Em ruminantes, a fase de reconhecimento materno da gestação é marcada pela secreção da proteína interferon-tau (INF-T), que desempenha um papel crucial na manutenção da viabilidade do embrião.
Um dos efeitos da proteína interferon-tau (INF-T) pode
ser a redistribuição de prostaglandina F (PGF), produzida
pelo útero de modo que PGF e prostaglandina E (PGE)
acumulam-se no lúmen uterino, inibindo assim sua ação
luteolitica.
Há evidências de que nos ruminantes os níveis
venosos útero-ovarianos de PGF2α são reduzidos durante
o início da prenhez, embora a capacidade do útero de produzir PGF permaneça inalterada
O INF-T também tem o papel de estimular a produção de prostaglandina E2, (um agente luteotrófico), e de aumentar a produção de diversas proteínas secretórias de origem uterina, que podem estar envolvidas na manutenção da viabilidade do concepto.
Essa expressão de INF-T termina com a implantação, pois o contato do trofoblasto com o endométrio
inibe a sua produção
No início da década de 80, foi purificada uma proteína
secretada pelo concepto ovino que expressava características antiluteolíticas. Essa proteína, inicialmente chamada
de proteína X e posteriormente denominada trofoblastina
ovina (TP-1), foi o principal produto de conceptos ovinos
em cultura, entre os dias 10 e 12 de gestação
Em experimentos subsequentes, essa proteína
foi sequenciada e renomeada como proteína interferontau (INF-T), tendo a sua função antiluteolítica comprovada
e associada ao reconhecimento materno da gestação em
ruminantes
FASE DE RECONHECIMENTO MATERNO
O INF-T é classificado como interferon do tipo I, secretado em grandes quantidades pelas células trofoblásticas
dos ruminantes antes da implantação
o. A sua principal
função é evitar o retorno à ciclicidade, preservando o funcionamento do corpo lúteo durante a gestação
Nos ruminantes a fase de reconhecimento materno
ocorre entre o 12º e o 26º dia quando ocorre a secreção da
proteína interferon-tau (INF-T), com pico entre os dias 15
e 16.
Nesta fase há o alongamento do embrião, que coincide
com a máxima produção de IFNT.
PERIODO DE PRÉ IMPLANTAÇÃO E PERDAS EMBRIONARIAS
O processo de fecundação geralmente gera índices de
90,0% contra as perdas embrionárias, que se encontram
na faixa de 29,0% a 39,0%, e cuja maioria ocorre entre os
dias oito e 16 pós-inseminação ou cobertura
As perdas embrionárias na fase inicial da gestação
podem ocorrer devido a problemas inerentes ao próprio
embrião ou ao ambiente uterino
O período de pré-implantação, compreendido entre a
fecundação do oócito e a implantação do concepto
duurante esse período, ocorrem complexas interações entre o ovário, o endométrio e o embrião, necessárias para que a gestação se estabeleça e o concepto permaneça viável