SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS - ORAL E ESCRITA
Estrutura de base
Apresentação da situação
Na qual é descrita de maneira detalhada a tarefa de expressão oral ou escrita que os alunos deverão realizar;
produção inicial
Estes elaboram um primeiro texto inicial, oral ou escrito, que corresponde ao gênero trabalhado
Essa etapa permite ao professor avaliar as capacidades já adquiridas e ajustar as atividades e os exercícios previstos na sequência às possibilidades e dificuldades reais da turma.
Os módulos
constituídos por várias atividades ou exercícios, dão-lhe os instrumentos necessários para esse domínio, pois os problemas colocados pelo gênero são trabalhados de maneira sistemática e aprofundada.
Produção final
o aluno pode pôr em prática os conhecimentos adquiridos, e com o professor, medir os progressos alcançados.
A primeira produção
- No momento da produção inicial, os alunos tentam elaborar um primeiro texto oral ou escrito e, assim, revelam para si mesmos e para o professor as representações que têm desta atividade.Goals
1. Um primeiro encontro com o gênero:
Para os alunos, a realização de um texto oral ou escrito concretiza os elementos dados na apresentação da situação e esclarece, portanto, quanto ao gênero abordado na seqüência didática. Ao mesmo tempo, isso lhes permite descobrir o que já sabem fazer e conscientizar-se dos problemas que eles mesmos, ou outros alunos, encontram
2. Realização prática de uma avaliação formativa e primeiras aprendizagens:
A análise das produções orais ou escritas dos alunos, guiada por critérios bem definidos, permite avaliar de maneira bastante precisa em que ponto está a classe e quais são as dificuldades encontradas pelos alunos.
- É assim que se definem o ponto preciso em que o professor pode intervir melhor e o caminho que o aluno tem ainda a percorrer: para nós, esta é a essência da avaliação formativa. Desta forma, a produção inicial pode "motivar" tanto a seqüência como o aluno.
A produção final
- A seqüência é finalizada com uma produção final que dá ao aluno a possibilidade de pôr em prática as noções e instrumentos elaborados separadamente nos módulos. Esta produção permite, também, ao professor realizar uma avaliação somativa.
1. Investir as aprendizagens:
Indica-lhe os objetivos a serem atingidos e dá-lhe, portanto, um controle sobre seu próprio processo de aprendizagem (O que aprendi? O que resta a fazer?); Serve de instrumento para regular e controlar seu próprio comportamento de produtor de textos, durante a revisão e a re-escrita. Permite-lhe avaliar os progressos realizados no domínio trabalhado.
2. Avaliação de tipo somativo:
- O importante é que o aluno encontre de maneira explícita os elementos trabalhados em aula e que devem servir como critérios de avaliação.
- Uma avaliação somativa assentada em critérios elaborados ao longo da seqüência é mais objetiva, mas mantém sempre uma parte de subjetividade.
- A avaliação é uma questão de comunicação e de trocas.
A modularidade e a diferenciação
Este se inscreve numa perspectiva construtivista, interacionista e social que supõe a realização de atividades intencionais, estruturadas e intensivas que devem adaptar-se às necessidades particulares dos diferentes grupos de aprendizes.
Trabalho com as seqüências e atividades de estruturação da língua
1. Uma perspectiva textual:
- Implica levar em conta os diferentes níveis do processo de elaboração de textos.
2. Questões de gramática e sintaxe:
- O domínio de uma sintaxe passa pela compreensão e pela apropriação das regras gerais que dizem respeito à organização da frase e necessita de conhecimentos explícitos sobre o funcionamento da língua nesse nível.
3. E a ortografia?
- Os erros encontrados nos textos produzidos ao longo das seqüências são uma fonte de informação preciosa para o professor. Um levantamento dos erros mais freqüentes pode servir como base para a escolha das noções a serem estudadas ou revistas nos momentos consagrados unicamente à ortografia.
4. O lugar da revisão ortográfica:
- A questão da correção ortográfica não deve obscurecer as outras dimensões que entram em jogo na produção textual. Primeiramente, para o aluno, que preocupado sobretudo com a ortografia, perderá de vista o sentido do trabalho que ele está realizando, isto é, a redação de um texto que responde a uma tarefa de linguagem. Em segundo lugar, para o professor, cujo olhar atraído pelos "erros ortográficos", não se deterá nem na qualidade do texto, nem em outros erros mais fundamentais do ponto de vista da escrita: incoerência de conteúdo, organização geral deficiente, falta de coesão entre as frases, inadaptação à situação de comunicação etc.
Final Point
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A progressão através dos ciclos/séries
os princípios da progressão são os seguintes:
1. Uma progressão organizada em torno dos agrupamentos de gêneros
2. Uma progressão "em espiral": melhor domínio do mesmo gênero em diferentes níveis
3. Os gêneros tratados de acordo com os ciclos/séries
4. Aprendizagem precoce para assegurar o domínio ao longo do tempo
5. Evitar a repetição, propondo-se diferentes níveis de complexidade
Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito.
Trabalhar com Gêneros
Os textos escritos ou orais diferenciam-se um dos outros e isso porque são produzidos em condições diferentes
Gêneros de textos conhecidos e reconhecidos facilitam a comunicação - Ex.: a conversa entre a família, a negociação no mercado ou discurso amoroso
Gêneros que interessam mais a escola: narrativas de aventuras, reportagens esportivas, mesas-redondas, seminários e etc
As sequências didáticas servem, portanto, para dar aos alunos acesso a práticas de linguagem novas ou dificilmente domináveis
A apresentação da situação
Apresentação da situação é, portanto, o momento em que a turma constrói uma representação da situação de comunicação e da atividade de linguagem a ser executada. Dimensões principais:
a) Apresentar um problema de comunicação bem definido: - A primeira dimensão é a do projeto coletivo de produção de um gênero oral ou escrito, proposto aos alunos de maneira bastante explícita para que estes compreendam o melhor possível a situação de comunicação na qual devem agir; qual é, finalmente, o problema de comunicação que devem resolver, produzindo um texto oral ou escrito. - Deve-se dar indicações que respondam às seguintes questões: − Qual é o gênero que será abordado? − A quem se dirige a produção? − Que forma assumirá a produção? − Quem participará da produção?
b) Preparar os conteúdos dos textos que serão produzidos:
- Na apresentação da situação, é preciso que os alunos percebam, imediatamente, a importância desses conteúdos e saibam com quais vão trabalhar.
- A fase inicial de apresentação da situação permite, portanto, fornecer aos alunos todas informações necessárias para que conheçam o projeto comunicativo visado e a aprendizagem de linguagem a que está relacionado. Na medida do possível, as seqüências didáticas devem ser realizadas no âmbito de um projeto de classe, elaborado durante a apresentação da situação, pois este torna as atividades de aprendizagem significativas e pertinentes.
Os módulos
Nos módulos, trata-se de trabalhar os problemas que apareceram na primeira produção e de dar aos alunos os instrumentos necessários para superá-los. A atividade de produzir um texto escrito ou oral é, de uma certa maneira, decomposta, para abordar, um a um e separadamente, seus diversos elementos, à semelhança de certos gestos que fazemos para melhorar as capacidades de natação, nos diferentes estilos.
1. Trabalhar problemas de níveis diferentes:
- Produzir textos escritos e orais é um processo complexo, com vários níveis que funcionam, simultaneamente, na mente de um indivíduo. Em cada um desses níveis, o aluno depara-se com problemas específicos de cada gênero e deve, ao final, tornar-se capaz de resolvê-los simultaneamente.
- Representação da situação de comunicação: O aluno deve aprender a fazer uma imagem, a mais exata possível, do destinatário do texto, da finalidade visada, de sua própria posição enquanto autor ou locutor e do gênero visado. Elaboração dos conteúdos: O aluno deve conhecer as técnicas para buscar, elaborar ou criar conteúdos. Planejamento do texto: O aluno deve estruturar seu texto de acordo com um plano que depende da finalidade que se deseja atingir ou do destinatário visado; cada gênero é caracterizado por uma estrutura mais ou menos convencional. Realização do texto: O aluno deve escolher os meios de linguagem mais eficazes para escrever seu texto: utilizar um vocabulário apropriado a uma dada situação, variar os tempos verbais em função do tipo e do plano do texto, servir-se de organizadores textuais para estruturar o texto ou introduzir argumentos.
2. Variar as atividades e exercícios:
- As atividades de observação e de análise de textos – sejam orais ou escritos, autênticos ou fabricados para pôr em evidência certos aspectos do funcionamento textual – constituem o ponto de referência indispensável a toda aprendizagem eficaz da expressão.
- As tarefas simplificadas de produção de textos são exercícios que, pelo próprio fato de imporem ao aluno limites bastante rígidos, permitem-lhe descartar certos problemas de linguagem que deve, habitualmente, gerenciar simultaneamente (conforme os diferentes níveis de produção).
- A elaboração de uma linguagem comum para poder falar dos textos, comentá-los, criticá-los, melhorá-los, quer se trate de seus próprios textos ou dos de outrem.
3. Capitalizar as aquisições:
Realizando os módulos, os alunos aprendem também a falar sobre o gênero abordado. Eles adquirem um vocabulário, uma linguagem técnica, que será comum à classe e ao professor e, mais do que isso, a numerosos alunos fazendo o mesmo trabalho sobre os mesmos gêneros. Eles constróem progressivamente conhecimentos sobre o gênero. Ao mesmo tempo, pelo fato de que toma a forma de palavras técnicas e de regras que permitem falar sobre ela, esta linguagem é, também, comunicável a outros e, o que é também muito importante, favorece uma atitude reflexiva e um controle do próprio comportamento.
Agrupamento de Gêneros e Progressão
Os agrupamentos de gêneros
1. correspondam às grandes finalidades sociais atribuídas ao ensino, cobrindo os domínios essenciais de comunicação escrita e oral em nossa sociedade;
2. retomem, de maneira flexível, certas distinções tipológicas, da maneira como já funcionam em vários manuais, planejamentos e currículos;
3. sejam relativamente homogêneos quanto às capacidades de linguagem implicadas no domínio dos gêneros agrupados.
As diferenças do trabalho com a escrita e com o oral
1. Possibilidade de revisão:
- A escrita deve ser corrigida no final; o texto, durante muito tempo provisório, é o instrumento de elaboração do texto definitivo. De certa maneira, a fala é corrigida antecipadamente, numa atividade de preparação intensa, cujos instrumentos o aluno deve aprender a dominar.
2. Observação do próprio comportamento:
- O texto escrito pode ser considerado como uma forma permanente, exteriorizada, do próprio comportamento de linguagem. Pelo fato de ser permanente, esse comportamento torna-se, de uma certa maneira, observável, como um objeto exterior ao qual o próprio olhar pode orientar-se. Através deste objeto, é possível se refletir sobre a maneira de fazer ou de escrever um texto.
2.1 Para tornar o comportamento observável, existe um só procedimento: a gravação, que transforma a fala num objeto que o produtor ou o ouvinte podem escutar novamente; que pode ser, facilmente, comparado a outras falas; sobre o qual podem ser formuladas hipóteses a se verificar; que pode ser, eventualmente, transcrito.
- O texto escrito pode ser considerado como uma forma permanente, exteriorizada, do próprio comportamento de linguagem. Pelo fato de ser permanente, esse comportamento torna-se, de uma certa maneira, observável, como um objeto exterior ao qual o próprio olhar pode orientar-se. Através deste objeto, é possível se refletir sobre a maneira de fazer ou de escrever um texto.
3. Observação de textos de referência:
- A gravação e, conseqüentemente, a possibilidade da escuta repetida que permite a verificação das hipóteses levantadas; a escuta dirigida pela escrita, que deixa traços que podem ser analisados e discutidos; em certos casos, a transcrição, que transforma o oral em escrita observável de maneira permanente.
Orientação metodológica
1. Escolha de seqüências dentre as que estão propostas para um ciclo/série:
Devem ser escolhidas seqüências pertencentes a agrupamentos de gêneros diferentes, reservando-se espaço e não se negligenciando o ensino-aprendizagem da modalidade oral.
2. Escolha dos módulos ou das atividades a serem efetivadas numa seqüência:
As atividades desenvolvidas em sala de aula, e não o material à disposição, forem determinadas pelas dificuldades encontradas pelos alunos na realização da tarefa proposta.