O método de pesquisa Survey (Pt. 02):
Definições & Características Gerais.
É apropriada quando:
Se deseja responder questões do tipo "o quê?", "por que?", "como?" e "quanto?"
Quando o foco de interesse for interrogar "O que está acontecendo" e "como e porquê está acontecendo?".
Não se tem interesse ou não se pode controlar as variáveis dependentes e independentes.
O ambiente natural é a melhor opção para estudar o fenômeno de interesse.
O objeto de interesse acontece no presente ou passado recente.
Propósito:
Explanatória (testa uma teoria, as relações causais propostas na mesma, estabelecendo a existências dessas conexões e questionando o porque existe tal relação de causa e efeito).
Exploratória (identificar os conceitos iniciais de um tópico ou tema, enfatizando a determinação de quais conceitos devem e como devem ser medidos e mesurados, indagando acerca de novas possibilidades e dimensões da população de interesse e amostragem, assim criando familiaridade com a identidade do tópico e tema escolhido).
Descritiva (identificar, descrever e comparar situações, eventos, atitudes e opiniões são manifestos em uma determinada população, descrevendo determinados fenômenos e subgrupos da amostragem e comparando essas distribuições. A hipótese não é causal, tendo o propósito de se verificar a relação entre a percepção dos fatos e a realidade).
Momentos:
Longitudinal (coleta de dados ao longo do tempo, em períodos e pontos específicos, buscando o estudo da evolução e mudanças de determinadas variáveis e das relações entre as mesmas).
Corte-transversal (cross-section, coleta dos dados em um só momento, descrevendo e analisando o estado de uma ou várias variáveis nesse dado momento).
Amostra
Processo de amostragem.
Amostra probabilística.
Amostra não probabilística
por conveniência.
mais similares ou mais diferentes.
por quotas.
bola de neve.
casos críticos.
casos típicos.
Tamanho da amostra.
Conclusões incorretas a partir da análise.
Instrumento
As alternativas para as questões fechadas devem ser exaustivas e cobrir todas as possíveis respostas;
somente questões relacionadas ao problema devem ser incluídas;
se deve considerar as implicações das perguntas quanto aos procedimentos de tabulação e análise de dados.
o respondente não deve sentir-se incomodado ou constrangido para responder as questões;
as questões devem ser redigidas de forma clara e precisa, adequadas ao nível de formação dos respondentes;
as questões devem possibilitar uma única interpretação e conter uma única ideia;
o número de perguntas deve ser limitado;
a sequência de perguntas deve ser considerada sempre que houver a possibilidade de contágio preferencialmente, deve-se iniciar pelas perguntas mais simples e terminar com as mais complexas, assim como iniciar pelos temas mais amplos, passando para questões mais delicadas no meio do instrumento e terminando com os dados sociodemográficos.;
as perguntas não devem induzir as respostas;
a apresentação gráfica do questionário deve ser observada, procurando-se facilitar o preenchimento;
deve haver um cabeçalho que informe de forma resumida o objetivo da pesquisa, a importância das respostas e a entidade patrocinadora;
deve haver instruções sobre como preencher corretamente o questionário;
a pertinência do instrumento é julgada pela sua clareza e completeza, considerando seu propósito.
Validade e confiabilidade:
alguns pontos.
Para que uma medida tenha validade,
ela precisa ter confiabilidade. Contudo,
uma medida confiável poderá ou não ser válida.
A medição é formada por três elementos:
a medida verdadeira; o erro amostral e o erro não amostral ou sistemático.
os erros amostrais ocorrem por conta do tamanho e do processo de seleção da amostra.
os erros não amostrais ocorrem durante a realização da pesquisa.
Não-respostas, entrevistadores não treinados ou desonestos etc, não classificados como erros amostrais.
A validade de uma medição refere-se ao quanto o processo de medição está isento de erros amostrais e erros não amostrais.
Validade: quando mede realmente o que se propõe a medir.
validade interna: condições de aplicação do instrumento (fatos ocorridos entre as mediadas, alterações internas aos respondentes ocorridas devido a passagem do tempo, efeito da aplicação de um teste sobre o resultado do segundo, alterações no instrumento ou nos observadores que reflitam mudanças nas medias encontradas, redução dos respondentes no decorres da pesquisa etc.).
validade externa: condições de generalização e representatividade da amostra e correspondência entre os respondentes e a unidade de análise.
A confiabilidade de uma medição se refere a quanto o processo está isento apenas dos erros amostrais.
Confiabilidade: medida de estabilidade (confiabilidade por teste-reteste); método de formas alternativas ou paralelas; método de metades partidas (split-half); coeficientes Alga de Cronbach e coeficientes KR-20.
"Estou medindo aquilo que desejo medir?", "meu instrumento representa o fenômeno que está sendo estudado?"
Validade de conteúdo (face validity, enfoca o instrumento de forma subjetiva e preocupada em que medida o pesquisador acredita ser o instrumento adequado e podendo ser verificada através da opinião de juízes ou um comitê): verifica se o instrumento representa o que se deseja medir.
Validade empírica.
Validade de construto (elo entre nível conceitual e operacional e nomológico, testa a relação entre os construtos e a relação empírica de diferentes construtos).
Validade de traço (busca a coerência interna de cada medida e a consistência sob os diferentes enunciados).
Validade aparente (enfoca a forma do instrumento e o vocabulário utilizado).
Análise dos dados:
Tarefa à qual se chega quase sem fôlego.
Variável nominal (variável mais simples, os elementos do conjunto original são agrupados em classes ou categorias.
Quanto às possibilidades estatísticas desse tipo de variável, se tem a contagem do número de casos.
Uma vez determinada a quantidade de elementos com o atributo que está sendo estudado, e o objetivo de estabelecer comparações entre as categorias, utilizam-se três medidas.
propoções.
porcentagens.
razões.
Variável ordinal (resulta da operação de ordenar por postos. Classifica os elementos de um conjunto, estabelecendo uma ordem hierárquica entre as suas categorias. A ordenação por postos aplica-se a escalas ordinais e os coeficientes resultantes são interpretados enquanto um teste em relação ao ordenamento dos valores).
Variável intervalar (possuem características das escalas nominais e ordinais além de apresentarem distancias iguais entre os intervalos que se estabelecem sobre a propriedade medida. Assim, pode-se comparar as diferenças numéricas que existem entre uma e outra categoria).
Variável de razão (quando uma escala tem todas as características de uma escala de intervalos e tem um verdadeiro ponto zero como origem. São variáveis que reúnem todas as propriedades dos números naturais e podem se aplicar a todo tipo de medidas estatísticas tanto em escalas intervalares quanto média geométrica e coeficiente de variação.
Considerações Finais.
Triangulação e checagem: uso de mais de um método para coleta de dados;
Procedimentos adequados e sistemáticos para a amostragem;
Fazer uso de estratégias que garantam alta taxa de resposta;
Buscar o melhor elo entre a unidade de análise e os respondentes;
Selecionar corretamente, de acordo com a pesquisa, entre corte-transversal e longitudinal;
Elaboração de relatórios e comunicação dos resultados da pesquisa.
Referência:
FREITAS et al., 2000.
FREITAS, Henrique; OLIVEIRA, Míriam; SACCOL, Amarolinda Zanela; MOSCAROLA, Jean. O método de pesquisa survey. Revista de Administração, São Paulo v. 25, n. 3, p. 105-112, julho/setembro 2000.