Projeto político-pedagógico

O processo de decisão

"Uma estrutura administrativa da escola, adequada à realização de objetivos educacionais, de acordo
com os interesses da população, deve prever mecanismos que estimulem a participação de todos no processo de decisão" (VEIGA, 1998, p.10)

O processo de decisão para com a escola, é geralmente orientado por um poder hierarquizado e autoritário.

Avaliação


A avaliação do projeto político-pedagógico, numa visão crítica, parte da necessidade de se conhecer a realidade escolar, busca explicar e compreender criticamente as causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas mudanças e se esforça para propor ações alternativas (criação coletiva).

O processo de avaliação envolve três momentos:

A descrição e a problematização da realidade
escolar

A compreensão crítica da realidade descrita e problematizada é a proposição de alternativas de ação

momento de criação coletiva.

Princípios norteadores do ppp

Deve-se ter igualdade de condições de acesso e permanência na escola.

Portanto, só é possível considerar o processo educativo em seu conjunto sob a
condição de se distinguir a democracia como possibilidade no ponto de
partida e democracia como realidade no ponto de chegada. (1982, p. 63)

A qualidade deve ser proporcionada a todos, e não pode ser apenas privilegio de minorias econômicas socias.

Gestão democrática

É um princípio consagrado pela Constituição vigente e abrange as dimensões Pedagógica, administrativa e financeira.

Esse compromisso implica a construção coletiva
de um projeto político-pedagógico ligado à educação das classes populares.

Liberdade é outro princípio constitucional

Por isso, a liberdade deve ser considerada, também, como liberdade para aprender, ensinar, pesquisar
e divulgar a arte e o saber direcionados para uma intencionalidade definida coletivamente

A valorização do magistério é um princípio central na discussão do projeto político-pedagógico.

O reforço à valorização dos profissionais da educação, garantindo-lhes o direito ao aperfeiçoamento profissional permanente, significa “valorizar a experiência e o conhecimento que os professores têm a partir de sua prática pedagógica” (Veiga e Carvalho 1994, p. 51).

A melhoria da qualidade da formação profissional e a valorização do trabalho pedagógico requerem a
articulação entre instituições formadoras, no caso as instituições de ensino superior e a Escola Normal, e as agências empregadoras, ou seja, a própria rede de ensino.

A formação profissional implica, também, a
indissociabilidade entre a formação inicial e a formação continuada.

Conceitos

O projeto político-pedagógico é um documento produzido coletivamente, em consonância com um compromisso sociopolítico, e com interesses reais e coletivos (VEIGA, 1998).

Níveis de organização do trabalho pedagógico

Organização da escola como todo.

Organização da sala de aula, incluindo sua
relação com o contexto social imediato.

Dimensão pedagógica

Definir ações educativas e características, que sejam necessárias para às escolas cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade (VEIGA, 1998).

"As ações devem ter a finalidade de formar o discente com princípios de formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo" (VEIGA, 1998, p.2).

Teórico-metodológicos concretizados às concepções coletivas

Alicerçar nos pressupostos de uma teoria pedagógica crítica viável, que parta da prática social e esteja compromissada em solucionar os problemas da educação e do ensino de nossa escola (VEIGA, 1998).

Finalidades

"As finalidades da escola referem-se aos efeitos
intencionalmente pretendidos e almejados" (ALVES 1992, p. 19 apud VEIGA, 1998, p.6).

Finalidade política e social — formar o indivíduo para a participação política que implica direitos e deveres da cidadania.

Finalidade cultural - preparar culturalmente os indivíduos para uma melhor compreensão da sociedade em que vivem.

Finalidade de formação profissional — possibilita a
compreensão do papel do trabalho na formação profissional do aluno.

Finalidade humanística — promover o desenvolvimento integral
da pessoa?

Analise coletiva

O esforço analítico de todos possibilitará a identificação de quais finalidades precisam ser reforçadas, quais as que estão relegadas e como elas poderão ser detalhadas em nível das áreas, das
diferentes disciplinas curriculares, do conteúdo programático (VEIGA, 1998, p.7).

As relações de trabalho

As relações de trabalho, devem relacionar-se a uma participação democrática escolar, para romper à organização regida pelos princípios da divisão do trabalho, e do controle hierárquico (VEIGA, 1998).

Currículo

Currículo é um importante elemento constitutivo da organização escolar

Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que
esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilar, através da produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de construção
coletiva do conhecimento escolar.

A organização curricular requer alguns pontos Básicos.

O primeiro é o de que o currículo não é um instrumento neutro.

O currículo passa ideologia, e a escola
precisa identificar e desvelar os componentes ideológicos do conhecimento escolar que a classe dominanteutiliza para a manutenção de privilégios.

O segundo ponto é o de que o currículo não pode ser separado do contexto social.

O terceiro ponto diz respeito ao tipo de organização curricular que a escola deve adotar.

Com base em Bernstein (1989), chamo a atenção para o fato de que a escola deve buscar novas formas de organização curricular, em que o conhecimento escolar (conteúdo) estabeleça uma relação aberta e inter-relacione-se em torno de uma ideia integradora.

O quarto ponto refere-se à questão do controle social, já que o currículo formal (conteúdos
curriculares, metodologia e recursos de ensino, avaliação e relação pedagógica) implica controle.

o controle social é instrumentalizado pelo currículo oculto, entendido este como as “mensagens
transmitidas pela sala de aula e pelo ambiente escolar” (Cornbleth 1992, p. 56).

O tempo escolar

O calendário escolar — determina quantitativamente todo o período do ano letivo.

"O horário escolar — o número de horas por semana que varia em razão das disciplinas constantes na grade curricular, estipula também o número de aulas por professor” (VEIGA, 1998, p.9).

"Quanto mais compartimentado for o tempo, mais hierarquizadas e ritualizadas serão as relações sociais, reduzindo, também, as possibilidades de se institucionalizar o currículo integração que conduz a um ensino em extensão." (VEIGA, 1998, p.10).

O tempo é essencial no ensino-aprendizagem, sendo necessário estruturar o currículo de formar a flexibilizar as ações pedagógicas, possibilitando ações mais significativas contribuintes a formação integral dos alunos.

Estrutura organizacional

Administrativa

"Asseguram, praticamente, a locação e a gestão de recursos humanos, físicos e financeiros" (VEIGA, 1998, p.7)

Pedagógica

"As pedagógicas, que, teoricamente, determinam as ações administrativas, "organizam as funções educativas para que a escola atinja de forma eficiente e eficaz as suas finalidades”” (Alves 1992, p. 21 apud VEIGA, 1998, p.7).

"As estruturas pedagógicas referem-se, fundamentalmente, às interações políticas, às questões de ensino-aprendizagem e às de currículo" (VEIGA, 1998, p.7). Ou seja, todos os setores são necessários para o desenvolvimento do trabalho pedagógico.

Luiz Eduardo Coringa Oliveira

Milene Silva Maniçoba