arquitetar o ensino fundamentado na educação
de valores sociais, motores e cognitivos. O uso do futebol como ferramenta de ensino
destes valores é mais significativo, pois estaremos relacionando atividades em que
o esporte mais popular do Brasil e que todas as crianças se identificam. Portanto, o
futebol dificilmente será um esporte rejeitado no processo de ensino/aprendizado,
então pode ser usado em prol do desenvolvimento integral da criança.
Pensando na perspectiva do aprender a aprender e do processo de ensino/
aprendizagem voltado aos valores para a vida, espera-se que o futebol e futsal, esportes de característica coletiva, as crianças sejam capazes de resolver conflitos de jogo e que
leve essa solução para situações do dia a dia, por exemplo, respeito entre adversários,
saber perder, discriminação entre outros.
A técnica ensinada nas aulas de educação física, sim é interessante, mas vamos
ressaltar agora o jogo. A prática esportiva em si, com a bola nos pés, certamente veremos
crianças brincando, correndo para todos os lados atrás da bola sem organização tática,
alguns já devem estar pensando algo negativo, que não pode ou que não deveria ser
assim, mas este é momento em que a criança está experimentando o futebol, elas
podem não estar praticando o futebol de maneira técnica, com as táticas todas certas
e bem delimitadas, porém muito mais importante que isso, elas estão convivendo
umas com as outras, socializando e brincando
Conhecer o esporte é fundamental para seu pleno desenvolvimento e de forma lúdica
a efetividade do aprendizado aumenta, as possibilidades de aprendizagem se espalham até mesmo para outras disciplinas. O futebol e futsal não necessariamente precisam
ser uma disciplina de educação física, pode ser tratado assuntos como geografia,
história, matemática entre outras, por exemplo, podemos fazer um campeonato em
que times são formados a partir de nomes de outros países e cada time deve contar
a história desse país, ou então, realizar algumas brincadeiras envolvendo o futebol
como só vale tocar na bola quando o professor disser um número ímpar, enfim, são
várias possibilidades.
Portanto, cabe ao profissional de educação física voltar um pouco o olhar para
o desenvolvimento infantil nas esferas motora, social e cognitiva, para isso devem
esquecer um pouco a técnica do esporte e usá-la como ferramenta de formação
integral, neste caso, contemplar os fundamentos do futebol e futsal é importante, mas
pensando principalmente do poder do esporte em fazer com que a criança tenha um
desenvolvimento voltado para seu crescimento enquanto sujeito cidadão.
É um ciclo de crescimento e desenvolvimento, quanto maior o repertório motor, mais a
criança vai aperfeiçoar sua função cognitiva, capacidade de pensar e consequentemente,
saberá conviver socialmente por todas experiências de convívio que ela tem durante
a prática do futebol ou do futsal. E também, para quem ainda pensa no rendimento
esportivo, com certeza terá um desempenho melhor nestes esportes.
CAPACIDADES EXIGIDAS
NO FUTEBOL E FUTSAL
Na prática do futebol e futsal são necessárias algumas habilidades, seja ela física,
metal ou social, sendo que cada um destes itens com suas especificidades no qual
trabalhados nas crianças, contribuem tanto para o sucesso da execução de alguns
fundamentos que iremos discutir nos capítulos posteriores, quanto para o crescimento
e desenvolvimento dos praticantes. Vamos pensar em um jogo recreativo de futebol ou
futsal, o que mais percebemos nos praticantes após o término da partida é o cansaço
não é mesmo? Mas não podemos esquecer que várias capacidades são exigidas
durante o jogo como capacidade de socializar com outras pessoas e capacidade de
pensar em estratégias do jogo
Por isso, as aulas para o público infantil não devem ter uma duração muito longa.
Crianças gostam muito de correr, mas a capacidade fisiológica ainda não está desenvolvida. As dimensões do campo de futebol são grandes exigindo assim maior
capacidade respiratória, por isso as crianças tendem a ficar mais cansadas, isto ocorre
devido à capacidade respiratória.
Então, percebemos que a capacidade cardiorrespiratória, ou seja, as condições
físicas dos praticantes são muito exigidas. Como característica principal, no futebol
de campo as corridas são mais longas, variando de baixas e altas intensidades e
no futsal mais curtas, predominando intensidades altas, mas de forma geral temos
capacidades físicas diferentes, portanto, é preciso saber da importância destes esportes
quando falamos de resistência física. Para a criança, correr é atividade que elas mais
gostam e com a prática do futebol e futsal, conseguimos unir o esporte à atividade
mais prazerosa das crianças. Desta forma, estamos atendendo as demandas de
crescimento e desenvolvimento.
Além do deslocamento em alta e baixa intensidade, acrescentamos também o
deslocamento lateral, outro importante componente a ser aprendido pelas crianças. A
lateralidade envolve o conhecimento sobre o que é o lado esquerdo e direito. Durante o
jogo, podemos citar as posições dos jogadores, que ficam do lado esquerdo e direito,
a bola que pode ser lançada para ambos os lados, mudança de direção durante uma
corrida com ou sem a bola. Então, há variados movimentos relacionados à lateralidade
dos praticantes.
Toda essa ação de correr, seja ela de alta ou baixa intensidade, somado à mudança
de direção que estes esportes podem oferecer durante o jogo, podem ser melhor
executados se aprendidos corretamente durante a fase dos fundamentos. E para que
isto ocorra as crianças devem ter melhor desenvolvido a função cognitiva das crianças,
ou seja, da capacidade de executar distintas tarefas com múltiplos movimentos.
O futebol e futsal são esportes com forte característica coletiva. Ambos têm
como particularidade a participação em equipe, são jogados e caracterizados pela
participação dos companheiros de equipe. O sucesso no jogo exige a participação
de todos, portanto, há a necessidade de entender seu lugar na equipe. Qual o seu
papel na equipe, o que você precisa desempenhar para que o jogo se desenvolva?
São perguntas cujas respostas pode nos nortear, nos dar uma direção para entender
nosso papel na sociedade, portanto, com estas modalidades toda questão social pode
ser trabalhada em crianças.
Dificilmente vemos meninas e meninos jogando bola juntos, mas por qual seria
o motivo? Provavelmente devido à imposição social do esporte ser voltado para os
homens. Assim, podemos utilizar destes esportes para inserir socialmente crianças
neste pensamento, de que homens e mulheres devem ter o mesmo direito. O aprendizado
social pode ser relevante para todas as crianças, pois assim estaremos, através destes
esportes, o respeito e a conviver socialmente.
Outro fator social importantíssimo e o contato com outras pessoas durante o jogo.
Cada pessoa tem uma característica diferente, umas pessoas são mais calmas, outras
mais explosivas. Temos distintas personalidades e todos os jogadores, sejam do mesmo
time ou do adversário, devem saber conviver com essas diferenças. Como enfrentar
adversários que durante o jogo ficam nervosos? Este tipo de atitude é a melhor forma
de saber como agir no dia a dia, pois podemos nos deparar com este tipo de situação,
assim, temos o esporte ensinando a conviver de melhor forma possível socialmente.
TÉCNICA E TÁTICA
No futebol e no futsal o esquema tático usado pode determinar o melhor
posicionamento dos jogadores em campo ou em quadra, por conta desta importante
característica é que ao longo dos tempos foram criados diferentes desenhos táticos,
ou seja, sistemas de jogo para tentar vencer o adversário a partir de posicionamentos
e jogadas.
Mas todo esse rigor na escolha tática só será executado se o jogador tiver uma boa
técnica. O conceito de técnica quer dizer a capacidade de um jogador realizar alguma
tarefa com certa eficiência. Quanto maior habilidade na execução de determinada
tarefa, maior será a chance de sucesso tático ou obediência tática no sentido de saber
qual o seu posicionamento e suas funções dentro do jogo coletivo
Então, a técnica merece um destaque no quesito importância, a começar pelas regras,
o não conhecimento ou entendimento da regra ou de como jogar, influencia no momento
de preparação das crianças para uma partida. Sabendo disso, pensando na técnica é
iniciando a criança, ensinando os fundamentos que colheremos melhores jogadores
no futuro e principalmente, teremos crianças com melhoras na coordenação motora.
É uma lógica fácil de entender, ensinando os fundamentos, as crianças melhoram a
função motora ou coordenativa do corpo e consequentemente mais desenvolvidas
Ambos esportes, futebol e futsal são esportes coletivos, então o individual não
atende as expectativas do jogo, as crianças devem saber jogar com o coletivo, com
os colegas de time, neste momento entra a tática em que todas as possibilidades e interação entre pessoas acontece, já adianto que esta é um ponto fundamental
de aprendizado para as crianças, a interação social, a viver em sociedade, respeitar
a cultura, o famoso “jeito” de uma pessoa, elemento que estes esportes ajudam no
desenvolvimento das crianças.
Quando falamos em tática já devemos associar à forma de jogo, acredito que muitos
já assistiram um jogo de futebol, então vou fazer uma pergunta para todos pensarem,
vocês conhecem alguma posição de jogadores de futebol? Certamente sim, todos já
ouviram falar em zagueiros, atacantes, meio campo entre outros e onde entra a tática?
Exatamente neste momento, sobre o que cada um deve fazer e defensivamente e
ofensivamente.
No futsal o jogo é bem dinâmico, não para, a bola rola de um lado para o outro,
parece tudo bagunçado, mas na verdade tem um sistema ali implantado. O mais
básico deles é o 2 x 2, consiste em dois jogadores no ataque ou quadra adversária
e dois na defesa (DA COSTA, 2009). Por ser de fácil assimilação e utilização durante
um jogo, este esquema permite uma iniciação às crianças.
Outro sistema de grande uso atualmente é do goleiro/linha, o qual é usado somente
em ocasiões em que o time está perdendo. Para aumentar o número de jogadores e
ficar em vantagem numérica para a realização do ataque, algumas vezes os técnicos
podem sacrificar o goleiro para que jogadores especializados no ataque entrem em
quadra para a ação ofensiva (DA COSTA, 2009.
No futebol e no futsal, a partir do momento que a bola está, por exemplo, com o
goleiro, já podemos dizer que irá iniciar uma ação ofensiva, portanto, quando o goleio
chutar a bola iniciamos o ataque. Neste momento, o goleiro pode escolher dar um
chute em direção ao campo adversário ou sair realizando um passe de curta distância.
Atualmente vemos muito este tipo de jogada, com o goleiro passando a bola para os
lados, para os meio campistas ou laterais, pois assim, ele estará garantindo a posse
de bola e uma chance de ataque mais efetiva. Quando há o chute em direção ao
campo adversário, a bola geralmente é disputada no alto, então diminui a chance de
manter a posse de bola.
Através deste tipo de jogada pode surgir várias outras como um cruzamento para
finalização, que é o lançamento da bola em direção ao companheiro de equipe. Outra
possibilidade é fazer uma “tabelinha”, nome dado a jogada no qual dois jogadores da
mesma equipe trocam passes rápidos entre si, formando um triângulo para passar
pelos adversários (DA COSTA, 2009)
Da mesma forma que existe sistema ofensivo, existe o defensivo, com a intenção de
defender seu time contra ações ofensivas de time adversário, então também merece uma
discussão e é o que faremos aqui neste tópico.
Muito usado pelos treinadores, o sistema de marcação individual é de fácil entendimento
das crianças por consistir simplesmente por marcar um jogador do time adversário
individualmente, ou seja, para o local que o adversário correr, a criança responsável em
marcá-lo deve ir para o mesmo local, junto, marcando de perto, fazendo com que a ação
do adversário seja atrapalhada
Outro sistema que pode ser implantado é a marcação por zona ou por determinação
de espaços. Neste tipo de tática defensiva, o técnico determina em qual área ou setor da
quadra o jogador vai marcar, independentemente de qual jogador estará em sua área. É
muito comum neste sistema de defesa os jogadores ficarem fixos na região determinada
e marcar o adversário.
Quando a bola está com o adversário, os jogadores de marcação imediatamente
executam uma ação defensiva na intenção de conter o ataque, assim, essa contenção é
uma ação defensiva que grande efetividade para no mínimo diminuir o volume de ataque,
isto é, parar o ataque. Feita esta contenção, o time adversário terá que passar a bola entre
seus companheiros de time e isso aumenta a chance de retomar a bola, interceptando
o passe.
DOMÍNIO E CONDUÇÃO
Após adquirir o conhecimento sobre passe e todas as suas características e
variações, vamos agora estudar um pouco sobre o domínio e condução da bola. Se
algum jogador realizou o passe, alguém deve recebê-lo concordam? Portanto, a criança
que receber o passe, deve dominar a bola, fazer com que fique no seu controle. O
domínio de bola nada mais é do que amortecer a bola e a manter mais perto possível.
Feito o domínio, o próximo passo é andar ou correr com a bola, ou seja, conduzir a
bola até o local desejado ou até mesmo realizar outro passe logo depois de dominá-la.
No futebol e futsal, o domínio e condução da bola são extremamente usados para o
objetivo do jogo que é chegar a finalização e posteriormente ao gol.
O amortecedor do carro funciona quase da mesma forma com que a bola deve ser
dominada. Quando estamos andando de carro, por exemplo, o sistema de amortecimento
faz com que o pneu, quando passe por um buraco, amorteça o impacto. No futebol e futsal é a mesma lógica, quando a bola é passada, seja por qualquer força aplicada
durante o passe, devemos agir como um amortecedor, diminuindo a velocidade de
impacto da bola com o corpo.
Se o passe for rasteiro, o domínio pode ser feito pelo pé. Este tipo de passe é
consequentemente o domínio mais utilizado no futsal, já que temos como característica
o jogo mais rápido há a necessidade do passe vir rasteiro e a recepção da bola ser
feito pelo pé. Com relação à parte do pé que toca a bola durante o domínio, pode ser
executada pela parte interna, este membro é bastante utilizado devido o gesto motor
ser melhor realizado com esta parte do pé.
No futsal, o domínio mais usado é feito com a sola do pé. Quando realizado com
esta parte do corpo, a bola é pressionada contra o chão, parando instantaneamente.
Portanto, as probabilidades de jogada aumenta consideravelmente.
Agora, vamos pensar em uma situação que o passe vem a meia altura. Lógico que
vamos pensar no meio de nosso corpo, ou seja, utilizaremos a coxa para dominar a
bola. Este tipo de domínio pode ser visto no futsal, porém é mais comum no futebol
de campo pelos passes, algumas vezes, virem a meia altura. Portanto, neste caso a
coxa faz o trabalho de amortecer a bola, mas também pode ser usado a parte interna
do pé. Para esse movimento, a criança deve levantar a perna lateralmente para que
alcance a bola. Este domínio é bem visto também no futebol.
Logo após o passe, realizamos
a recepção da bola, como vimos
anteriormente, então temos duas
possibilidades de ação, pode ser
realizado outro passe para um
companheiro de equipe ou conduzir
a bola até um local desejado. Este ato
representa levar a bola principalmente
com os pés para a fluência do jogo.
Tanto o futebol quanto o futsal,
ambos têm como característica o
toque de bola ou passes, mas em
muitas situações a bola pode e deve
ser conduzida, por exemplo, até o
campo adversário, ou até mesmo
para perto do gol para o chute.
Na intenção de atender todas essas possibilidades de mudança de direção quando a
bola está sendo conduzida, o corpo faz esse trabalho ajustando a parte do pé em que
será tocada na bola, por exemplo, pensando em uma bola rasteira e em uma situação
de jogo, a parte lateral do pé interna ou externa realiza a mudança de direção. Tanto
no futebol quanto no futsal esta mudança de direção utilizando a parte lateral do pé é menos usada, porém, em várias situações são realizadas previamente um passe lateral,
como forma de surpreender o adversário.
A condução da bola pode ser feita com a sola do pé. Este tipo de condução é
utilizado em situações que antecedem um drible. Este caso é muito usado no futsal,
por ser caracterizado um jogo rápido, tanto do domínio da bola quanto de mudança de
direção, a sola do pé é acionada para tais momentos. No futebol de campo pode ser
visto estas ocasiões, em casos que a bola está sendo conduzida previamente um drible.
Para que a criança consiga participar do jogo, ela deve conseguir conduzir a bola
pelo campo ou quadra, óbvio, sempre respeitando a individualidade de cada, ou seja,
acatando o que cada criança consegue fazer. Diversos exercícios lúdicos são realizados
para tal fundamento. Os mais conhecidos e de grande efeito positivo são aqueles
executados com cones, pois eles possibilitam que as crianças vivenciem todos estes
tipos de condução de bola que estudamos, principalmente com diversas mudanças
de direção e utilizando diferentes partes do pé. Portanto, podemos trabalhar diversas
habilidades, como a lateralidade.
INICIANDO O CHUTE
O chute é o ato de golpear a bola com o pé sendo principalmente executado para
uma finalização em busca do principal objetivo que é o gol, considerado o ápice do
futebol e do futsal. Então, para o fundamento do chute, usamos o pé, mas anterior
a esse gesto motor, devemos levantar alguns pontos como a velocidade com que a
criança chega até a bola para o chute e a parte do pé que golpeia a bola, para então,
em seguida começar a pensar na trajetória da bola.
A iniciação ao chute pode ser o período mais esperado no aprendizado do futebol
ou futsal. É neste momento que todas as crianças esperam para gritar o tão esperado
“gol”. Mas, não é somente dar a bola para a criança e deixá-las chutar, este gesto motor
tem algumas peculiaridades que devemos prestar atenção. O chute envolve algumas
técnicas em sua execução que vamos ver a seguir
O primeiro ponto que podemos discutir é qual o membro dominante da criança.
Imagine uma situação: você está andando na rua e de repente aparece uma bola
na sua frente com umas crianças te olhando pedindo para chutar a bola para eles,
muito provavelmente você irá chutar com a perna dominante correto? Mas e se você chutar com a perna não dominante, o que aconteceria? Provavelmente um desastre
concordam? O mesmo pode ocorrer com as crianças em uma aula, se sem perceber o
profissional falar para uma criança chutar a bola sem saber qual o membro dominante,
o chute não irá sair tão bem executado, podendo gerar um momento de frustração.
No futsal, por se tratar de um jogo extremamente veloz em suas ações, certamente
não é a todo momento que o jogador consegue preparar o chute da melhor maneira
possível, então se pensarmos em qual chute é mais usado no futsal podemos citar todos,
pois estamos falando de um esporte de ações rápidas como falamos anteriormente,
mas em especial destacamos o chute com a ponta do pé, o chamado chute de bico,
por ser um chute que gera uma grande potência muscular e força na bola.
Já no futebol, diferentes características podem ser observadas em relação ao futsal.
O chute pode executado com todas as partes do pé, devido às distintas circunstâncias
oferecidas no jogo. Além do mais, este fundamento pode ser realizado de longa, média
e curta distância, sem falar também na possibilidade do jogador estar com uma
marcação próxima ou não, influenciando na escolha da parte do pé que realizará o
chute. Por exemplo, no caso de um adversário estar próximo, o chute deve realizado
rapidamente, então não há tempo para preparar o chute com uma parte específica
do pé, mas ainda na maioria dos casos é mais utilizado o peito do pé, devido a maior
precisão no chute.
Outro chute que pode ser explorado é utilizando o calcanhar, sendo um caso diferente
para analisar. Este tipo de chute só é concretizado em caso extremo. É realizado
somente quando não há possibilidade de nenhum outro recurso. Muitas vezes são
casos em que a bola chega até o jogador e sem nenhum movimento possível e estando
de costas para o gol adversário é realizado o chute com o calcanhar.
Caso o jogador receba um cruzamento, muitas vezes bem próximo ao gol adversário,
ele somente tem a oportunidade de chutar a bola utilizando o calcanhar, neste caso a
bola chega lateralmente a ele e então encosta o calcanhar na bola fazendo com que
tome a direção do gol. Caso venha a acontecer o gol, a jogada passa a ser chamada
de “gol de letra”.
O chute com a ponta do pé, como citado no início deste capítulo é um recurso muito
usado no futsal devido à potência que pode ser exercida. Mas ainda sim pode ser
visto no futebol. As situações que os jogadores encontram em busca do gol, algumas
vezes não há tempo para pensar como realizar o chute, então o bico da chuteira é
acionado para o chute. Geralmente é considerado um chute feio, de quem não tem
técnica, mas há diversos casos no esporte que os jogadores fazem o gol utilizando
a ponta do pé e ficam marcados na história.
O peito do pé, bastante usado no futebol e menos no futsal, permite que o jogador
coloque muita força no chute. Esta ação é executada para chutes de média e
longa distância, por isso também pode ser realizada em cobranças de falta.
Se repararmos no chute mais rápido, como foi citado anteriormente do exjogador Branco da seleção brasileira, podemos perceber nitidamente que foi
usado o peito do pé, então além da curva ou efeito que a bola fez, o chute
foi exercido com muita força e potência.
Podemos citar aqui uma jogada de efeito
chamada “bicicleta”, que consiste no jogador
saltar e fica de cabeça para baixo para realizar
o chute, ou então o voleio, jogada que, para o
chute, o corpo do jogador fica no alto, mas de
lado, paralelo ao chão, ambos são realizados com
o peito do pé
Geralmente, as crianças chutam somente com a ponta do pé devido a pouca prática.
Então nesta fase de iniciação é importante o professor mostrar as diferentes formas
de chute, para que, além do ensino de novas técnicas, a crianças aprenda novas
formas de execução do chute, consequentemente diferentes gestos motores, que são
importantes para o desenvolvimento motor
REGRAS DO FUTEBOL E FUTSAL
Toda modalidade esportiva deve ter suas regras para que a prática seja igual para
todos, isto quer dizer que elas existem com o objetivo de reger o esporte para propiciar
as mesmas condições para todos os participantes, dizendo o que pode e não pode
fazer, por exemplo, pense em qual seria a principal regra tanto do futebol quanto do
futsal. Tenho certeza que todos pensaram em não colocar a mão na bola, certo? Além
disso, outras regras regem estes esportes, vamos conferir as principais
A quadra é retangular demarcada por linhas que determinam as áreas, linhas laterais,
linha de fundo e linha central delimitando os dois lados da quadra. Suas dimensões
são de 38 a 42 metros de comprimento por 20 a 25 de largura. Isto não quer dizer
que existam quadras menores ou que só estamos nos preocupando com o tamanho
oficial, na verdade o que importa é oferecer condições para a prática. A área da quadra
mede 6 metros e a marcar do pênalti fica em cima desta linha, bem no centro.
O futsal é um esporte muito dinâmico, a bola vai para os lados da quadra muito
rapidamente, pensar em um só árbitro seria praticamente impossível, ele precisaria
correr muito para acompanhar a jogada, concordam? Portanto, são dois árbitros e
ambos podem tomar decisão
A duração de cada partida, em relação às crianças é de dois tempos de 13 minutos
com intervalo de até 15 minutos, já para adultos esse tempo sobe para 20 minutos,
mas quando a bola sai pelas laterais ou linha de fundo o cronômetro para
No futsal não existe impedimento. No momento em que a bola for tocada por
seu companheiro de equipe, o jogador que receber a bola não pode ter a frente dele
somente o goleiro adversário deve ter um zagueiro no mínimo, como no futsal além
das dimensões serem pequenas seria impossível marcar um impedimento
As regras do futebol são bem parecidas com a do futsal, ambos os esportes têm as
mesmas peculiaridades por isso, veremos algumas regras percebendo as diferenças
entre o futsal.
A primeira regra fala do campo, principalmente das dimensões que não são nada
pequenos, com 100 a 110 metros de comprimento e 64 a 75 metros de largura a área
de meta ou a área do goleiro segue por linhas laterais de 16 metros e a marca do
pênalti dentro desta área, a 11 metros da linha de fundo em direção às traves.
A bola deverá ter 68 a 70 cm de circunferência e pesar de 410g a 450g
No futebol tem o trio de arbitragem, com um árbitro principal e dois auxiliares, que
são os bandeiras (geralmente ajudam o árbitro principal com marcações de falta, mas sua principal função é de marcar o impedimento), o árbitro reserva e mais atualmente o
s árbitros no VAR (sigla inglesa “Video assistant Referee”, traduzindo para o português,
“árbitros assistentes de vídeo”
Em relação a bola em jogo, a regra adverte que a bola não pode ultrapassar as
linhas laterais e de fundo do campo por inteira, se a bola ficar em cima da linha, é
considerado bola em jogo, portanto reforço que a bola deve sair completamente para
estar considerada fora de jogo
Diferente do futsal, que não há impedimento, no futebol sim se aplica. Como explicado
acima, o impedimento ocorre quando o passe vir do jogador do mesmo time e este
jogador apresentar somente a sua frente o goleiro.
O esporte é capaz de ensinar muito. Não só na esfera fisiológica, mas também
no que diz respeito ao crescimento e desenvolvimento, fator esse importantíssimo
para que a criança saiba conviver socialmente. E como fazer para que isso ocorra,
ou seja, que ferramenta temos para usar em busca deste objetivo? Quem respondeu
“o esporte” acertou.
Todo esporte tem suas linhas de execução baseadas no desenvolvimento de alguma
habilidade. O futebol e futsal tem como principal característica o coletivo, saber conviver
com pessoas diferentes é fundamental para uma sociedade como a brasileira, tão rica culturalmente. Toda a diferença de pensamento, crenças entre outras características
devem ser compreendidas e respeitadas, e o esporte tem esse poder de entendimento,
compreensão de atitudes diferentes
Portanto, é importante fazer as crianças seguirem as regras, pois assim garantimos
que elas estão aprendendo a conviver socialmente, se desenvolvendo enquanto cidadão
e através do esporte, esta criança tem uma forte tendência a ser um cidadão do bem,
que respeita os limites do bom senso.
ESTRATÉGIAS PEDAGOGICAS NO
ENSINO DO FUTEBOL E FUTSAL
O futebol e futsal são modalidades esportivas que está no gosto de todos os
brasileiros e isso pode ser um fator de contribuição para o processo de ensino e
aprendizado. Mas esse gosto pelas modalidades citadas acima pode ser um fator que
atrapalhe o ensino, pois o fanatismo, a vontade de ensinar o futebol e fazer com que
a criança faça o gol, pode atrapalhar todos os fatores que envolvem estes esportes.
Os fundamentos são importantes e não devem ser esquecidos, afinal, todos querem
e devem aprender a jogar futebol devido ao fato de ser um esporte de paixão nacional,
então todas as crianças querem ou pensam em serem jogadoras de futebol, portanto o
ensino da prática esportiva a partir dos fundamentos faz parte do processo pedagógico
Quando falamos de prática pedagógica, nada mais é do que o processo de ensino
e aprendizagem e tendo por base que o principal ponto a pensar é no que o esporte,
no caso futebol e futsal, pode agregar para as crianças. Como vimos, os fundamentos
são importantes, mas o papel de construção do ser humano por essa prática esportiva
é muito mais valioso.
Para isso, a escola deve estar bem estruturada com quadras, materiais e professores
aptos a ensinarem de forma lúdica o futebol e futsal. Mas como todos sabem dificilmente
iremos nos deparar com escolas públicas totalmente equipadas, com quadras bem
conservadas, materiais novos ou em bom estado de conservação aí entra o profissional,
o professor que deve saber intermediar toda a aula, mesmo com este quadro escolar
desfavorável apresentado
O professor é o objeto de transmissão de conhecimento e isso não está atrelado
somente ao fato de saber o futebol em si, mas a maneira de ensinar, utilizando de
técnicas ou até mesmo mais importante usando de sabedoria para que o ensino seja
concretizado. Essa efetividade deve estar totalmente adequada ao entendimento do
objetivo do esporte, que é social, o futebol como ferramenta de ensino social através
de práticas pedagógicas.
Desta forma, já temos uma situação desenhada, com escolas, muitas delas,
sucateadas e professores tendo que arrumar uma maneira de driblar esta falta de
estrutura para suas aulas, tão importantes para o desenvolvimento e crescimento
das crianças. Então, o foco das práticas pedagógicas cabe ao professor, ele deve
demonstrar conhecimento na área, mas não só para ações motoras e sim para as
abordagens envolvendo a educação social.
Vamos exemplificar uma situação, geralmente as escolas fazem um momento de
interação entre os alunos com campeonatos de futsal, onde cada sala ou escola monta
seu time para a disputa. O que era para ser um momento de jogo para confraternizar
vira uma guerra, os times só pensam em ganhar e do lado de fora, alguns professores
que são convidados a serem técnicos, ficam gritando para seus alunos marcarem,
chutarem, faz isso, faz aquilo etc.
O que poderia ser uma ótima prática pedagógica de ensino social vira um caos
educacional, mas isso foi um exemplo do papel do professor e seu posicionamento
nas aulas diante de fatos tão adversos ao que realmente demanda o ensino, que é o
tão falado crescimento e desenvolvimento infantil.
Mas o professor não pode ser o único culpado, pois as escolas muitas vezes não
oferecem materiais adequados e neste momento o professor se torna o principal
agente do ensino, com seus conhecimentos ele pode pensar em diferentes formas
para se criar os materiais necessários.
Então, em casos como este, o professor aproveita a oportunidade e ensina os
alunos a fabricarem os materiais como bola de meia, de papel, ou qualquer outro
material. Agora a aula se torna interessante e é um ponto de vista muito interessante,
onde diferentes formas de inteligência são ensinados e aprendidos a partir do futebol,
como a confecção das traves com cano de PVC ou bolas de garrafa pet. O futebol
está sendo utilizado para uma prática pedagógica de ensino de reciclagem.
Mantendo essa linha raciocínio, de produção de materiais relacionados à prática
do futebol, as traves e travessões podem ser feitos de cano de PVC, madeira e até
mesmo de chinelo, quem nunca brincou ou viu alguém jogar futebol com a marcação
das traves eram chinelos? E mais, os travessões são criados na imaginação.
As crianças podem ser ensinadas e estimuladas a fabricarem estes materiais, elas
dificilmente têm a ideia de como fazer, então cria a possibilidades de montar oficinas
a partir de materiais recicláveis. E elas adoram fabricar seus próprios instrumentos
de jogo e brincadeira, mas focamos no aprendizado que isto gera para a criança,
relacionamento social com outras crianças, conversando com uma ensinando a outra
como fazer, aprendem sobre a reciclagem, apendem a dividir materiais, entre outras
atitudes
O manuseio de materiais reciclados e a capacidade da criança de realizar movimento,
quer dizer que ela está abordando a coordenação motora, agregando conhecimento,
isso chamamos de aprendizado o cognitivo, que nada mais é do que a capacidade
de um indivíduo de pensar, raciocinar. Então, além do aprendizado social, a função
cognitiva está sendo ativada, a criança está tendo que pensar na construção do seu
material.
Podemos reduzir o gol e jogar o “golzinho”, com uma quantidade menor de jogadores
e da quadra. Portanto, mudamos um pouco a forma de jogo e isso causa nas crianças
outra forma de pensar em como jogar, pois a estrutura mudou, portanto o poder
cognitivo das crianças terá que gerar outras estratégias para se chegar ao gol.
Podemos reduzir o gol e jogar o “golzinho”, com uma quantidade menor de jogadores
e da quadra. Portanto, mudamos um pouco a forma de jogo e isso causa nas crianças
outra forma de pensar em como jogar, pois a estrutura mudou, portanto o poder
cognitivo das crianças terá que gerar outras estratégias para se chegar ao gol
A combinação não fica só no âmbito esportivo, pode ser aproveitado para a
interdisciplinaridade dentre da escola. O futebol e futsal são modalidades que podem
ser pensadas para o ensino em várias disciplinas e isso é um fator muito positivo,
pois estamos juntando a modalidade mais praticada no Brasil e que gostam de jogar
ou brincar com o conhecimento necessário relacionado a disciplinas como, geografia,
física, biologia entre outras.
Vamos exemplificar alguns começando pela física há a possibilidade de verificar
a velocidade da bola alcançada em um chute, ou então a terceira lei de Newton,
ação e reação. Na matemática, podemos fazer cálculos com pontuação de jogos, ou
quantidade de jogadores, probabilidades de jogos serem ganhos ou perdidos, entre
outras. Biologia pode ser explorada o corpo humano e suas respostas ao exercício
físico como o suor.
Portanto, o futebol e futsal tem a capacidade de agregar conhecimento em diversas
áreas do ensino sendo uma ótima ferramenta para práticas pedagógicas, como essas
modalidades os professores são capazes de atender todas as exigências do processo
de ensino e aprendizagem com atividades formativas, relacionadas ao crescimento e
desenvolvimento motor, cognitivo e social.
FUTEBOL E FUTSAL COMO
RECURSO DIDÁTICO NA
FORMAÇÃO EDUCACIONAL
O futebol faz parte da infância da grande maioria da população, somos inseridos
no esporte desde muito cedo. O primeiro ato motor relacionado a um esporte é o
chute, ou seja, o futebol é ensinado em um momento o qual não estamos formados
fisicamente ou com uma coordenação motora em um estágio pronto para tal ação
motora. Mesmo assim, os pais incentivam bastante as crianças a chutarem uma bola,
às vezes a criança nem sabe andar, mas elas tentam chutar uma bola.
Os esportes podem ser uma boa ferramenta para a formação das crianças. Através
do futebol e futsal, o ambiente de ensino pode se tornar cheio de possibilidades pelas
características e capacidades de inserir uma criança dentro de um contexto de ensino,
isto quer dizer que a partir de práticas que envolvem o futebol e futsal, as crianças
são capazes de se sentir acolhidas por estes esportes, de fazer parte deste mundo
Fica muito claro a possibilidade e importância de utilizar o futebol como recurso
didático para o ensino. O esporte é prazeroso, qual criança não gosta de jogar ou
brincar? Sendo assim, fica muito simples arquitetar atividades utilizando de práticas
futebolísticas para agregar conhecimento e valores aos alunos. A aquisição de saberes
fica melhor compreendida quando uma atividade está agradando a criança, ou seja,
o prazer aliado ao aprendizado.
A diversidade de gênero é alvo de discussões quando falamos de futebol. Quem
nunca se deparou a seguinte situação na aula de educação física, em uma aula de
futebol, os meninos vão participar do jogo, da parte prática e as meninas ficam sentadas
ou realizam outra atividade? Sabemos que hoje já temos uma grande mudança deste
comportamento, muito provavelmente pela realidade de crescimento que o futebol
feminino está vivendo, isso é consequência de práticas educativas relacionadas a
respeito de gêneros no futebol, então o futebol está sendo um recurso aliado na
mudança de comportamento das crianças no processo de inclusão (Nunes, et al., 2014).
No aprendizado motor a capacidade de realizar uma tarefa depende da prática, ou
seja, tempo de experiência em relação a quantidade de ações motoras, e o futebol
e futsal são capazes de atender este quisito. Se estamos falando de aprendizado
motor, o ideal é começar pela iniciação, principal parte relacionado com o estágio de
desenvolvimento motor. É neste momento que toda a base motora será lapidada, então,
se queremos fazer algo pertinente as ações motoras mais complexas, os exercícios
básicos são ideias para que a criança, quando chegar no amadurecimento motor,
esteja bem preparada.
A prática de movimentos básicos é necessária para o desenvolvimento motor e
o futebol é um recurso didático usado, primeiro pelo fato do futebol ser bem aceito
pelas crianças, mas principalmente por permitir todas gama de movimentos existentes
dentro do futebol. O cabeceio, por exemplo, exige salto ou salto com giro, explosão
muscular e todas essas ações são possíveis de serem executadas com o futebol,
mesmo se tratando de movimentos sem complexidade.
Para o professor, o planejamento
das atividades pode ser um grande
desafio. Pensar nas atividades que
serão realizadas em uma aula pode
ser alvo de não aceitação por parte
das crianças. Se realizadas de forma
isolada, isto é, somente corrida, somente
saltos, sem fundamento nenhum, a
aula pode sofrer rejeição dos alunos por
ser atividade simples. Exercícios em que
não são expostos de forma lúdica, ou
seja, sem divertimento, o processo de
ensino fica comprometido.
O futebol pode ser jogado em espaços físicos diferentes e usando materiais
alternativos. Sabe aquela bola de meia feita pelos nossos avós para jogar? É um tipo
de recurso didático usado pelas crianças, assim como qualquer outro objeto que possa
ser chutado e nem precisa ser redondo, o que encontrar na frente e der para chutar
pode ser usado como bola.
Usar diferentes materiais é uma possibilidade de trabalhar outros métodos que
agregam conhecimento aos alunos sem usar a prática esportiva de fato e sim somente
o esporte como tema. A reciclagem de objetos para fazer as traves e travessões do
gol pode ser ensinado ou então pode ser realizado trabalhos artísticos como desenhar
bandeiras de seleções e times, pintar uniformes de jogo, desenhar quadras e campos
de futebol, enfim, é vasto a quantidade de elementos que podem ser improvisadas
que irão agregar conhecimento às crianças.
Temos diversos tipos de aprendizado relacionado ao futebol e futsal e se tratando
de recurso didático, estes esportes podem auxiliar o desenvolvimento principalmente
da função motora das crianças. Quando submetidos a diferentes exercícios, o cérebro
começa a interpretar a informação vinda dos músculos e assim ele aprende a executar
certo movimento. Quanto maior e mais distintos forem os estímulos, mais a função cognitiva é desenvolvida (GUSHIKEM, 2020). Isto significa que quanto maior o
aprendizado motor maior será o ganho cognitivo.
Portanto, a educação física pode ter uma função essencial no desenvolvimento
integral da criança. A partir de exercícios realizados principalmente de forma lúdica,
o processo de ensino e aprendizado fica mais agradável e consequentemente todos
elementos da aula serão aprendidos. O objetivo do aprendizado fica muito mais fácil
de ser alcançado quando se é usado o futebol ou futsal, por todas suas exigências
práticas, recursos didáticos e também sobre o que está embutido a sua prática, como
por ser esportes coletivos, a questão social é amplamente difundida.
PROCESSO DE FORMAÇÃO
DO JOGADOR DE FUTEBOL
Todo esporte tem suas características como regras, forma de jogo, se é um esporte
de contato ou não, enfim, mas com certeza é o ambiente competitivo que atrai ou
afasta diferentes participantes. Tudo isso faz parte do jogo, mas para realmente pegar
gosto pelo esporte, uma criança precisa jogar e aprender todas as características,
principalmente os gestos motores.
Se uma criança começar a se interessar por um esporte, a primeira reflexão que ela
vai aprender a fazer é que faz parte ganhar e perder. Antes do aperfeiçoamento motor,
isso vai fazer parte da rotina, então, além desta melhora motora, temos o aprendizado
social, afinal, faz parte da vida ganhar e perder e o esporte consegue passar esse
ensinamento. Além do mais, o convívio com outras crianças ajuda nessa formação,
cada uma acostumada a uma realidade diferente, com pensamentos diferentes.
Pensar somente no ensino do esporte como formação de atleta está completamente
errada, esta é uma visão muito simples, devemos abrir os olhos para o que está por
traz do ensino esportivo e que estamos vendo algo muito enriquecedor para a vida
infantil
O futsal e futebol podem ser muitas vezes um ambiente hostil, de palavrões,
xingamentos ameaças entre outros fatores podendo também acarretar um desânimo
para a prática destes esportes. Assim como discutimos no parágrafo acima, o
profissional que trabalha necessita cuidar para as crianças não entrarem nesse clima
e absorver para sua vida, ou seja, levar esse tipo de comportamento para o dia a dia.
Portanto, compreender as funções motoras, cognitivas e sociais dos alunos é
fundamental para que o objetivo de aperfeiçoar toda essa funcionalidade do corpo
seja alcançada. Mais do que o aperfeiçoamento para a prática esportiva, isso é um
aprendizado para a vida. Desde levantar da cama, andar, pensar, raciocinar, conversar,
socializar, entre vários outros são todos atributos aprendidos no esporte, principalmente
nos esportes coletivos como futebol e futsal.
Até chegar no refinamento para atividades complexas, os fundamentos passam a ter
a devida importância para a formação de jogadores de futebol ou futsal é necessário
lapidar essas joias brutas que são as crianças, assim como uma joia é lapidada,
a criança, ao aprender um movimento ou um gesto motor ela também e deve ser
lapidada ou seja, aperfeiçoada estes gestos motores.
Em uma situação de jogo, a criança pode facilmente se deparar com uma dificuldade
de jogada, por exemplo, em que o jogador está com uma forte marcação e precisa
passar a bola. Veja como é rico de informações este lance, resumidamente, o jogador
precisa pensar rápido e executar o passe com precisão, ou seja, exige bastante do
poder cognitivo, de pensamento e também boa capacidade coordenativa motora para
realizar o passe certeiro. Então, vejam como é importante o desenvolvimento cognitivo
e motor da criança.
Daí a importância de aprender os fundamentos respeitando todas as etapas de
desenvolvimento da criança. Assim como subimos uma escada, degrau a degrau, o
processo de aprendizagem motora segue a mesma lógica. O ensino dos fundamentos
deve ser passo a passo. Não podemos ensinar a chutar se a criança não sabe realizar
um passe, isso quer dizer que ainda não tem o amadurecimento motor necessário.
O jogar bola deve ser apenas uma possibilidade de profissão e não obrigação para a
vida (CAVICHIOLLI et al, 2011).
ESTRUTURA FUNCIONAL
DO FUTEBOL E FUTSAL
Se tratando de criança, o futebol ou futsal pode servir apenas como uma brincadeira,
sem a preocupação com qual posição ocupa na equipe, sem pensar se a bola saiu
ou não pelas linhas delimitadoras do campo ou quadra. Às vezes só é necessário ter
uma bola e o gol, sendo que a própria bola pode ser de papel enrolado, tampinha de
uma garrafa, enfim, o que a imaginação mandar e o gol pode ser linhas imaginárias
ou até mesmo usar chinelos.
A principal estrutura funcional do futebol e futsal é o ataque e a defesa. A essência do
esporte é o ganhar e perder, alguém ou algum time ganha e o outro perde, para isso existe
o ataque e consequentemente a defesa. Para que o jogo “funcione”, ou seja, tenha essa
dinâmica, os jogadores primeiramente devem conhecer e saber o que é atacar e defender.
Isso parece fácil para os adultos, mas para as crianças ainda é algo novo.
Portanto, é fundamental para o jogo conhecer as formas de ataque e o que pode ser
alterado durante uma partida e também falar um pouco sobre a estrutura do ataque
e defesa e táticas para tais ações
Quando falamos de futebol para crianças, no momento em que ainda estão
conhecendo o futebol ou futsal e por não o conhecimento do jogo em relação à estrutura
de jogo, as crianças somente correm atrás da bola, todas juntas sem organização.
Alguém pode dizer: - “Mas isso é bom para as crianças”, sim, realmente pode ser,
afinal elas estão se divertindo correndo atrás da bola, mas e a organização de como
funciona o futebol e futsal, as posições, o balanço entre o ataque e a defesa?
Primeiramente vamos compreender um pouco sobre as ações ofensivas, no qual
tenho certeza que quando aparece a palavra “ataque”, logo vem na mente a finalização
e o gol. Bom, este é o objetivo do ataque, mas para chegar até ele, temos que atacar e
para isso a primeira ação podemos dizer que é ter a posse de bola. O mais importante
é o controle de bola para iniciar e conseguinte realizar o ataque.
Manter a posse de bola, além de ser o início para o ataque, conseguimos assim
envolver o adversário, fazendo com que haja desgaste dos adversários para a
recuperação da bola e também, como consequência desta posse de bola, o adversário
tenha menos tempo de atacar, quando recuperar a bola. Pensando na criança, estes
pontos levantados podem ser difíceis de assimilação, já que o divertimento e a vontade
de fazer o gol são fatores que vão influenciar no tempo de organizar o ataque. É o que
geralmente acontece quando crianças jogam bola, saem chutando em busca do gol,
sem realizar um passe, sem se preocupar em manter a posse de bola, como citado
anteriormente
Já no futsal segue quase as mesmas características, o que muda são as questões de
área de atuação ofensiva. Enquanto no futebol temos como possibilidade as laterais e
o meio de campo, no futsal dificilmente os jogadores terão a oportunidade de escolher
qual a melhor opção. Neste esporte, praticamente todos os jogadores ficam fazendo
o chamado “rodízio” em que os jogadores vão de um lado ao outro da quadra até
encontrarem o espaço para a atacar e finalizar.
Em relação ao ataque, a obediência tática é fundamental para a organização do jogo.
Como falamos anteriormente, para as crianças, como elas ainda estão iniciando, o que
mais vemos é aquela famosa cena de todas as crianças juntas correndo atrás da bola
sem posições definidas e sem se preocupar se estão defendendo ou atacando, por isso,
o posicionamento dos jogadores são fundamentais para toda essa organização do jogo.
Todos os jogadores podem executar uma ação ofensiva, tudo vai depender do
momento da partida, por exemplo, os zagueiros têm como principal característica
serem altos e isso pode ajudar no cabeceio, portanto, em um escanteio ou cobrança
de falta, a bola pode ser lançada até a área para que o cabeceio tenha a direção do
gol e os zagueiros, com maior estatura, podem ser importantes neste tipo de ataque.
Os laterais, também, como caraterísticas defensivas, podem auxiliar a situação
citada acima, de levantamento ou cruzamento da bola na área para o cabeceio. Esta
ajuda chega por meio desta de ação de lançar a bola na área, pois são jogadores
especialistas neste tipo de jogada, então os laterais são grandes apoiadores do ataque.
O meio de campo é ocupado por jogadores de maior habilidade, criativos e que
também ajudam da marcação, por isso são jogadores de grande resistência física, por correrem bastante para ajudar a parte defensiva. O apoio ao ataque é fundamental
para estes jogadores, toda a responsabilidade de fazer a bola chegar até a finalização
passa pelos pés dos jogadores desta posição.
O atacante é o grande responsável pelas finalizações em gol. Depois de toda sua
equipe criar a possibilidades de jogo para que a bola chegue até este jogador, sua
função é atacar, ou seja, chutar. As crianças, quando jogam futebol, todas querem ser
atacantes, isto se deve ao fato de desde pequenas, antes mesmo da iniciação, serem
somente estimuladas a chutar e fazer o gol, elas crescem tentado chutar e fazer gol,
poucas crianças ou nenhuma quer jogar futebol e ser um zagueiro.
O pivô é o contrário do fixo, pivô é como o atacante do futebol, tem a função
principal de atacar. Sua posição requer grande habilidade em finalização ou ajudar
outros companheiros criando possibilidades de jogadas para a finalização.
Todos já ouviam a frase “o melhor ataque começa pela defesa”? É uma frase
clássica do futebol, quer dizer que para que se tenha sucesso da chegada do ataque
até o gol adversário, a defesa deve ter funcionado muito bem, ter estruturado sua
jogada com eficiência. Para isso os técnicos contam com posições específicas como
zagueiros e laterais no futebol, e sem posições tão definidas no futsal devido ao jogo
ter característica o jogo mais dinâmico, mais rápido com trocas de posições e assim
a necessidade dos quatro jogadores de linha marcar o adversário.
FUNDAMENTO: PASSE
Um dos mais importantes fundamentos, senão o mais importante é o passe. Se o
passe entre dois jogadores não for executado da melhor forma possível, pode atrapalhar
toda construção de uma jogada. Não é por acaso que a base de diversas equipes ou
até mesmo nas escolas, o primeiro fundamento a ser ensinado é o passe. As equipes
estão sempre investindo o tempo no aprimoramento deste fundamento, por já criarem
a percepção que toda a construção da jogada até o gol, que é o objetivo do jogo, deve
necessariamente passar pelos passes e suas variações
Nem só dos pés vive o futebol. A cabeça, principalmente quando a bola é alçada
para cima, é um importante membro do corpo para o passe. Em algumas situações o uso da cabeça se torna o único recurso para o passe, por exemplo, quando a bola
chutada para cima e o jogador precisa rapidamente passar a bola para que o adversário
não fique com ela, então a bola é “dividida” no alto. Portanto, como diz a frase clássica
de quem joga o futebol que é “quem corre é a bola”, o passe deve ser bem executado,
por qualquer forma que seja, mas que a bola chegue a seu objetivo.
Daí vem a importância da iniciação esportiva, de aprender tanto o gesto motor,
no caso do passe com o pé, mas também de pensar na criança como um todo, de
aprender o esporte como fator de crescimento e desenvolvimento global, nas esferas,
física, social e cognitiva
A altura dos passes é uma característica em que no futebol pode variar mais do
que no futsal. Em diversos momentos, o passe rasteiro pode ser realizado no futebol,
porém no futsal são prioridade devido à velocidade em que o jogo se desenvolve e a
característica da bola.
No futebol e futsal o passe a média altura é usado, mas os jogadores evitam usar
em ambos esportes devido à dificuldade de domínio da bola. O que dificilmente vemos
no futsal e muito mais no futebol é o passe longo. O lançamento entre jogadores, por
se tratar de um campo de grandes dimensões, o passe longo é bem usado.
Quantidade de troca de bola é um ponto importante, como discutimos acima. A
quantidade de passe influencia no jogo, isso quer dizer que quanto mais posse de bola
um time tiver, maior chance de chegar ao gol tem. Então pode ter um passe, dois, três
etc., de forma geral, a quantidade pode indicar a qualidade do time.
Pensando no corpo, a zona de contato com a bola é uma característica do passe,
pode ser executado pelo corpo todo, menos pelos braços e mãos (membros superiores),
então a cabeça, ombro, barriga, costas, coxa da perna, todas são partes de contato
com a bola válidas no futebol e futsal para a execução do passe. O principal é o pé,
pensando em contato o pé tem diversas variações para pensar, o peito de pé, calcanhar,
lateral do pé externa (parte de fora do pé) e interna ou parte de dentro e calcanhar.
TÉCNICAS DE CABECEIO
O cabeceio, nada mais é do que golpear a bola com a cabeça podendo ser executado
por diferentes partes do crânio, ou como popularmente ouvimos é o ato de cabecear a
bola. A probabilidade de cabecear a bola durante um jogo é grande, por isso, o ensino
do gesto motor deve fazer parte do processo de ensino dos fundamentos do esporte
O cabeceio é um fundamento aparentemente fácil de se executar, concordam? É só
pegar a bola, jogar para o alto e utilizar a cabeça para golpear a bola. No entanto, este
ato pode ser mais complexo do que parece, principalmente para crianças na fase de
iniciação. Golpear a bola com a cabeça, muitas vezes soa como algo perigoso para
os pequenos, e este medo pode ser motivo de rejeição para práticas futuras. Assim,
o que falta no processo de ensino aprendizagem é somente inserir possibilidades e
elementos do cabeceio que propiciem confiança para que o fundamento seja aprendido
com segurança e sucesso.
No futebol de campo, esta técnica já
é bem mais utilizada pelas dimensões
do campo serem bem maiores que a do
futsal. Geralmente no futebol de campo
o cabeceio é utilizado nas finalizações e
ou defesa na área do gol e durante uma
disputa de bola após uma reposição de tiro de meta. No entanto, em ambas as modalidades o cabeceio pode ocorrer a qualquer
momento do jogo e como o objetivo principal é fazer o gol, a boa execução de todas
as técnicas podem contribuir para a vitória. Assim, como os passes são rápidos e
precisos durante a partida, o cabeceio também deve ter a mesma característica.
Durante um jogo para que um indivíduo consiga realizar um ato motor, seja ele
correr ou saltar e, simultaneamente, conduzir a bola com êxito é necessário o tempo
de bola. É o tempo de bola que vai coordenar as passadas para que o jogador chegue
até a bola no tempo certo do pé para o chute ou no caso do cabeceio, no momento
certo ao qual a bola deve ser tocada no alto. O tempo de bola para o jogador é como
o tempo na música para que o dançarino não perca o ritmo.
Além do bom desempenho no salto e da coordenação entre espaço e tempo, outro
quesito também é importante para a realização do cabeceio: o local da cabeça ao qual
a bola terá contato e a força ao qual a bola será lançada. O local e a força com que a
cabeça bate na bola pode ser um agente norteador da direção do cabeceio. Então, é
fundamental para o aprendizado do cabeceio o conhecimento das possibilidades de
toque da cabeça com a bola.
Contudo, outras áreas também são utilizadas, tais como o cabeceio da bola com a
área lateral e superior da cabeça. Estas áreas são complexas de serem ensinadas, pois
o direcionamento da bola a partir destas áreas é um pouco mais incerto. Na maioria
das vezes a disputa da bola que determina qual área da cabeça que toca a bola. No
entanto, neste caso, podemos dizer que o cabeceio que ocorre por conta da situação
do jogo não é uma ação técnica ou algo pensado e direcionado a um objetivo.
A área e a intensidade que a cabeça
toca a bola vão definir o trajeto da mesma.
Assim, a parte do crânio a ser tocada vai
ser definido a partir do objetivo durante
a jogada, seja em uma ação ofensiva ou
defensiva. E o sucesso do cabeceio vai
ser observado a partir do resultado final
da jogada, se o “alvo” foi atingido ou não.
O cabeceio é utilizado principalmente
com objetivo de fazer o gol. Assim,
previamente ao ato de cabecear o jogador
deve ter um alvo para que a área do crânio
e a direção a ser lançada sejam definidas
antes do contato com a bola. Geralmente
nesses lances, o cabeceio é realizado na
área frontal da cabeça para que a bola vá
na direção mais correta possível. Como foi
discutido anteriormente, a área da cabeça
que deve tocar a bola é a frontal, justamente
para a bola ir no alvo
Cada um destes casos tem suas peculiaridades relacionadas ao ato motor aliados à
necessidade do momento. Durante o jogo de futebol, a corrida sempre estará presente,
consequentemente, a probabilidade de haver uma ocasião em que o jogador tenha que
cabecear a bola durante essa corrida é grande, assim, a gesto motor pode se tornar
um pouco mais complexo para a criança executar, pois exige coordenação motora
para execução da corrida, do cabeceio e tempo de bola
O ensino da corrida não exige muito dos professores por se tratar de uma ação que
geralmente as crianças já realizam naturalmente. Neste quesito é necessário apenas
aperfeiçoar a técnica, pois a frequência desta prática realizada por crianças facilita
o processo de ensino aprendizado da corrida. O mesmo ocorre com o salto, durante
as brincadeiras e dia a dia as crianças tendem também a realizar tal ato assim como
a corrida.
A corrida pode ou não anteceder um cabeceio, bem como o cabeceio pode ser
realizado durante um salto ou com os pés no chão. Um exemplo clássico durante
o jogo acontece em uma situação onde a bola está no alto vindo em direção a um
jogador sem que haja adversário para cabecear, então não há a necessidade de salto.
Neste caso o gesto motor do cabeceio tem a possibilidade de maior direção.
Em relação ao ensino, tanto o cabeceio sem salto quanto o cabeceio sem ser
seguido da corrida podem ser bons exercícios de iniciação. Pois podem ser estratégias
facilitadoras no processo de ensino e aprendizado, pois trata-se de dois gestos motores
menos complexos quando comparados ao cabeceio durante a corrida e com salto.
Outro fator importante é que estes fundamentos de iniciação, menos complexos,
aumentam a chance da criança conseguir fazer o cabeceio. Bem como podem estimular
as crianças a gostarem desta técnica por incluírem ações do dia a dia, como o salto
e a corrida, que elas gostam e que a maioria realiza com frequência
DRIBLE
Não há dúvida nenhuma que o Brasil é o país do futebol. Um dos fatores que
contribuem para isso é a grande quantidade de jogadores profissionais que fazem do
drible uma arte. O drible ou finta é a marca registrada de diversos jogadores brasileiros,
sejam profissionais ou amadores. Depois do gol, o drible é o momento de maior
entusiasmo para a torcida, até porque não vemos com frequência devido à dificuldade
de ser executado.
Tanto no futebol quanto no futsal, o Brasil foi e sempre é bem representado quando
falamos em drible. No futebol podemos facilmente citar aqui vários nomes, mas um
jogador que fez história com seus dribles é o Ronaldo de Assis Moreira ou Ronaldinho
Gaúcho, com fintas desconcertantes ele marcou essa identidade realizando essas
jogadas em vários times brasileiros e internacionais e na seleção brasileira. Já no
futsal, o grande fintador ou driblador, sem dúvida nenhuma é jogador Alessandro Rosa
Vieira, chamado de Falcão. Mas podemos ainda lembrar de outros grandes craques
como Pelé, Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo e Manoel Tobias no futsal.
Pensando como fundamento, este pode ser o último a ser ensinado por profissionais da
educação, pois o gesto motor, em sua execução é complexo e exige grande coordenação
motora por isso todo o cuidado no ensino do drible. O contexto cultural de crianças em
uma aula é muito grande, todas elas demostram suas características e devido a essa
individualidade cada uma demonstra um nível de desenvolvimento motor
Como vimos anteriormente, o objetivo do drible é passar pelo adversário marcador,
mas, após o drible o que pode ser feito? Imaginamos diversas situações neste momento
pós drible, como um passe, ou seja, se a marcação está bem perto e não há mais o que
fazer, a bola pode ser passada. Outra situação é o chute ao gol, ocorrendo com maior
ocorrência nas partidas. Quando um jogador está indo em direção ao gol adversário,
anteriormente a isso, pode-se criar uma cena em que surge a necessidade do drible
que nada mais é do que a preparação para o chute ao gol.
Movimentos simples para o drible não têm uma grande exigência motora, estes
dribles são determinados por uma menor complexidade na execução, portanto pode
ser uma boa alternativa quando se trata de iniciação, mas lembrando que sempre
deve ser respeitada a individualidade biológica de cada criança, isto quer dizer que
devemos saber os limites de relacionados ao crescimento e desenvolvimento. Mesmo
com a mesma faixa etária, crianças podem ter diferentes níveis de maturidade motora.
Já os movimentos mais complexos do drible, a coordenação motora da criança deve
estar em um estágio bem mais maduro por envolver grade quantidade de movimentos
sendo que muitas vezes não são movimentos comuns, por isso esta exigência de
coordenação de multimovimentos corporais aliados a coordenação motora.
Pensando nisso, para o ensino do drible devemos levar em consideração a faixa etária
somente como um agente norteador da atividade aplicada, um guia para monitorar
como está a atividade aplicada, se todos os participantes estão conseguindo realizar
a atividade. Para tanto, o ensino do drible pode ser iniciado com movimentos simples,
exemplifico aqui com o ziguezague no cone, exercício básico usuais na condução da
bola, mas que pode servir com algumas variações como iniciação ao drible.
Estamos trabalhando com os esportes mais populares do Brasil em prol do
desenvolvimento de uma criança. Estamos falando de uma ferramenta que é o futsal e
futebol, para ensinar uma criança a conviver socialmente, a desenvolver sua coordenação
motora e melhorar sua função cognitiva (capacidade de pensar), são modalidades e em
especial o drible, capaz de gerar toda esses benefícios de maneira prazerosa
FUTEBOL PARA TODOS
o futebol e futsal são esportes coletivos que
ensinam muito mais do que a forma de jogo, as regras, táticas etc., ensinam algo
muito mais construtivo que são as experiências, valores no qual as crianças aprendem
convivendo com outras crianças, aprendem a ter atitude, respeito, enfim, o aprendizado
é integral, ou seja, a crianças têm um crescimento cognitivo, social e motor.
Essa abordagem de variar a forma com que se joga futebol é interessante justamente
porque buscamos através do esporte melhorar, acentuar ou de forma geral contribuir
para o crescimento e desenvolvimento das crianças e nada melhor do que gerar
oportunidades para trabalhar com as crianças essas competências motoras cognitivas
e sociais. Sendo que pelo senso comum, o futebol é a paixão nacional, nada mais
justo e efetivo do que criar variações deste esporte para que todos possam ter a
experiência de jogar o futebol.
O Brasil é um país com uma grande costa litorânea, portanto, grande faixa de areia,
daí uma combinação perfeita que o brasileiro gosta, praia e futebol, então começamos
a falar deste esporte, futebol de areia ou beach soccer. Jogado com 5 jogadores
de cada lado em 3 tempos de 2 minutos com pausa, o futebol de areia é um jogo altamente técnico e tático pela dificuldade criada pela areia, então interessantíssimo
para as crianças altamente técnico e tático pela dificuldade criada pela areia, então interessantíssimo
para as crianças.
Pensando agora na rede de vôlei, vamos colocar em uma altura menor fica do
tamanho da rede do tênis de quadra e esta é a ideia do próximo esporte, futetênis.
O tênis de quadra é jogado com raquete, que no nosso caso usamos os pés para
devolver a bola em vez da raquete e do mesmo jeito que é jogado o tênis, com a bola
quicando uma vez na quadra. Pode ser jogado em dupla ou individual.
A grama pode ser um fator para outra variação do futebol, o futebol society. Com
7 jogadores em cada time, o piso onde é praticado pode ser de grama natural ou
sintética e é muito praticado no Brasil. O jogo começou a ganhar espaço devido ao
fato dos campos de várzea serem grandes e dividindo no meio, teríamos 2 campos.
E assim se espalhou pelo Brasil com muitos adeptos
Pensando nesta questão de diminuir o campo, por que não transportar a ideia do
futebol para uma mesa, jogado com botões? Isso mesmo, vamos falar brevemente
do futebol de botão. Inventado por um brasileiro (sempre apaixonado pelo futebol).
Alguns materiais são necessários como os “botões” que são os jogadores, o goleiro
e um item indispensável, uma paleta, usada para mover os botões na mesa
Atualmente bastante famoso com os jogadores de futebol, o futmesa veio forte
e muitos adeptos estão se espalhando pelo Brasil e mundo. Este jogo consiste em
passar a bola de um lado para o outro com no máximo três toques na bola até a
devolução, como no tênis de mesa (embora no tênis de mesa vale somente bater na
bolinha com a raquete uma vez), a bola deve bater na mesa adversária. O objetivo é
fazer com que o adversário não consiga devolver a bola.
Futebol para pessoas com paralisia cerebral ou futebol de 7 tem as mesmas
características do futebol só com algumas adaptações, por exemplo no tempo de
jogo, são dois tempos de 30 minutos com 10 minutos de intervalo. O jogo muito rico
em crescimento global (desenvolvimento motor, cognitivo e social) dos praticantes
(ANDRADE et al., 2005).
Há também o futebol para amputados, neste caso os jogadores jogam com muletas.
A partida é disputada em dois tempos de 25 minutos com 7 jogadores em cada time.
Modalidade criada especialmente para deficientes visuais, o goalball, também
modalidade olímpica é praticado em uma quadra do tamanho do vôlei com o jogo
realizado em dois tempos de 12 minutos. Jogo se desenvolve com 3 jogadores para
cada lado e a bola é lançada com as mãos em um gol com 9 metros de largura e
1,30 de altura.
Além das variações esportivas, podemos citar aqui várias brincadeiras que envolvem
o futebol, como o futebol de sabão, bobinho, artilheiro, golzinho, controle ou altinha
(conhecido pelos cariocas), entre outras, mas de forma geral todas evidenciam a
grande possibilidade de variação motora durante o movimento e consequentemente
melhora da função motora
Portanto, vemos um esporte rico em possibilidades de desenvolvimento e crescimento
da criança que pratica. Diante várias possibilidades de variações, o aprendizado e
aumento do repertório motor é imenso, consequentemente, teremos uma criança
desenvolvida também nas esferas cognitivas e sociais.