Catégories : Tous - fraturas - estudos - tratamento

par ANA BEATRIZ BARBOSA BORGES Il y a 3 années

124

Organigrama em árvore

A revisão de literatura realizada entre fevereiro e maio de 2010 analisou artigos dos últimos 15 anos sobre os efeitos da terapia com laser de baixa intensidade (LLLT) na formação e reparo de tecido ósseo.

Organigrama em árvore

LASERTERAPIA NA OSTEOGÊNESE

CONCLUSÃO

Assim, a LLLT mostra-se como uma técnica de tratamento eficaz na osteogênese, e começa a ser padronizada, podendo consolidar-se, futuramente, um padrão-ouro de tratamento de fraturas ósseas. Vale ressaltar a importância de estudos do tipo revisão de literatura, pois, quando bem embasados, permitem uma visão panorâmica de determinado assunto. Deste modo, é interessante a realização de mais estudos que fundamentem uma padronização dos parâmetros da LLL
Apesar de os artigos revisados apresentarem omissão ou uma grande variabilidade nos parâmetros físicos do laser com objetivo de produzir osteogênese, houve uma tendência de protocolo de tratamento, utilizando o laser GaAlAs, com 830nm, contínuo e pontual, e 24 horas de intervalo entre as sessões. Foi possível também observar que, em 96% dos artigos, ocorreram efeitos favoráveis ao crescimento ósseo e à aceleração do tempo para a consolidação, confirmando os objetivos do trabalho.
Os artigos que não apresentaram aceleração ou retardaram o tempo de consolidação são os mesmos discutidos anteriormente, quando se analisaram os efeitos da LLLT no crescimento ósseo. Ambos não apresentaram causas bem embasadas para tais acontecimentos, os quais parecem estar relacionados, diretamente, com a metodologia adotada nestes estudos.
Pode-se observar também que o aumento de uma a duas semanas é o mais frequente entre os estudos. Isso pode ser explicado pelo fato de que a LLLT é mais atuante no período de maturação óssea, quando ocorrem a angiogênese, a liberação de fatores de crescimento de fibroblastos e a proliferação de osteoblastos, do que nos períodos tardios de consolidação, em que a atividade celular é semelhante aos grupos não irradiados
O tempo de consolidação óssea está intimamente relacionado com a proliferação celular e com a remodelação e reabsorção dos componentes ósseos. Assim, qualquer tipo de tratamento que interfira nesses componentes influenciará algum tipo de resposta.
Tabela 3. Frequência percentual dos estudos que observaram a aceleração cicatrização por intervalo de tempo
O tempo de crescimento ósseo foi o parâmetro mais usado como resposta do tecido ósseo a radiação laser, estudado em 100% dos artigos revisados. A Tabela 3 mostra o tempo de crescimento medido em semanas, em relação aos grupos controle dos artigos experimentais revisados.
Independentemente do método de avaliação bem como de seus respectivos parâmetros, foi observado entre os estudos que o crescimento ósseo é mostrado através dos níveis minerais de cálcio e fósforo, da proliferação celular de osteoblastos e volume trabecular, e, principalmente, do tempo de cicatrização óssea
Dois estudos apresentaram resultados que não confirmaram a ação do laser no favorecimento da consolidação óssea, um não mostrou o crescimento ósseo (5) e em outro foi evidenciada diminuição da cicatrização óssea. Estudando os efeitos do laser sobre o processo de consolidação de fraturas na tíbia em ratos, Giordano et al. (5) concluíram que o laser He-Ne, utilizado em sua pesquisa, não acelera o processo de cicatrização óssea.
Dos 50 artigos utilizados na pesquisa, 96% apresentaram resultados estatisticamente significativos sobre o crescimento ósseo. Pode-se evidenciar esse fato de diferentes formas: algunsartigos da revisão mostraram que a LLLT aumentou a neoformação de tecido ósseo trabecular; acelerou a formação de calo ósseo e a osteointegração de implantes tanto autógenos como exógenos; aumentou a velocidade ortodôntica dos dentes; e aprimorou a deposição mineral de cálcio e fósforo
A Tabela 2 exibe os diferentes efeitos da LLLT sobre ocrescimento ósseo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise histomorfométrica foi o método de avaliação de crescimento ósseo mais utilizado, possivelmente porque esse método permite contabilizar a remodelação e as estruturas ósseas, analisando de maneira quantitativa os componentes da morfologia óssea como volume, área, perímetro etc
Nos artigos, foram utilizados três tipos de laser: hélio-neon ou arseneto de gálio e alumínio (GaAlAs) e neodymium-doped yttrium aluminum garnet laser (Nd:YAG). Fica evidenciado, na Tabela 1, que 80% dos artigost uilizaram o tipo GaAlAs, o qual possui um alto poder de penetração, bem como a faixa de comprimento ótimo para atingir o tecido ósseo. Os lasers em baixa potência e com comprimentos de onda mais longos são mais resistentes ao espalhamento e penetram mais nos tecidos.
O laser pode possuir vários efeitos de acordo as dosagens escolhidas: efeito antiálgico – de 2 a 4J/cm²; efeito anti-inflamatório – de 1 a 3J/cm²; efeito regenerativo – de 3 a 6J/cm²; efeito circulatório – de 1 a 3J/cm².
Em relação à potência e à densidade do laser, nenhum dos artigos justificou parâmetros utilizados, não havendo assim padronização entre os protocolos empregados, o que dificulta alguma inferência sobre a osteogênese.
Na Tabela 1, podem-se observar os parâmetros de laser mais relevantes encontrados nos artigos, os quais foram postos em intervalos, visto a grande variabilidade das medições. Segundo Neves (21), o comprimento de onda do laser estabelece o modo de interação laser-tecido e, consequentemente, o processo de absorção da radiação pelos tecidos, definindo a profundidade de penetração e, por conseguinte, seus efeitos.
Em 100% dos artigos, utilizou-se o modo de aplicação pontual da radiação. Alguns estudos mostram que esse modo de aplicação é o que permite melhor absorção pelas células e menor refração de incidência do raio .
Como se pode observar na Tabela 1, em 42% dos estudos, foi utilizado o comprimento de onda de 830nm. Em relação ao modo de operação, 88% dos artigos empregaram o modo contínuo. Isso ocorre, muito possivelmente, devido ao fato de os aparelhos, cujo meio emissor da luz é do tipo hélio-neon neto de gálio e alumínio, funcionarem, na maioria das vezes, emitindo radiação nesse modo de operação.
Tabela 1. Descrição dos parâmetros do laser de acordo com sua variabilidade, medidas mais utilizadas, frequência percentual e porcentagem em relação ao total de estudos
Durante a aplicação da LLLT, para que se obtenha a resposta biológica adequada, é necessário atingir a dose ótima de radiação, o comprimento de onda correto e o número de aplicações suficientes para produzir efeito terapêutico.
No presente estudo, foram analisados poucos parâmetros de laser, visto que só se utilizaram aqueles mais evidenciados entre os artigos
A fim de se analisar o efeito do laser para a osteogênese, buscou-se inicialmente observar os parâmetros do laser. Por meio desses dados, podem-se observar quais parâmetros foram mais utilizados entre os estudos, qual tipo de laser mais empregado, bem como o método escolhido para melhor avaliar o crescimento ósseo e, ainda, quantos estudos mostraram resultados favoráveis ao crescimento ósseo.

METODOLOGIA

Dentre estes artigos, foram encontradas várias condições de tratamento experimentais, como traumas ósseos cirúrgicos, movimentos ortodônticos dentais, distração osteogênica e osteointegração de implantes.
Os estudos foram incluídos de acordo com os seguintes critérios: o laser foi identificado como variável independente e os seguintes parâmetros: tipo de laser, potência, comprimento de onda, modo de operação, modo de aplicação, densidade de energia por ponto e intervalo entre os tratamentos.
Foi realizada uma revisão de literatura, no período de 22 de fevereiro a 15 de maio de 2010, utilizando-se artigos originais publicados nos últimos 15 anos, os quais investigaram efeitos da LLLT na formação de tecido ósseo ou no reparo tecidual ósseo. Esses estudos foram conseguidos em bases de dados on-line, incluindo Lilacs2, Medline3, Ibecs4, PubMed5,,SciELO6 e Biblioteca Cochrane.

INTRODUÇÃO

Esse mecanismo de ação tem sido sugerido no processo de reparo tecidual da pele, dos tendões, das cartilagens e dos ossos, sobretudo em estudos com animais de experimentação. Entretanto, constata-se a falta de padronização na escolha de parâmetros de estimulação, o que, por sua vez, gera questionamentos e discordância de resultados entre os estudos. Portanto, o objetivo desse estudo foi observar, por meio de uma revisão da literatura, os efeitos da laserterapia de baixa intensidade sobre a osteogênese.
De acordo com Castilho Filho, os processos fisiológicos estimulados pela LLLT pode se manifestar de 3 formas:
1. Diretamente na célula, produzindo um efeito imediato/primário, aumentando o metabolismo celular, ou a sintese de endorfinas e diminuindo a liberação de transmissores nociceptivos, como a bradicinina e a serotonina; 2. Na estabilização da membrana celular – clinicamente, observa- se uma ação estimulativa e analgésica dessa terapia, havendo também um efeito secundário ou indireto do aumento do fluxo sanguíneo e a drenagem linfática (dessa forma, constata-se uma ação mediadora do laser na inflamação); 3. Na ativação do sistema imunológico – efeitos terapêuticos gerais ou tardios.
A LLLT atua na fase de proliferação e remodelagem celular no processo inflamatório. Além disso, há um estimulo da microcirculação que aumenta o aporte nutricional, aumentando à velocidade da mitose celular, facilitando a multiplicação celular.
A radiação do laser tem como mecanismo de ação, a interação com os termos receptores nos tecidos, promovendo um aumento na síntese de energia formada pela ATP. Essa energia, pode ser suficiente para proporcionar a proliferação celular e , portanto, a síntese de tecido novo.
Laserterapia de baixa intensidade na cicatrização dos quadros patológicos
LLLT- Low Level Laser Theraphy