Puerpério normal
Classificação de Rezende
Imediato
1° ao 10° dia pós-parto
Tardio
10°-45° dia pós-parto
Remoto
Após 45° dia pós-parto
Assistência pós-parto
Dieta e deambulação
Rápida deambulação, dieta geral e hidratação
Cuidado com as mamas
Incentivar o alojamento conjunto (RN com a mãe) para a manutenção da amamentação
Orientar a técnica correta da amamentação
Tratar possíveis traumas mamilares
Analgésicos e cremes para cicatrização
Tratar possível mastite
Se evoluir para infecção bacteriana (S. aureus), indicar antibioticoterapia
Esvaziamento adequado da mama
Manter a amamentação
Vacinação
Checar situação vacinal e sorológica
Imunização para rubéola, hepatite B e coqueluche
Receber Ig anti-D caso sejam Rh-D-, não sensibilizadas e com RN Rh-D+
Alterações de humor
Blues puerperal
Alteração leve e transitória do comportamento, com irritação, ansiedade, insônia e choro fácil
Autolimitado
Depressão pós-parto
Alterações somáticas como distúrbios do sono, da energia, do apetite, do peso, da função gastrointestinal e da libido
Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo (EPDS): rastreamento
Tratamento psicossocial e/ou medicamentoso
Anticoncepção
Não lactantes: após 2-3 semanas, utilizar anticoncepcionais de progesterona ou métodos de barreira.
Podem iniciar anticoncepcionais combinados após 28 dias do parto
Lactantes: após 2-3 semanas, utilizar anticoncepcionais de progesterona ou métodos de barreira
Anticoncepcionais combinados podem reduzir a quantidade e qualidade do leite
Atividade sexual
Aguardar de 30 a 45 dias
Pode haver perda da libido, bem como atrofia do epitélio vaginal e diminuição da lubrificação nas lactantes ou em uso de progesterona
Indicar lubrificantes à base de estrógeno para a atrofia vaginal
Retorno ambulatorial
Primeiro retorno: 7-10 dias após o parto
Avaliar sinais sugestivos de infecção e hematoma na episiorrafia (parto normal) ou cicatriz cirúrgica (parto cesárea)
Segundo retorno: 40 dias após o parto
Orientar sobre contracepção, atividade sexual e amamentação
Definição
Intervalo de tempo após a dequitação em que haverá mudanças fisiológicas e anatômicas na mulher ao estado pré-gravídico
Alterações anatomo-fisiológicas
Involução do sítio placentário
Hemostasia
Esfoliação local
Útero
Involução
Globo de segurança de Pinard
Contração uterina fixa pós-parto
24h: atinge altura da cicatriz umbilical
2° semana: não é palpável no abdome
6-8 semanas: dimensões pré-gravídicas
Regeneração da ferida placentária
Produção e eliminação de lóquios (sangramento vaginal após o parto)
Exsudatos e transudatos (eritrócitos, leucócitos, bactérias, decídua e células epiteliais)
Até 3 dias: lóquios rubros
Entre 4-10 dias: lóquios serossanguíneos
Após 10 dias: lóquios amarelados e brancos
Sempre observar cor e odor
Colo uterino
Primeiros dias: laceração, equimose, ulcerações
Regressão da dilatação
Formato de fenda
Hematológicas
Leucocitose, plaquetocitose, eosinopenia absoluta e linfocitopenia relativa
Endocrinológicas
Desaparecimento de beta-hCG após a dequitação
Esteroides sexuais e hCG em níveis baixos nas primeiras 3 semanas
Não lactantes: retorno menstrual em 8 semanas
Lactantes: atraso no retorno menstrual por meses
Prolactina inibe GnRH, dificultando a ovulação
Perda do peso acumulado durante a gestação, porém ganho de peso em comparação ao estado antenatal
Perda óssea limitada e reversível, associada a lactação e amenorreia
Urinárias
Incontinência e retenção urinária
Mamas
Colostro (precursor do leite materno): maior teor de minerais, proteínas, vitamina A e imunoglobulinas
Secreção alcalina e amarelada, surge em até 5 dias do parto
Apojadura: descida do leite em 72h
Pode apresentar pico febril
Leite materno maduro: maior teor de carboidratos e gordura
Rico em enzimas, vitaminas (exceto vitamina K) e proteínas como caseína, alfalactoalbumina, lactoferrina, lisoenzima, albumina, IgA
A lactação se inicia após a queda de níveis de estrógenos, progesterona e hormônio lactogênico placentário e aumento de prolactina
Esse processo se mantém com a sucção regular do RN e esvaziamento dos ductos e alvéolos mamários