Psicodinâmica do Trabalho

Abordagem Científica

criada

Psicanalista Christophe Dejours

França

1980

investiga

as organizações do trabalho e seus reflexos na
qualidade de vida, na saúde e adoecimento dos trabalhadores para poder intervir e ajudar os mesmos

O Que é Trabalho?

essa questão é muito comum, principalmente em temas de debate na psicologia

para aprender e compreender as relações de trabalho exige, além de uma observação do psicólogo, uma escuta e compreensão de quem executa o trabalho

é intitulada como

clínica do trabalho

busca desenvolver o campo da saúde mental e trabalho, partindo do trabalho de campo e se deslocando e retornando constantemente a ele.

Visa intervir em situações concretas de trabalho, compreender os processos psíquicos envolvidos e formular avanços teóricos e metodológicos reproduzíveis a outros contextos.

Lógica de Empresas

Lucro e Produtividade

muitas vezes, essa lógica acaba fazendo com que o trabalhador perca a sua saúde mental pela pressão psicológica em que é colocado.

segundo Dejours

“a Psicodinâmia do Trabalho é antes de tudo uma
clínica. Ela se desdobra sobre um trabalho de campo radicalmente diferente do lugar da cura. Afirmar que ela é uma clínica, implica que a fonte de inspiração é o trabalho de campo, e que toda a teoria é alinhavada a partir deste campo” (DEJOURS, 1993, p. 137; LANCMAN & UCHIDA, 2003).

segundo Molinier

A Psicodinâmica do Trabalho “não busca transformar o
trabalho, mas modificar as relações subjetivas no trabalho. Ou, para dizer de uma outra forma: o que uma enquête modifica, não é o trabalho, mas o trabalhar. Modifica, não o trabalho, mas o trabalhador (MOLINIER, 2001, p. 134)

Método Preconizado

1) A construção do estudo: a pré-enquête

pressupostos iniciais

o voluntariado dos participantes e concordância da instituição para a realização da enquête.

Essa fase caracteriza-se por criar condições objetivas
para a realização da pesquisa, apresentar e difundir os
princípios da Psicodinâmica do Trabalho e da enquête entre os trabalhadores, identificando voluntários interessados em participar das demais etapas, e organizar os grupos.

2) A enquête

constitui-se das discussões em grupo que ocorrerão em intervalos que dependerão das possibilidades do serviço em disponibilizar o conjunto dos trabalhadores durante o período de trabalho.

O propósito dos grupos é o de desencadear uma reflexão e uma ação transformadora.

3) Validação e refutação

Ao longo das sessões, buscar-se-á, a partir das elaborações, interpretações, hipóteses, temas e comentários registrados durante cada encontro, formar um relatório, que será discutido com os trabalhadores. Seu conteúdo será, ao longo das discussões, validado, refutado ou retomado. Somente após essa fase, será constituído o relatório final.

O relatório também trata-se de um processo interativo de apresentação das interpretações dos pesquisadores, validação da análise, dos resultados e das conclusões da intervenção entre pesquisadores e participantes da pesquisa/intervenção.

4) Validação ampliada

Este relatório final será discutido com o conjunto dos
trabalhadores que não participaram diretamente da pesquisa e com a direção da instituição, para difundir as interpretações elaboradas no relatório de cada grupo.

Dejours

Supõe que uma discussão em grupo pode favorecer muito o ambiente de trabalho. Nesse sentido, é necessária a criação de um espaço público de decisão, onde as pessoas possam falar e se escutar para que a transformação da organização do trabalho ocorra. A confrontação de opiniões sobre o trabalho vai ter então o sentido de desenvolver a capacidade das pessoas pensarem individual e/ou coletivamente.

Busca estudar os aspectos menos visíveis que são vivenciados pelos trabalhadores ao longo do processo produtivo

como: mecanismos de cooperação, reconhecimento, sofrimento, mobilização da inteligência, vontade e motivação e estratégias defensivas que se desenvolvem e se estabelecem a partir das situações de trabalho.

metodologia de pesquisa qualitativa

alternativa de pesquisa com foco em muitas metodologias

envolve uma abordagem de compreensão do objeto de estudo.

utiliza o modelo positivista como ciência

3 premissas

autorealização

é presente em todo indivíduo

e essa busca e auto realização leva o indivíduo a contribuir com a sociedade, e contribuindo com a sociedade, o indivíduo se sente auto realizado

o que é trabalho e o que não é

desejo de julgamento do outro

sobre o necessário olhar do outro que pode ser tanto um coletivo de trabalho ou uma comunidade de pertença.

Organização do contexto do trabalho

Organização do trabalho

divisão de tarefas entre os trabalhadores (onde cada um se encaixa melhor)

Condições de trabalho

referem-­se ao ambiente físico, o ambiente biológico, as condições de higiene, de segurança e as características antropométricas do posto de trabalho.

Relações de trabalho

referem-­se às relações com as chefias imediatas e superiores, com os membros da equipe de trabalho e as relações externas

Mobilização subjetiva do trabalhador

experiências de prazer e sofrimento

sofrimento

criativo

o indivíduo transforma seu sofrimento em algo benéfico para ele mesmo, encontrando liberdade na organização do trabalho que ofereça margem de negociação entre os deveres do trabalho e o desejo do trabalhador.

patogênico

está relacionado à falta de flexibilidade da organização do trabalho, a qual impede que o sujeito encontre vias de descarga de tensão nas suas atividades, utilizando­‐se de estratégias defensivas para suportar trabalhar.

Inteligência prática

está ligada à criação de uma ação ou de um uso repetido que resulta em um conhecimento ou em uma prática. É o poder de conquistar aprendizado com as vivências, construindo aptidões funcionais.. A partir do enfrentamento destas situações, desenvolve um saber particular que ao tornar­‐se coletivo, transforma-­se em ação de cooperação. Este recurso apresenta a finalidade de minimizar o sofrimento e transformá-­lo em prazer.

Cooperação

essa estratégia representa uma maneira de agir de um grupo de trabalhadores para redefinir o sofrimento, fazer a gestão das contradições do contexto de trabalho e transformar em fonte de prazer a organização do trabalho, o que seria possível por meio do espaço público de discussão e da cooperação entre os sujeitos.

Estratégias defensivas e espaço de discussão coletiva

essas estratégias têm como função adaptar o sujeito às pressões de trabalho com o objetivo de conjurar o sofrimento.

trouxe contribuições teórico-metodológicas para a psicologia do trabalho

coletivo x individual

embora o sofrimento esteja ligado as bases coletivas da organização do trabalho, ela é, especialmente, vivenciada por cada indivíduo de uma forma.

entra na vivência não só de grupo, mas sim, de apenas um indivíduo, envolvendo sofrimento ou não em seu ambiente de trabalho