Futuro Digital

"O Futuro da Sociedade Digital e os novos valores da educação para os media" (Tornero,2007)

Sociedade Digital

- Sociedade plena de informação que circula à velocidade da luz; - Ritmo intenso

Necessidade imprescindível: Imaginar o Futuro

- Princípio de liberdade de consciência; - Capacidade humana de controlo; - Influência sobre a própria vida

Duas ideias de base

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a) Ideia que o futuro se planeia e constrói com o conjunto de decisões e escolhas feitas no presente (nada se encontra predeterminado)b) A nossa intuição/conhecimento das alternativas que o futuro trará depende, sobretudo, da lucidez e da profundidade da nossa consciência em relação ao passado e ao presente

- Reconhecer a necessidade de uma profunda consciência do presente; - Aceitar a liberdade para encarar qualquer especulação sobre o futuro.

Mito

Representa uma realidade simbólica deslumbrante, atrativa, que desperta o culto e reverênvia

Reformulação da Educação para os Media

Três aspetos

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a) O papel que o mito da sociedade digital desempenha no âmbito da transformação social;b) A transformação antropológica que este mito está a operar, de maneira ativa, na nossa sociedade e na Humanidade em geral (nova antropologia mediática);c) Uma linha de defesa da autonomia de consciência e de promoção da dignidade humana, funcionando como uma espécie de contramito e servindo de base a uma Educação para os Media atualizada e renovada

Como centro do discurso da mudança

O desenvolvimento das comunicações de massas e das tecnologias da comunicação e da informação afiguravam-se essenciais para o projeto de neoliberalização e globalização económica mundial

Motivos da Globalização dos mercados:

- Existência de uma base real (esperanças de uma melhoria da produção sem aumentar a carga humana); - Flexibilidade, capacidade de adaptação e facilidade da incorporação da interatividade por parte do recetor na utilização das tecnologias digitais, - Abertura total ao fluxo internacional de mensagens e comunicação; - Promessas digitais mostradas aos países menos desenvolvidos; - Omnipresença do digital

Sociedade da informação: ideologia tecnológica que procurava reformular a vida social e podia servir de inspiração a qualquer programa de ação - carácter de inevitabilidade

Para a ação social

Deu origem à transformação dos modos de vida tradicionais, a programas de reconversão económica e de transformações industriais, a metamorfoses na gestão do trabalho e da educação e transformações na personalidade e modos de ser dos indivíduos

Como resposta ao mito fantasmagórico da sociedade digital: Educação para os media

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- Tem de aproveitar os valores positivos que a configuração da sociedade digital representa para a Humanidade;- Deve resgatar os valores que ajudam a configurar a rede audiovisual que está a globalizar o planeta.

Rede audiovisual

Aspetos construtivos

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- Pode representar a união e sentido de comunicação e de comunidade: diálogo, intercâmbio de pontos de vista, procura de acordo e de consenso, aspiração ao fluxo igualitário de informação e eliminação de diferenças de classe e status;- Representa uma aspiração de unidade e de comunhão na qual a educação para os media deve assentar;- Contribui para a construção de um estatuto cosmopolita, de uma cidadania global e universal em que todos os cidadãos do Mundo possam comprometer-se.

Potenciar a compreensão das pessoas acerca do próprio Mundo e possibilitar um maior grau de consciência e autonomia

Aspetos destrutivos

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- Armadilha para a autonomia e a independência dos indivíduos;- Via de penetração e invasão para as estratégias de marketing e comercialização: veículo de manipulação;- Isolamento do próprio Mundo interior;- Viciar crianças e jovens: existência vazia, conversas privadas e jogos violentos

A educação para os media deve focar-se numa revisão crítica dos processos e exigir uma transformação dos aspetos negativos

Impacto na educação

Positivos

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- Pode constituir um veículo perfeito para se relacionar entre si e os aprendizes;- E-learning: aprendizagem mais profunda, sólida e diversificada;- Meios telemáticos nas Escolas: novos estilos de aprendizagem, adaptar as tarefas e os recursos didáticos às necessidades de cada aluno;- Simular situações que permitam a aquisição de experiências impossíveis de obter de outra forma;- Os professores podem ver o seu trabalho auxiliado e assistido por esta rede de redes.

Negativos

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- Sem a devida vigilância, pode introduzir fontes com segundas intenções e pouco rigorosas na aprendizagem;- A rede, na sua dimensão televisiva, pode afastar-nos do autêntico ato pedagógico e substituir o verdadeiro ensino e esforço/prazer de aprendizagem pela saturação da informação;- Pode privar de sentido o ato criativo e original da aprendizagem;- Pode conduzir-nos a uma ilusão de ótica, em que uma grande quantidade de informação vem substituir o conhecimento e a sabedoria da vida.

Educação para os Media

Emergência da nova sociedade digital

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Todos estes dilemas, problemas e alternativas devem inspirar a nova Educação para os Media, sendo a melhor resposta para aos valores representados pela rede audiovisual, revelando-se como uma filosofia do presente que antecipa um futuro consciente com as ferramentas e práticas educativas

Novo processo de hominização

Nova antropologia

Indivíduos mediáticos

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- Pessoas conectadas (3 a 4h/dia) e assim tecem as suas relações sociais; comportamentos e a sua relação com o Mundo;- Regem-se por impulsos e gostam de mudanças a ritmo acelerado;- Orientam-se para ambientes virtuais higienizados (estado de simulação);- Consumo como prazer;- Orientados para a excitação sob a forma de um discurso audiovisual estridente;- Nível político: arrastados pela manipulação de massas;- Adaptáveis ao meio/ambiente;- Gostam de se sentir integrados em comunidades de estilo de vida, de cuja presença obtêm modelos e segurança psicológica (adeptos do comunitarismo);- Fragmentários: visão composta de fragmentos, de retalhos e discursos descontextualizados e sem memória;- Instáveis e vulneráveis: falta de segurança e instáveis psicologicamente.

Instituições digitais

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- Des-locados e des-centralizadas: têm de se projetar para o exterior através de redes de comunicação;- Adaptáveis e flexíveis;- Controladoras e automatizadas;- Instáveis;- Pouco emotivas;- Globais: acessíveis a partir de qualquer circunstância espaciotemporal;- Sensíveis ao sistema económico geral.

Cidadania mediática como fruto de uma transformação mediática

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- Alterações ao nível da existência humana;- Urbanização maciça e irreversível;- Fenómeno da urbanização atingiu uma dimensão planetária;- Transformação do cidadão urbano em cidadão mediático;- Mediatização como um dado incontornável;

Novas urbes mediáticas construídas à base de tecnologias digitais

Nova dimensão espaciotemporal: novos espaços e tempos construídos pelos media (a tv, a rádio, a internet, etc...)

Cidadania digital mediatizada suportada pelos e nos meios de comunicação

O bioespaço da cidade mediática - mudança espacial

O novo espaço mediático: outra visão do significado e valor do tempo; revolução temporal