Escola e Democracia
1970
50% dos alunos em condições de semianalfabetismo ou de analfabetismo na maioria dos países da America Latina.
Teorias Não-críticas
Educação como autônoma.
Teorias crítico reprodutivista
Compreender a educação através de determinantes sociais.
Tópico principal
Educação é direito de todos e dever do Estado.
A escola surge como um antidoto à ignorância.
A escola surge para equacionar o problema da marginalidade.
A pedagogia nova
Mantem a crença no poder da escola e em sua função de equalização social.
Movimento de reforma = Escolanovismo.
Teoria pedagógica que considera que o importante não é aprender, mas aprender a aprender.
Tipo de escolas com custos elevados.
Escola Nova = escolas experimentais.
Rebaixou o nível de ensino destinados às camadas populares.
Aprimorou a qualidade do ensino destinado às elites.
A pedagogia tecnicista
Inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade.
Trabalhador deve se adaptar ao processo de trabalho.
Aprender a fazer.
As teorias crítico - reprodutivas
Dependência da educação em relação à sociedade.
As escolas tinha nas origens uma função equalizadora.
Teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica
Autoridade pedagógica.
Trabalho pedagógico.
Educação como instrumento de superação da marginalidade.
Teoria da escola enquanto aparelho ideológico de Estado.
Saberes práticos.
Agentes da exploração.
Agentes da repressão.
Profissionais da ideologia.
Teoria da escola dualista
Escola como unitária e unificadora.
Escolarização sencúdaria - superior.
Escolarização primária - profissional.
A escola é um aparelho ideológico da burguesia.
A escola é um instrumento da luta de classes ideológicas do Estado burguês.
Pedagogia do Oprimido
Primeiras palavras
A codificação e a descodificação, permite que o alfabetizando saiba o significado das palavras geradoras de seu contexto socia-cultural existente.
A experiência dos “círculos de cultura” mostra que o alfabetizando, ao começar a escrever livremente, não copia palavras, mas sim, expressa seus juízos.
O método Paulo freire coloca o alfabetizando em condições de poder re-existênciar criticando as palavras de seu mundo, para na oportunidade devida, saber usar sua palavra crítica.
Ao povo cabe dizer a palavra de comando no processo histórico-cultural. Se a direção racional de tal processo já é política, então conscientizar é politizar. E a cultura popular se traduz por política popular: não há cultura do povo, sem politica do povo.
O radical, comprometido com a libertação dos homens, não se deixa prender em “círculos de segurança”. Ele não teme enfrentar, não teme ouvir, não teme o desvelamento do mundo e nem o diálogo com o povo.
Justificativa da pedagogia do oprimido
Humanização e desumanização, dentro da história, num contexto real, concreto, objetivo, são possibilidades dos homens como seres inconclusos. Mas, se ambas são possibilidades, só a primeira nos parece ser o que achamos de vocação dos homens. Vocação negada! Mas também, afirmada na própria negação. Vocação negada na injustiça, na exploração, na opressão, na violência dos opressores. Mas afirmada no anseio de liberdade, de justiça, de luta dos oprimidos, pela recuperação de sua humanidade roubada.
A situação concreta de opressão e os opressores.
A grande tarefa dos oprimidos é de forma humanista e histórica é libertar-se a si e os opressores. Estes que oprimem, exploram e violem em região de poder.
O ‘medo da liberdade” de que se fazem objeto os oprimidos, medo da liberdade que tanto pode conduzi-los a pretender ser opressores também, quanto mantê-los atados ao status de oprimidos, é outro aspecto que merece atenção.
A situação concreta de opressão e oprimidos.
Os oprimidos, contudo, acomodados e adaptados, “imersos” na própria engrenagem da estrutura dominadora, temem a liberdade, enquanto não se sentem capazes de correr o risco de assumi-la. E a temem, também, na medida em que, lutar por ela, significa uma ameaça, não só aos que a usam para oprimir, como seus “proprietários” exclusivos, mas aos companheiros oprimidos, que se assustam com maiores repressões.
Quando descobrem em si o anseio por libertar- se, percebem que este anseio somente se faz concretude na concretude de outros anseios.
Sofrem uma dualidade que se instala na “interioridade” do seu ser. Descobrem que, não sendo livres, não chegam a ser autenticamente. Querem ser, mas temem ser. São eles e ao mesmo tempo são o outro introjetado neles, como consciência opressora. Sua luta se trava entre serem eles mesmos ou serem duplos. Entre expulsarem ou não ao opressor de “dentro” de si. Entre se desalienarem ou se manterem alienados. Entre seguirem prescrições ou terem opções. Entre serem espectadores ou atores. Entre atuarem ou terem a ilusão de que atuam, na atuação dos opressores. Entre dizerem a palavra ou não terem voz, castrados no seu poder de criar e recriar, no seu poder de transformar o mundo.
A concepção da educação como instrumento da opressão.
O educador, que aliena a ignorância, se mantém em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processos de busca.
O educador se põe frente aos educandos como sua antinomia necessária. Reconhece, na absolutização da ignorância daqueles a razão de sua existência. Os educandos, alienados, por sua vez, à maneira do escravo na dialética hegeliana, reconhecem em sua ignorância a razão da existência do educador, mas não chegam, nem sequer ao modo do escravo naquela dialética, a descobrir-se educadores do educador.
Na verdade, como mais adiante discutiremos, a razão de ser da educação libertadora está no seu impulso inicial conciliador. Daí que tal forma de educação implique na superação da contradição educador- educandos, de tal maneira que se façam ambos, simultaneamente, educadores e educandos.
Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já, não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas.
Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. Mediatizados pelos objetos cognoscíveis que, na prática “bancária”, são possuídos pelo educador que os descreve ou os deposita nos educandos passivos.