A educação tradicional frequentemente simplifica e separa conhecimentos complexos, criando um entendimento fragmentado da realidade. À medida que os problemas se tornam mais multidimensionais e globais, essa abordagem se mostra inadequada, gerando uma inteligência cega e irresponsável.
O princípio da redução conduz a reduzir o complexo ao simples. A nossa educação ensinou-nos a separar e não ligar os conhecimentos porque o conjunto destes constitui um puzzle ininteligível. Quanto mais os problemas se tornam multidimensionais, planetários, mais eles se tornam impensados, a inteligência cega torna-se inconsciente e irresponsável.
Disjunção e especialização fechada
Os problemas essenciais nunca são paralelos e os globais são cada vez mais essenciais. O conhecimento especializado é uma forma particular de abstracção.
A inteligência geral
A antinomia
A filosofia, uma reflexão sobre todos os problemas humanos, tornou-se um campo fechado sobre si mesmo. Os problemas fundamentais e globais são evacuados das ciências. Nestas condições, as mentes formadas, conduzem a uma débil percepção do global conduzindo à debilitação da responsabilidade e solidariedade para com os outros.
A educação deve favorecer a aptidão natural da mente para colocar e resolver os problemas essenciais. Na missão de promover a inteligência, a educação do futuro deve, em simultâneo, utilizar os conhecimentos especializados e identificar a falsa racionalidade.
Da pertinência no conhecimento
O complexo
Significa o que é tecido em conjunto, a complexidade é a ligação entre a unidade e a multiplicidade. A educação deve promover uma inteligência geral, apta a referir-se ao complexo, ao contexto, de forma multidimensional e numa concepção global.
O multidimensional
A sociedade contém as dimensões histórica, económica, religiosa...O conhecimento pertinente deve reconhecer esta multidimensionalidade e aí inserir os seus dados.
O global
É mais do que o contexto, é o conjunto contendo partes diversas que lhes estão ligadas de forma organizacional. Uma sociedade é um todo organizador do qual fazemos parte.
O contexto
Para que um conhecimento seja pertinente, a educação deverá então tornar-se evidente. Para tomar sentido, a palavra tem necessidade do texto que é o seu próprio contexto e o texto tem necessidade do contexto onde se enuncia.
O contexto de hoje, de qualquer conhecimento politico, económico, antropológico, ecológico...é o próprio mundo.
A este problema universal está confrontada a educação do futuro, porque há a inadequação cada vez mais ampla, profunda e grave, e nela tornam-se invisíveis: