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par Andreia Rocha Il y a 7 années

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Dupla Hélice - Vinculação_Separação

A experiência da morte simboliza uma ruptura, similar à quebra da molécula de ADN durante a apoptose, mas os laços afetivos mantêm-se vivos na memória dos descendentes, mostrando a força da conexão humana além da morte.

Dupla Hélice - Vinculação_Separação

A morte representa uma rutura, lembrando a rutura física da molécula de ADN quando ocorre a morte celular programada, a apoptose, mas os laços afetivos persistirão como marca e como recordação nos descendentes ao longo dos anos, revelando, portanto, que o poder da vinculação humana continua para além da morte.

A vinculação da pessoa a Outro ser Humano - responde à necessidade primária de criar ligações afetivas, de ligar-se a outros seres humanos, como meio de assegurar segurança e proteção.

A vinculação nos seres humanos cria a base para os sentimentos de proteção e de segurança da criança. A vinculação tem ainda a função fundamental de assegurar as ligações transgeracionais, ligando afetivamente as famílias de ascendência com as famílias de descendência ao longo de todo o ciclo vital.

Separação - Individuação da própria pessoa - responde à necessidade primária de criar a sua própria individualidade, a sua própria identidade.

Estes dois processos, articulados entre si, vão conhecendo configurações diferentes, em função das tarefas de desenvolvimento específicas de cada etapa de desenvolvimento ao longo do ciclo de vida do ser humano.

O desenvolvimento psicológico humano ocorre na tensão dialética entre o processo de vinculação e o processo de separação-individuação, concebido como duas hélices que evoluem em torno de um eixo que representa a evolução psicológica. Estes dois processos ocorrem em simultâneo, estão presentes desde o período pré-natal, mantêm-se ativos e permanecem como motores de desenvolvimento ao longo e todo o ciclo vital.

Mapa - Andreia Rocha 1600006

Modelo Dupla Hélice - Vinculação_Separação

Este modelo de dupla hélice tem como principal objetivo afirmar que, ao longo de toda a vida, ocorre uma interação dialética entre vinculação e separação-individuação.

As suas principais carateristicas são:

- O desenvolvimento psicológico humano progride de acordo com um padrão ascensional em espiral de dupla hélice, organizando-se de forma assimétrica em torno de um eixo central.

- As hélices mantêm-se ativas ao longo do ciclo de vida e mudam a sua distância em relação ao eixo central em função de estímulos internos e externos que afetam o psiquismo humano, no quadro do processo interativo entre a pessoa e o meio que a rodeia.

- As duas hélices entram em interação através de mecanismos de feedback que influenciam a distância entre si e também a distância que as separa do eixo central da estrutura.

velhice

A hélice da vinculação volta a ser predominante e a comandar o desenvolvimento nesta fase.

A tensão entre as duas hélices que, no decurso do ciclo de vida humana, funcionou como motor de desenvolvimento psicológico, decai na velhice: as duas hélices aproximam-se e a hélice da vinculação volta a ser predominante como acontecia no início da vida.

Idade Adulta

Se na adolescência era o ganho em autonomia o mais importante, agora é a capacidade para a intimidade a principal tarefa de desenvolvimento (Erikson, 1968).

A hélice da vinculação replica-se, ou seja, enquanto as vinculações primárias se mantêm, surgem novas vinculações.

O ser humano é agora um ser capaz de gerar (a principal tarefa de desenvolvimento do estado adulto, de acordo com Erikson, 1963) não só os seus filhos, mas também ideias e uma grande variedade de realizações. A hélice da vinculação desdobra-se e dá lugar à hélice das novas vinculações trazidas pela constituição de laços familiares complexos aos pais e também aos filhos, numa rede transgeracional de afiliações.

A interação entre vinculação e separação-individuação encontrada ao longo da infância e adolescência continua na idade adulta: mais uma vez se constata que uma vinculação segura favorece a separação-individuação, separadas mas em interconexão, ascendem na espiral de dupla hélice do desenvolvimento humano.

Adolescência: Predomina a Separação-Individualização

A partir da puberdade, a hélice da separação-individuação vai ser predominante e direcionar-se para a consolidação de níveis mais complexos e radicais de autonomia. Os vínculos aos pais perdem a sua força tão atrativa, e a proteção e o controlo parental, aceites pacificamente até aí, são questionados e tornam-se fonte de conflitualidade entre pais e filhos, particularmente durante o segundo processo de individuação do adolescente.

O adolescente sente-se atravessado por forças que o puxam em sentido contrário: por um lado o desejo de ficar no espaço de proteção da família e de manter a sua vinculação aos pais e, por outro, o desejo de partir, de aumentar os comportamentos exploratórios fora da esfera e do controlo parental.

A principal tarefa de desenvolvimento na adolescência é a autonomia, intrinsecamente ligada ao processo de separação-individuação. A separação intrapsíquica e relacional (entre pais e adolescentes) organiza todas as outras mudanças de desenvolvimento: a remodelação interna da ligação aos pais, a consolidação da autonomia e da identidade.

Período de latência: Entre a infância e a adolescência

No periodo de latência - entre os 6 e os 10 ano, aproximadamente - apesar de toda a autonomia cada vez mais conquistada, a familia e a necessidade de proteção não são posto em causa.

A família é então o contexto de vida mais importante e a dependência é valorizada positivamente.

Às grandes mudanças da primeira e segunda infância segue-se um período de acalmia no plano pulsional/afetivo e no plano das relações familiares.

Primeiro ano de vida: Acentua-se a separação-indvidualização

A fase de ensaios - dos 9 aos 16 meses aproximadamente - a criança, devido à sua maior mobilidade, deseja conquistar o mundo físico à sua volta. A consciência de se saber um ser separado é simultaneamente dolorosa e necessária à criança como condição indispensável para a saída da concha fusional familiar.

Na fase seguinte do processo de separação-individuação, designada por fase de reaproximação, entre os 16 e os 24 meses de idade, o movimento em direção à individuação conhece um notável incremento, inicialmente num registo de ambivalência, uma vez que a criança alterna entre o desejo de desvinculação e o desejo de aproximação às figuras de vinculação. Mais tarde, a ambivalência diminui e o desejo de individuação estimula a criança a tornar-se cada vez mais autónoma.

Estas mudanças psíquicas estruturais preparam a criança para a resolução de questões relacionadas com o complexo de Édipo e para o desenvolvimento cognitivo, nomeadamente para o desenvolvimento de competências interpessoais (Selman, 1981): a capacidade de perceber que o Outro tem sentimentos e pensamentos separados e diferentes dos seus.

Primeira Infância: Inicia-se a internação dinâmica entre a vinculação e a separação

O sentimento de segurança e de confiança no Outro estimulam a criança a ter comportamentos de exploração do meio que a cerca, a afastar-se das figuras de vinculação e a iniciar o processo de separação-individuação. É também este sentimento que alicerça a autoestima e a autoconfiança, criando condições para a separação física dos pais, constituídos agora como «pais internos» que não desaparecem mesmo quando estão fisicamente ausentes.

O estabelecimento de ligações afetivas constitui a base primeira e fundamental para a separação-individuação e esta, por sua vez, estimula o sistema vinculativo.

Recém - Nascido: Predomina a Vinculação

Existe no bebé sistemas comportamentais inatos, Bowlby (1951) (mamar, agarrar, seguir, chorar, sorrir) que visam estabelecer o apego a figuras próximas e permanentes e que asseguram a sobrevivência do bebé, normalmente, a mãe biológica. Assim desta forma o bebe poderá vincular-se a figuras de proteção.

Se os pais respondem com sensibilidade às necessidades do bebé e providenciam um meio seguro à criança, ela progride na sua capacidade de explorar o meio ambiente de modo cada vez mais complexo e a maior distância, sabendo que ela pode sempre regressar para perto dos pais.

Iniciar processo que visa a sua individualização: Existência de capacidades preceptivas muito precoces de reconhecimento e de diferenciação do Outro que permite ao bebé iniciar um processo que visa a sua individuação.

As observações de Brazelton e colaboradores (1979; 1991, 1994) revelaram o papel que, desde o nascimento, o bebé assume no estabelecimento de relações com o objeto materno, mostrando competências muito precoces de discriminação e de diferenciação em relação ao que o rodeia. Imediatamente após o nascimento, o bebé em estado de «alerta» é capaz de focar a atenção e de diferenciar imagens, vozes e sons.

Período de gestação: Inicio da vinculação

A vinculação inicia-se ainda durante o período de gestação, quando a mãe cria o primeiro vínculo ao seu bebé imaginário ainda antes do vínculo ao bebé real, após o nascimento deste.