PSICOLOGIA SOCIAL

1.

COMPORTAMENTO PRÓ SOCIAL

Oposto à agressão, temos os comportamentos em prol da coletividade, sejam eles chamados de generosidade ou mesmo solidariedade. São muitos os exemplos de atos humanos voltados ao bem dos outros, sejam eles indivíduos ou grupos. Esta outra perspectiva nos traz uma visão mais positiva e otimista acerca das possibilidades humanas de convívio e relacionamento social. Em Psicologia social estas e outras condutas se enquadram no rótulo comportamento pró-social, sendo o altruísmo uma de suas formas.

COMPORTAMENTO
ANTISSOCIAL - ALTRUÍSMO-

Rodrigues, Assmar e Jablonski (1999) definem altruísmo como qualquer ato que beneficia alguém, sem trazer qualquer benefício para quem o faz. É comum envolver ainda algum custo social para aquele que ajuda.

São exemplos de comportamentos dessa natureza o comportamento de alguém que arrisca a sua própria vida para salvar alguém sem se preocupar com qualquer tipo de recompensa ou com a possível imagem de herói decorrente da ação.

2.

COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL

É alarmante a constatação de que, ao mesmo tempo em que vivenciamos intenso progresso e desenvolvimento construído pelo homem, somos tomados por atos até então nunca imaginados, atos que se contrapõem ao adjetivo “racional”. Pegando como exemplo o assassinato, temos a seguinte colocação que nos faz refletir exatamente sobre isso. “O assassinato dentro da própria espécie, seja em escala individual ou coletiva, é um fenômeno desconhecido no reino animal, exceto pelo homem e por algumas variedades de ratos e formigas”. (KOESTLER,apud RODRIGUES;ASSMAR;JABLONSKI,1999,p.203).

COMPORTAMENTO
ANTISSOCIAL - AGRESSÃO

Rodrigues, Assmar e Jablonski (1999, p. 206) definem agressão como “qualquer comportamento que tem a intenção de causar danos, físicos ou psicológicos, em outro organismo ou objeto”. É importante destacar nesta definição a intencionalidade da ação por parte do agente da agressão. Só se caracteriza como agressivo o ato que deliberadamente se propõe a infligir um dano a alguém. Para Morais (1981), se refere a tudo o que é capaz de imprimir sofrimento ou destruição ao corpo do homem, bem como o que pode degradar ou causar transtornos à sua integridade psíquica. Sendo o ser humano uma integração entre físico e psíquico, o que está implícito neste conceito é a afronta à dignidade.

Rodrigues, Assmar e Jablonski (1999) citam três categorias gerais de explicação da agressão. A primeira a tem como associada à natureza humana. Desta forma, inevitavelmente o ser humano terá que encontrar uma forma de expressá-la. A segunda parte do princípio de que a mesma é uma resposta à frustração. A terceira e última acredita que a agressão é essencialmente aprendida, resultado das relações sociais que, estabelecemos e que se dá no processo de socialização. Em geral a Psicologia social acaba privilegiando a última, por ter severas restrições às teorias instintivas, o que não significa desmerecimento de uma base biológica. Já em relação à hipótese da frustração-agressão, o grande entrave parece estar na relação direta entre esta dicotomia. Não necessariamente a frustração gera agressão.

3.

SUBJETIDADE

Segundo os autores Bock, Furtado e Teixeira (2002), a subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós constrói ao longo da vida, a partir do nosso contato com a cultura e com as relações sociais que estabelecemos. Em síntese, a subjetividade diz respeito ao mundo de ideias, significados e emoções construídos internamente pelo sujeito e que nos diferencia dos outros por ser única; ao mesmo tempo que nos iguala, já que tendemos a ter características semelhantes expostas a um mesmo contexto histórico-social.

Dessa forma, o mundo social e cultural, conforme é experienciado por nós, faz com que possamos construir nosso mundo interior. Esse mundo interior pode ser considerado a nossa subjetividade, a nossa maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. Em suma, é o nosso modo de ser.

Bock, Furtado e Teixeira (2002, p. 23) trazem de forma mais concreta o que consiste nossa subjetividade: Sou filho de japoneses e militante de um grupo ecológico, detesto Matemática, adoro samba e black music, pratico ioga, tenho vontade, mas não consigo ter uma namorada. Meu melhor amigo é filho de descendentes de italianos, primeiro aluno da classe em Matemática, trabalha e estuda, é corinthiano fanático, adora comer sushi e navegar pela internet.

Esse exemplo deixa claro o quanto que cada um de nós tem suas singularidades. Essa síntese, que revela o que somos (subjetividade), é construída aos poucos, ao nos apropriarmos do mundo e, ao mesmo tempo, enquanto atuamos nesse mundo, ou seja, criando e transformando esse mundo (externo), o homem constrói e transforma a si próprio (interno).

4.

IDENTIDADE

Para Bock, Furtado e Teixeira (2002), identidade é a denominação atribuída às representações e sentimentos que desenvolvemos a respeito de nós mesmos, a partir do conjunto de nossas vivências. Se a subjetividade é a síntese do que somos, a identidade pode ser entendida como a síntese das representações que temos de nós mesmos: representações por envolver várias instâncias (dados pessoais, trajetória pessoal, qualidades, defeitos etc.). Como expõe Strey et al. (1998), ao nos referirmos ao conceito de identidade, os diversos autores empregam expressões distintas, como: imagem, representação e conceito de si.

Em geral, a maioria dos conceitos refere-se ao conjunto de traços, de imagens, de sentimentos, que o indivíduo reconhece como fazendo parte dele próprio. Na literatura norte-americana, o termo utilizado é self ou self concept, o que corresponde a conceito de si. A tradição europeia privilegia a denominação “representaçãodesi”.

5.

ATIVIDADE

Outro conceito em Psicologia Social significativo e que nos permite vários planos de análise é o de atividade. Termo pautado no materialismo histórico (retomar Psicologia sócio--histórica), e utilizado sobretudo por Leontiev, busca superar o esquema estímulo-resposta e a passividade característica desse modelo, ao propor um papel ativo do homem e unificar sujeito e objeto em uma síntese inseparável. Por essa ótica, o mundo psíquico é resultado da atividade humana e não como algo deslocado dessa. A grande contribuição desse enfoque é o de superar a noção de subjetividade e consciência humana deslocadas das transformações sociais e históricas, ou seja, da ação humana.

Embora pouco explorado na Psicologia, para Bock, Furtado e Teixeira (2002), a prática humana, aqui chamada de atividade, é a base do conhecimento e do pensamento do homem. É através da atividade que o homem se apropria do mundo. Ao pensarmos em uma criança, isso fica mais evidente. Ela se apropria do mundo engatinhando, andando, analisando com seus olhos o mundo ou mesmo manuseando os objetos que a rodeia. Para a Psicologia Social, esse movimento é essencial para que essa consiga construir seu mundo interno. Somos convocados e necessitamos nos relacionar com o mundo externo e, ao fazermos isso, transformá-lo e nos construírmos. No processo de relação social com os outros, ou seja, a partir da atividade, o indivíduo apropria-se da linguagem e se humaniza.

PRAXIS

Toda práxis é atividade, mas nem toda atividade é práxis.

Marx (1983, p. 242) chama de práxis a ação humana de transformar a realidade e faz questão de ressaltar a junção entre teoria e prática, atividade e consciência em uma via de mão dupla, isto é, “ao mesmo tempo que a consciência é determinada pelo modo como os homens produzem a sua existência, também a ação humana é projetada, refletida, consciente”. Por isso, a práxis é uma
possibilidade apenas do ser humano. Um animal não tem medo da morte, não sente angústia, euforia diante da beleza, ou, então, planeja seus atos e reflete sobre sua prática.
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Por isso, a práxis é uma possibilidade apenas do ser humano. Um animal não tem medo da morte, não sente angústia, euforia diante da beleza, ou, então, planeja seus atos e reflete sobre sua prática.

A ação de ver, de julgar, dançar...

6.

CONSCIÊNCIA

Na perspectiva da Psicologia Social, um dos conceitos de maior destaque é o de consciência, visto que a consciência humana expressa a forma como o homem se relaciona com o mundo e, ao falarmos em desenvolvimento da consciência, a Psicologia Social se afasta de outros postulados da Psicologia tradicional, que concebe a consciência como um “estar ciente” ou, então, “ter consciência de”.

Ao ver um sinal vermelho em um semáforo, se meu comportamento for parar, isso revela que estou ciente (tenho consciência) das leis e das regras de trânsito, por exemplo. Para a Psicologia Social, essa é uma leitura bastante simplista e que reduz o conceito a ter acesso a algumas informações ou não.

7.

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

DEFINIÇÃO

Segundo Minayo (1995), o termo representação social é um termo que nos remete à reprodução de uma percepção. Utilizado nas ciências humanas com frequência, normalmente refere-se a categorias de pensamento do coletivo ou dos grupos em relação à realidade, explicando-a, justificando-a ou até questionando-a. Como material de estudo, essas percepções são consideradas consensualmente importantes.

As representações sociais podem ser consideradas “teorias do senso comum”, saber popular, elaboradas e partilhadas coletivamente por sujeitos pertencentes a grupos sociais específicos e com a finalidade de interpretar a realidade. Essas representações são dinâmicas e acarretam a produção de
comportamentos e interações com o meio condizentes com elas.

COMO NASCE A TEORIA

Sua origem se dá fundamentalmente na Sociologia e na Antropologia, através de figuras como Durkheim e de Lévi-Bruhl, respectivamente. O primeiro termo utilizado por Durkheim foi representação coletiva, pelo qual buscou compreender questões ligadas à religião, mitos, dentre outros conhecimentos compartilhados e inerentes à sociedade. Já o conceito representação social é mencionado pela primeira vez pelo psicólogo social francês Serge Moscovici em seu estudo sobre a representação social da psicanálise, como os grupos populares a viam e compreendiam. Moscovici (apud OLIVEIRA, WERBA, 1998) afirmava que sua ambição não era criar e consolidar um campo específico de estudos. Seu maior objetivo era redefinir os problemas e os conceitos da Psicologia Social a partir do estudo desse fenômeno. A teoria das representações sociais surge na Europa, especialmente na França na década de 50.

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No Brasil, o interesse por essa teoria se inicia no final da década de 70, com estreita relação, inclusive, com o desenvolvimento da própria Psicologia Social, a partir do momento que essa assume uma postura mais crítica e preocupada com questões mais abrangentes, que extrapolavam o ser humano em si, ou seja, questões de ordem macrossocial.

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COMO SÃO CRIADAS AS
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Oliveira e Werba (1998), tentando entender a formação e a origem das representações sociais, constatam que as criamos para tornar familiar o não familiar. O que eles querem dizer com isso? Segundo esses autores, tendemos a gerar um movimento que se processa internamente no sentido de gerar um “bem-estar”, visto que tendemos a rejeitar o estranho, o diferente, ou seja, negamos informações novas, sensações e percepções que nos trazemdesconforto.

COMO AS INVESTIGAMOS

Uma vez definido o problema a ser estudado e o público-alvo, a grande questão que se coloca é qual aspecto será investigado para, em seguida, elaborar o instrumento e/ou o procedimento da pesquisa. Para Oliveira e Werba (1998), um dos instrumentos mais utilizados na investigação das representações sociais tem sido a técnica dos grupos focais.

Os grupos focais podem ser descritos como entrevistas realizadas com vários membros pertencentes a um grupo, no qual é conduzida uma discussão no grupo, semelhante a uma conversação realizada entre amigos ou vizinhos. Os dados são discutidos e aprofundados pelos membros do grupo e exatamente por essa razão a fidedignidade dos dados pode ser considerada superior aos dados coletados em uma entrevistaindividual.

8.

IDEOLOGIA

Semelhante a Guareschi (1998) e Tomelin e Tomelin (2004), Aranha e Martins (1993) também citam os vários sentidos da palavra ideologia. Eles falam em sentido amplo e restrito. Ideologia, em seu sentido amplo, seria o conjunto de ideias, concepções ou opiniões sobre determinada temática qualquer. Nesse sentido, quando perguntamos qual é a ideologia de determinado pensador, estaríamos nos referindo à doutrina, às ideias e ao seu posicionamento diante decertosfatos.

A ideologia em seu sentido amplo é a “boa ideologia”, citada por Tomelin
e Tomelin (2004), ou a ideologia na sua dimensão positiva, apresentada por Guareschi (1998). Já a ideologia em seu sentido restrito ganha evidência com Marx (1983), pelo qual é defendido um conhecimento ilusório, com o intuito de mascarar os conflitos sociais. Com a concepção marxista, a ideologia adquire um sentido negativo como instrumento de dominação, acaba sendo uma “má ideologia”.

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Tomelin e Tomelin (2004) deixa claro que a ideologia está presente nos mais diversos meios, como: na escola, na família, na religião, na política, na mídia e em todos os lugares onde existem pessoas se relacionando. Ela se propaga em todas as instituições sociais que, de alguma forma, acabam exercendo um papel formativo da consciência humana. Segundo Tomelin e Tomelin (2004, p. 140), algumas características evidenciam o que a ideologia faz e como atua na consciênciahumana:

Estabelece uma visão de mundo. l Manipula as vontades, cria desejos e necessidades, desenvolve o fascínio pela mercadoria.
l Encobre a verdade.
l Deixa a realidade confusa e distorcida.
l Coisifica a relação entre as pessoas.
l Prescreve normas para a conduta humana.
l Cria representações sociais, símbolos e modelos.
l Possui um discurso lacunar.
l Explica a realidade a partir da visão de mundo da classe dominante.
l Afasta o produtor do produto, para que ele não veja
significado em seu trabalho – alienação.
l Naturaliza os problemas sociais, criando valores de conduta.

IDEOLOGIA NEUTRO/POSITIVA

Ideologia no sentido positivo ou neutro é entendida como uma cosmovisão, ou seja, o conjunto de valores, ideias e ideais de uma pessoa ou grupo. Nessa dimensão, todos, sem distinção, possuem sua ideologia, já que é impossível alguém não ter ideias, ideais e posicionamento a respeito das coisas.

IDEOLOGIA NEGATIVA

Já a ideologia no sentido negativo ou crítico seria constituída por ideias distorcidas e enganadoras: seria algo que ajuda a obscurecer a realidade e a enganar as pessoas. É algo ilusório e expressa interesses dominantes, no sentido de sustentar relações de dominação. Segundo Guareschi (1998, p. 94), tomar a ideologia no sentido negativo é bem mais interessante e proveitoso do que empregá-la como sendo um conjunto de ideias. “Ideias todos nós temos e não há como ser diferente. O importante, porém, é saber se essas ideias são falsas, enganadoras, se elas podem trazer prejuízos aos nossos colegas”. Nesse sentido, a seguir serão apresentadas essas duas “ideologias”, sendo que será enfatizada a Ideologia no sentido negativo pela razão descrita anteriormente.

9.

ALIENAÇÃO

Segundo Aranha e Martins (1993), etimologicamente, a palavra alienação vem do latim alienare e significa “que pertence a um outro” e é utilizada em vários sentidos. Em todos os sentidos utilizados, o homem alienado perde a compreensão do mundo em que vive e torna alheio à sua consciência um segmento importante da realidade em que se acha inserido.

Embora possamos interpretar esse significado de inúmeras formas, Marx (1983) foi um dos teóricos que mais explorou o tema e excluído do senso comum, é esse o referencial teórico mais utilizado ao se referir à alienação. Nesta perspectiva Codo (1995) explora o termo de forma bastante minuciosa. Segundo ele, falarmos em alienação é falarmos do mistério de ser e não ser ao mesmo tempo.

Como exemplo, temos o termo usado no comércio. Ao comprar um carro e não ter todo o dinheiro necessário você poderá pegar um empréstimo e seu carro passará a estar alienado. Nesse caso, o carro é e não é seu, já que você pagou e não pagou por ele. A própria Psicologia fez uso do termo “alienação mental”, passando a designar um estado patológico do indivíduo que se tornou alheio a si mesmo. Nesse estado, a pessoa acaba não podendo responder plenamente por seus atos. Aqui também a palavra alienação parece uma síntese da magia de ser e não ser.

10.

COMUNIDADE

O termo “comunidade” é usado cotidianamente, entretanto, na maioria das vezes de forma pouco rigorosa. Podendo significar coisas bastante distintas, de forma geral está relacionado ao lugar em que grande parte da vida cotidiana é vivida.

Para Sawaia (2008), o conceito de comunidade por muito tempo não fez
parte do arcabouço teórico da Psicologia. Passou a fazer parte apenas nos anos 70, quando um ramo da Psicologia social se autoqualificou de comunitária. A descoberta da comunidade não foi algo exclusivo da Psicologia social. Fez parte de um movimento mais amplo que avaliou criticamente o papel social das ciências. No caso da Psicologia social, trouxe ganhos enormes,sobre tudo no sentido de propor uma teoria crítica que passa a interpretar o mundo no sentido de transformá-lo. Vale lembrarmos que é rotineiro o uso deste conceito de forma demagógica, significando compromisso com o povo e/ou união com o mesmo.

11.

SOCIEDADE

Dias (2005) conceitua sociedade como um grupo de pessoas que ocupam um território comum, compartilham da mesma cultura e têm uma identidade compartilhada. As sociedades são unidades não somente pelas relações sociais entre as pessoas, mas também entre as instituições sociais (família, educação, religião, política, economia).

DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS
ENTRE COMUNIDADE E SOCIEDADE

Em relação à diferença entre comunidade e sociedade, para Oliveira (2003),
quando falamos em comunidade, estamos falando em um tipo de sociedade.
Segundo ele, existem dois tipos de sociedade: a comunitária e a societária.

SOCIEDADE COMUNITÁRIA

Por sociedade comunitária entende-se aquela pequena, com uma divisão simples do trabalho e, consequentemente, com limitada diferenciação de papéis. As relações sociais são duradouras e os contatos sociais são pautados em uma base emocional. Há pouca necessidade da lei formal. Vários estudos apontam que um aspecto bastante positivo encontrado nas favelas brasileiras é exatamente a rede de relações próximas que possibilita a ajuda mútua entre os membros. Nestas comunidades predominantemente compostas por pessoas de baixa renda não são raras dificuldades das mais variadas. Para dar conta destes entraves, recurso utilizado com frequência são os laços sociais estreitos, onde o problema de um acaba sendo o problema de todos.

SOCIEDADE SOCIETÁRIA

Por outro lado, a chamada sociedade societária é caracterizada pela
acentuada divisão do trabalho e pela proliferação de papéis sociais. As relações sociais tendem a ser transitórias, superficiais e impessoais. Os indivíduos associam-se uns aos outros em função de propósitos bastante objetivos. Prevalecem os acordos racionais de interesses. Este tipo de agrupamento social caracteriza muito bem o que predomina hoje. O contato social é cada vez mais evitado e, quando ocorre, se deve a dar conta de problemáticas bastante específicas. Assim que resolvidas, a tendência é que o contato seja evitado ou, na melhor das hipóteses, não almejado. Embora possa parecer uma leitura bastante rigorosa, não há como negar que este parece ser o rumo tomado pela sociedade contemporânea, sobretudo nas grandes cidades.

ARTE: THAYSA GABRIELLA MONITORA - PSICOLOGIA SOCIAL.