par Mary Pamplona Il y a 6 années
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The tower rooms
Recruit
O Ladrão não sabia bem se ficava aliviado ou alarmado por não ter recebido nenhuma pergunta sobre a garota o dia todo. Recrutas órfãos eram raridade.
Ele tentou esquecer a ansiedade que levaria para a infiltração aquela noite. Ele havia tecido um plano dolorosamente impecável e havia comunicado todas as Harpias.
Mas ainda tinha umas boas sete horas para revirar isso na cabeça.
Greysen bateu de leve na porta no final do corredor. Não podia culpar a criança por desejar paz e silêncio, especialmente depois da última noite.
E quase considerou ir embora e parar de perturbá-la, se a parte responsável de seu cérebro não estivesse gritando para que ao menos confirmasse que ela estava bem.
- Estou aqui- ele ouviu uma voz baixa e trêmula demais.
O Ladrão abriu lentamente uma fração da porta e, na iluminação fraca de uma vela na janela, viu a criança encostada na parede.
Em Pânico
A garota parecia olhar para um monstro ou para o vislumbre de sua própria morte, com o corpo tão acuado que parecia se fundir com a parede e fitava o chão com as pernas tremendo.
- Você está bem?- ela não se moveu um centímetro além de um movimento confuso com a cabeça, como se tivesse escutado errado.
- O quê...O quê você vai fazer comigo?- Adryn pronunciou, com a voz falhando, com cautela, com medo.
Ela estava esperando uma punição? ele percebeu, com algo pesando no peito. E subitamente lembrou de onde a criança tinha vindo, mas não estava se sentindo no controle o suficiente para permitir-se um pensamento sobre isso.
- Nada- ele sentou-se no chão ao lado da porta, dizendo em um suspiro cansado.
- Porquê me tirou de lá então?- Adryn perguntou, encostando-se na cabeceira da cama- eu dev-
- Você não me deve nada- ele olhou para ela, incredulamente- Eu fiz isso porquê quis, você é livre agora.
A garota ficou em silêncio por um bom tempo, e ele recostou a cabeça na parede.
Foi a primeira vez, em dez anos, dês de quê havia ousado colocar o pé em um telhado, quê o homem que tecia cada parte de sua vida com uma precisão e atenção doentia havia jogado tudo à mercê do destino quando tudo poderia ter dado terrivelmente errado.
- Eu posso ficar aqui?- Ele não conseguiu não sorrir dessa vez. Odiava que sua mente repetia "Manipulação" constantemente, e era de fato o quê parecia, que havia "salvo" uma criança para subordiná-la e usá-la. Mas não conseguia dar as costas, não para isso- É...bom.
- Bom?- O ladrão riu, pondo-se de pé lentamente- Não, não, isso aqui é um buraco barulhento, sujo e mofado- ele estendeu a mão para ela.
- Mas esse buraco têm uma cozinha enorme e um brilhante cozinheiro filho da puta- a garotinha tomou sua mão imensa. Ela estava esquelética e doentiamente pálida- Quer me acompanhar até lá?
Adryn sorriu pela primeira vez.
Books
Dizer quê o Rei Corvo de Érion lia muito era cometer um eufemismo terrível, assim como dizer quê com pilhas e pilhas de livros espalhadas por janelas, corredores e salões da torre, sua biblioteca era pequena.
Ficavam lá, servindo de decoração, peso de porta, de assento, a mercê de toda boa ou má alma que se interessasse por eles, e como a torre era e sempre seria pública, o tamanho da coleção variava com o fluxo de pessoas.
Adryn não podia dizer se eram velhos hábitos, pois o boato de quê sangue real corria nas veias dele ainda corria pelas Corujas, ou se era apenas curiosidade, afinal um Senhor do Crime não tinha o luxo de ser estúpido.
- Por que você lê?- a garota perguntou, tamborilando os dedos no tampo da mesa com impaciência. O som revelou um homem suspirando cansado do outro lado da mesa, de fato, havia algum tempo que ouviu alguém dizer que tinha anoitecido e podia dizer quê não havia sequer o visto dormir naquela semana- Greysen!- chamou.
- Por que eu quero saber- O ladrão fechou um livro que tinha cheiro de poeira e o levantou na altura do rosto- Por que guerras já foram decididas por causa disso, Por que eu gosto de boas histórias... Escolha sua favorita.
- Saber de quê?- O homem deu uma risadinha triste.
- De tudo- Ele ficou um bom tempo só olhando para a janela.
Ela gostaria de saber como era. A lua.
- Eu deveria tentar- a garota deu uma boa olhada por aquela quantidade de livros absurda. Até que escutou o ranger de uma cadeira sendo inclinada, ele pegou mais um na prateleira atrás de si e entrou-o à ela - O quê é isso?
- O meu favorito - Greysen disse com um entusiasmo que ela nunca tinha escutado na voz dele. E passou os dedos no título engravado profundamente no couro. "A raposa das sombras"- Quem escreveu usou uma caneta muito pesada, então acho que dá pra ler.
Obrigado. Ela pensou, mas não falou, pelo menos não com a voz. Não se lembrava quando havia recebido uma coisa frívola, um presente simples, e também não sabia o motivo. Ele havia devolvido sua liberdade e de alguma forma achava que só isso não era o bastante.
Greysen não tinha como saber se a garota teria a paciência necessária para aquilo ou se jogaria o livro na lareira no momento em quê chegasse em seu quarto. Especialmente pela cara que a garota tinha feito ao sair da sala sem dizer uma palavra.
Crianças
Death deserving
Greysen se abaixou ao lado dela entregando-lhe um pequeno arco e espalhando diversas flechas advindas de um metal repleto por um cheiro doentio.
- As flechas...- A garota escutou vários passos por além dos enormes portais de carvalho- São venenosas, então tome cuidado. Não seria minha primeira opção...
Algo excessivamente pesado se chocou contra as portas, que resistiram com dificuldade. Haviam pessoas, várias pessoas.
- Mas essa não é uma situação normal, é?- Ele sorriu para ela quando as portas se quebraram, podia ser apenas controle, mas ele não soava nem um pouco preocupado com aquilo. -Só respire, vai dar tudo certo.
Adryn, correu até por trás dos balaústres enormes da escada, e armou uma flecha, eram vinte deles. Bonecos de treino, alvos, não eram?
- Mil perdões, se eu soubesse quê o filho do Barão Titus viria pessoalmente até minha humilde residência eu pelo menos à teria arrumado- Ele subiu no corrimão da escada, ato que ela só percebeu pela reverberação do peso na madeira, era um dom, ou uma magia, de fazer com quê até seus batimentos cardíacos fossem inaudíveis.
- Você desceu à esse nível, Bannorn?- Bannorn. Ela respirou com dificuldade. A família materna de Cassius Kanilian Bannorn- Andando por esgotos e se misturando com esses ratos?- O homem estranho riu- A vergonha que você nos traz acaba agora.
Cassius Kanilian Bannorn, Imperador de Érion.
Greysen ficou calado e o ar ficou pesado, não era como o ar rarefeito das montanhas, mas como se a garota estivesse embaixo d'água, tudo estava se tornando fatalmente abafado.
- Se você prefere assim- A voz do ladrão soava diferente, mudada, não, mudando.
- Kiir latha anethari- "Tenha coragem" Ela sussurrou para si mesma e voltou-se para flecha, inalteravelmente pesada. Eles ou você, a morte disse. As mãos estavam tremendo, a garota não ouvia, mas sentia os fios de vida ali, sabia onde estavam e sabia quais eram seus alvos.
Eles ou você
Adryn soltou a flecha, desligando sua mente e extinguindo com vários outros resquícios de vida antes que não conseguisse sentir mais nada. Você os matou. Só então ela respirou, e continuou respirando audivelmente para ter alguma certeza quê ainda estava viva.
Você os matou
Origin
Adryn parou do lado de fora da porta com a inscrição “Oficina” talhada brutalmente na madeira velha. Ela sabia que ele estava lá dentro, sozinho, e sabia quê precisava tirar aquilo que já estava revirando na cabeça há três dias.
Ela bateu na porta
- Entre- Estava frio, ouvia o crepitar da lareira e sentia o cheiro de velas, mas ainda teve um calafrio quando entrou na sala- Você não devia estar dormindo?
A garota fez uma careta para o nada e começou á importunar as armas e os projetos inacabados nas mesas, derrepente ter ido ali pareceu mais uma das várias ideias idiotas que havia tido aquela semana.
- Adryn?- pelo som e os resquícios daquele veneno de cheiro terrível, Greysen estava consertando a parte da Besta que tinha quebrado na cabeça do filho do Barão.
Diga
- Bannorn?- a palavra saiu atrapalhada, rápida e embolada. Mas ele escutou, a garota notou, especialmente por que a temperatura do cômodo tornou-se congelante por alguns segundos.
O homem bufou e largou a arma na mesa. Ele, Dareanna e Malcolm deveriam ter discutido dias a fio sobre o desastre de dias atrás. Ela então se sentiu como a criança irritante que provavelmente era.
Que ideia estúpida
- Sim, Bannorn- Ele sussurrou enquanto a garota se aproximou da janela com uma cautela dolorosa- Pare de fazer essa cara, você ouviu os boatos.
- E não eram só isso?- ele saiu da cadeira e sentou-se no sofá de Anya, recentemente roubado na semana passada. Adryn se aproximou, pois o ladrão limitou-se a olhar para a cidade além da grande e mofada janela circular à sua frente. Ilmatar, não podia enxerga-la, mas escutava os grilos, as cigarras, sem todo o pandemônio diurno de pessoas, parecia só uma criança dormindo, dali, longe de todo o barulho, ela podia chamá-la de pacífica.
- Greysen Silverium Bannorn- ele cuspiu e Adryn tentou imaginar aquele homem cheio de cicatrizes, que inspirava pavor e lealdade só com a própria voz e que tinha metade da cidade na palma da mão, frequentando um baile de primavera entupido de renda e de pérolas.
Que terrível
- O quê aconteceu?- ele fitou a parede, seu novo sentido dizia que a lembrança lhe causava algum grau de dor física.
- Não nasci o maior amante dos costumes aristocráticos- A garota não sabia qual parte dessa frase era verdade, pois o homem se mostrava infalivelmente com uma educação incomum para os buracos de rato que vagava- Isso me rendeu uma infâmia na corte que deixou meus pais um pouco putos da vida- Ele sorriu- Então, exatamente aos quinze anos, em um belo dia de sol eu estava na Praia artificial dos jardins, catando conchas e cuidando da porcaria da minha vida quando um garoto franzino, de uns oito anos eu imagino, vindo de Deuses sabem onde caiu na porcaria do lago, e eu...- Greysen respirou, fundo demais, pesado demais- Eu gritei e a última coisa de quê me lembrava era uma coluna escura arremessando o garoto para fora da água.
Magia
De alguma forma ela sabia, um único homem ser capaz de exterminar meia dúzia de soldados era incompreensível, e magia era a única coisa que conseguia bloquear seus sentidos.
- Acordei com correntes no dia seguinte- ele coçou os pulsos, as cicatrizes, agora tinham uma história- Eles discutiram demais se iriam me prender ou me mandar para a Catedral, por tanto tempo que quando entraram no quarto de novo eu já estava cruzando a província de Irvine.
Uma cela de ouro ainda é uma cela. A catedral era o pior pesadelo de qualquer usuário de magia primitiva, já havia perdido a conta de quantas missões de retirada Dareanna já havia lhe contado que fizera.
- Isso já aconteceu antes?- Ele negou com a cabeça. Várias perguntas estouravam na sua cabeça mas a garota gradativamente perdia a vontade de perguntá-las, ele já parecia perturbado demais para estender a conversa então ela apenas começou à descer às escadas- Te vejo na rua então, princesa.
A risada aliviada que ele deu foi toda a confirmação que ela precisava. Ele está bem.
Jewels
“Era engraçado de se notar, quase todos os Senhores do Submundo ostentavam a riqueza que tantos perto de si não tinham o direito de possuir. A Grande Madame Uma tinha seus colares de pedra da lua que diziam cintilar tanto à luz das velas como do sol. Octavius, gerente do maior mercado de armas contrabandeadas da cidade, não era familiar ao ferro em seus adornos, conservando, assim como ela ouvia, os dedos encrustados de ouro branco e esmeraldas do tamanho de um olho.
E se seguia Caronte, Assassino, com correntes com cheiro de prata queimada e opala, Kana, comerciante de artefatos roubados de Ellesmere com a protetiva Ametista adornada por bronze, Andreas, milícia, com um medalhão de ouro puro e encrustado de cristais, roubado do pescoço de um nobre.
E Adryn era uma boa ouvinte, era o trabalho de um Ladrão afinal, reconhecer onde se residia seus maiores tesouros, e talvez fosse por isso que se estranhava tanto com Greysen cada vez que escutava uma cortesã dizendo como seu cliente contrabandista havia estreado um novo conjunto de anéis naquela noite.
Ele a lembrava de Neala, a mulher ave que andava por entre Reis e Rainhas sem nunca ter sequer aceitado ou usado qualquer coisa que brilhasse que não fosse o fio de sua espada, pois tinha apenas um pequeno anel, obsidiana que nunca havia saído de suas mãos. A pequena coisa que mal podia chamar de joia, emitia uma energia dormente, assim como vozes baixíssimas que várias vezes a garota pensou ser oriunda de sua própria cabeça.
Perguntaria isso depois. Esperaria que ele respondesse”
Bruised Knuckles
“Suas mãos estavam o tempo todo enfaixadas. Ela não saberia dizer o motivo de uma pessoa que prezava tanto pela discrição e pelo caminho das sombras achar um novo machucado para os punhos todos os dias.
A única vez que as havia percebido sem faixas ou luvas, era um aglomerado de cicatrizes acumuladas por cima dos nós dos dedos. Nada que o parasse, no entanto, pois ele havia voltado na mesma noite acompanhado do cheiro ocre de sangue e de mais um pedaço de tecido branco para enrolar nas mãos.”
A Light walk in the city
Tower rooms
Give me the night
Blue butterflies
Infiltration
Then we fight. Together
Tisarus
Subtópico
Ciclo de Aeolos
Gael Talorcen
Irenna era a Senhora das Florestas, criada com os espíritos da floresta, com flores no cabelo e sujeira nos pés, declamada Criança das Árvores pelas próprias dríades. É aparentemente uma bela senhorita de voz suave que pode fazer com que um galho te empale à qualquer segundo. Tatuada por seu pai com galhos, flores e rios, é a irmã mais velha e a única que permanece sempre com Faeron no Grande Carvalho, viveu durante quinze anos aprendendo todos os vários tipos de magias conhecidas e proibidas pelos espíritos, o quê a tornou uma usuária extremamente poderosa especialmente quando está em seu terreno favorável, a floresta, a mesma quê protege dês da maturidade de todo e qualquer tipo de invasor, sozinha.
Ceana é a Maga Vermelha, enviada para as torres brancas aos oito anos, crescendo com uma adaga em uma mão e um livro na outra, sobrevivendo à todas as políticas, intrigas, tentativas de censura e assassinato, uma prodígio desde quê pisou os pés em Ellesmere. Tatuada por Irenna com espirais e linhas exóticas de textos mágicos, é a filha do meio, que possui um cérebro mais afiado que sua língua e mais magia correndo nas veias quê no coração da torre. Seu olhar é difícil de suportar e seus pulmões expiram poder, poder cultivado pelos livros acessíveis praticados incessantemente no seu quarto bagunçado e pelos livros inacessíveis emprestados clandestinamente da biblioteca de Aeron.
Neala é o Falcão de Ferro, viajou para a terra fantasma de Mahkah aos mesmos oito anos, e cresceu apanhando, roubando e sobrevivendo nas ruas e nos pântanos junto de sua irmã caçula, não pela força e sim pela esperteza e pela técnica. Tatuada por Ceana com sóis, estrelas e padrões geométricos, é segunda filha mais nova, à quem o combate é tão natural quanto respirar e a risada tão brilhante quanto as próprias estrelas. Possui os olhos confiantes de sua mãe e o gênio heroico de ambos. A quem sua própria magia é tão estranha e temida, que comanda por lealdade e medo ao mesmo tempo, que protege demais, que ri demais, que sente demais e quê têm o peso do mundo nas costas e nenhuma vontade de dividi-lo.
Gael é o Terror das Pradarias, que acompanhou prontamente sua irmã para Mahkah mesmo tendo apenas seis anos. O apelido de “Terror” apesar de só ter sido usado mais tarde, começou ali, pois o ambiente criado para endurecer futuros soldados petrificou o coração de Gael e à tornou excepcionalmente cruel e violenta. Tatuada por Neala com Amuletos e Sigilos de Proteção, é a filha caçula que possui um amor indiscutível com lâminas e os próprios punhos, que não possui magia, mas vê tudo e luta como um demônio encarnado, que respira guerra e sangue e expira brutalidade. É quem ama a família e quem foi quebrada e reforjada pelos vulcões da Terra Fantasma até quê se tornasse perfeita, perfeição costumeiramente tomada por visões e pesadelos quê tomavam sua noite.
Gael description
Gael era a caçula de suas irmãs, mas nem por isso ficava sequer um passo atrás em ferocidade. Também havia sido enviada e “graduada” em Mahkah junto com Neala, fato que tornou ambas extremamente próximas.
Logo após o ocorrido, aos meros quinze anos, a garota se alistou na “Legião de reconhecimento” do exército de Érion, pois o mesmo país estava envolvido em um sério conflito armado com Irvine e o recrutamento estava aberto até mesmo para crianças.
Essa foi a última vez quê Gael havia pisado em Enki para logo se tornar o “Terror das Planícies”, de algum modo aquela criatura havia conseguido a lealdade das três centenas de jovens que foram para as portas do inferno com ela. A garota franzina cortou os cabelos, colecionou músculos, cicatrizes e tatuagens, assim como lendas quê eram contadas por soldados trêmulos e assombrados.
Uma delas dizia que um monstro alado vestindo aço dos pés à cabeça rondava as pradarias de Érion logo depois do amanhecer, dilacerando todo malfeitor que visse no caminho.
Ciclo de Enki
The Forsaken Maiden
Irenna Talorcen
Ciclo de Ellesmere
Ashen Yarrow
Ceana Talorcen
Dark basements of Ellesmere
The white tower
To many magic
Ceana tombou violentamente na parede com a própria magia, assim como a criatura que urrou de dor no fundo da escuridão do salão.
Em algum lugar ela escutou Sonali, o quê era um sussurro perto dos tambores que rufavam em sua cabeça, era uma canção antiga implorando por liberdade nas amarras quê ela agora segurava com as pontas dos dedos.
Uma massa escura serpentou em sua visão. Irenna te avisou. A maga olhou para os próprios braços, dois pedaços de carvão que expeliam fumaça, o Fogo já havia invadido seu sangue e Deuses, ardia como o inferno.
Mas ele não morreu. Ceana notou, quando dentes podres se abriram na luz do último candelabro inteiro do salão.
- Pare!- Uma voz gritou, a voz do elfo, a voz de Valayne- Você está se esgotando!
A mulher sorriu em desespero quando sentiu a coleira daquela coisa escapar por seus dedos.
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Por Elysian
Era tão destrutivamente terrível, sim essa era a palavra certa, terrível.
Seu poder alcançava limites assombrosos, assim como seu controle sobre ele. Mas não ouviu, não ouviu Irenna, Neala e nem o próprio Pai, dispensou os conselhos e advertências como conversa fiada.
Era como uma segunda alma ocupando o mesmo corpo. Flutuando. Ceana se sentia flutuando para fora da realidade, um boneco à mercê do quê quer que fosse aquilo que tomou o lugar da magia que lhe era tão familiar.
Estúpida
Estúpida
Estúpida
Sua visão foi tomada por uma luz grandiosamente cegante que se fez presente até quando ela fechou os olhos. Algum tempo se passou então, onde Ceana mal soube se estava ainda viva.
Luz
-Ceana- A maga sentiu uma voz e estalinhos ao lado de seu rosto, a luz foi lentamente se dissipando em uma névoa reconfortante de escuridão- Acabou.
Foi notavelmente estúpido como ela se esforçou para abrir os olhos, estavam secos como areia, sua língua parecia cheia de carvão e seus membros pareciam petrificados no chão
Mas ainda sim a mulher sorriu quando viu aquelas três pessoas olhando de volta com caras caricatas de preocupação. Vivos.
- Você deu uma surra nele- Mathren riu, levantando-a do chão e virando a cabeça para trás- Enfermaria primeiro, seus idiotas.
Algo havia mudado com certeza, todo o poder quê conhecia antes não era uma fração do quê foi tudo aquilo, a lembrança causava-lhe dor e mera sensação à assombrava.
Mas podia preocupar-se com isso depois de uma noite de faixas, reclamações e unguentos fedorentos. Eles estão bem e era só disso que ela precisava.
Speak with the dead
Battle Strategy
Magic comes with a price
Oraculum
Ceana description
Ceana era o cristal de gelo da família, tinha sido enviada por Perséfone aos cinco anos para as Torres de Ellesmere, sua mãe tinha sentido o quê habitava por baixo da pele de sua filha, algo quê até mesmo Faeron não podia tocar mas certamente os Feiticeiros da Torre descobririam um modo de manter sobre controle.
Terrivelmente brilhante e afiada dês dessa mesma idade, o acesso assombroso que a garota tinha às energias do mundo tornou sua mente um mecanismo incansável e seu controle sobre a magia invejável.
É difícil se olhar para ela, a garota é bela, segundo os padrões de Érion, com longas madeixas acobreadas e uma compleição inocente, mas os olhos...os olhos transpiravam poder e perigo, eram dois orbes castanhos que dividia almas no meio, como se à qualquer momento um monstro fosse rasgar-se fora daquela prisão de carne e dilacerar todos eles.
Nunca sequer se dignou à seguir qualquer regra imposta pelos Executores da torre, a segunda filha mais velha era um perfeito gênio terrível e via regras e até a ética como um mínimo detalhe em seu caminho.
Think again
Os nobres se espalhavam por toda a multidão, estavam nervosos, conseguia enxergar tensão e cautela em todos os movimentos que aqueles faziam. Ainda quês não deixassem de serem um emaranhado de cobras se enrolando em cada fraqueza, escândalo e segredo exposto no aglomerado dos homens e mulheres mais ricos do continente.
Ás vezes, Mathren tinha certeza quê tudo aquilo não era de modo algum diferente de um campo de batalha, exceto quê as armas precisavam ser muito mais sutis e afiadas.
Um Homem e uma mulher terrivelmente corados e zonzos pela bebida invadiram seu campo de visão. Dois nobres quês ele não conhecia vindo de uma terra à qual ele não se importava dizendo algo ao qual ele não havia prestado o mínimo de atenção.
Mas devia. Já podia escutar a voz de Ceana na forma de um sermão “Precisamos disso, da política, da influência e dos aliados, o mundo têm jogado esse jogo há séculos, se não podemos quebrar o tabuleiro temos que aprender a jogar melhor do quê eles”. E perto dali, na beirada de uma fonte, rindo e rodeada de senhoras de aparência gentil, estava aquela criatura, vestida em seda branca, a perfeita personificação da inocência.
- Querida, vocês estão me entediando- O elfo dispensou o casal abanando as mãos e se dirigiu para a fonte. Não culpava nenhuma das senhoras e lordes que a maga agora dispensava graciosamente, era fácil, muito fácil cair naquele sorrisinho e nas boas maneiras, como se ele não tivesse visto o monstro quê corria por baixo daquela pele.
- Mathren, relaxe- Ceana recostou a cabeça em uma das pequenas estátuas da fonte, fechando os olhos e falando com solenidade. Ele engoliu em seco- Ouviu alguma coisa?
- Seraphina Baldwin se gabou por vinte minutos quê sua filha se casou com o cabeça da família Murray- Mathren olhou para ela, irritado- Silas Van Allen recebeu um carregamento extra de materiais para sua fábrica nas Montanhas, os Elswood vão fazer uma expedição turística para os Abismos de Coral...você está tentando me entediar até a morte?- Ela deu uma gargalhada.
A maga abriu os olhos, e balançou as garras enluvadas no ar. Ilusão. Mathren se virou para os guardas, alarmado, mas os mesmos não se alteraram e os demais usuários de magia no local sequer perceberam alguma coisa. Ela está ficando melhor nisso.
- Os Baldwin são aliados centenários das Torres de Ellesmere, donos das maiores minas de Quartzo, Metal e Ouro de Mokosh, são mais ricos que todos esses idiotas aqui- A harpia recostou a cabeça em seu ombro e uma de suas enormes asas no outro, fitando sempre a porta de saída, os cachos se desenrolando em seu peito- E Thomas Murray tem uma cadeira no Conselho Solar e mais cinco aliados quê não querem perder a taxa de lucro que suas famílias ganham com a exploração de cada ilha que ele vai- Ela apontou para o dito homem, calmamente escutando a música dos Harpistas- e precisa de alguém que patrocine e quê vá nas expedições para Pannotia que ele promete à cinco anos.
Ele não vai negar nada quê sua esposa pedir, especialmente se vier disfarçado como um interesse em seus negócios, o acordo de resposta obrigava os magos à se moverem para os campos de batalha, mas Pannotia era longe e o mar era tempestuoso demais para quê chegassem à tempo.
- Aeron só precisa dizer à senhora Baldwin quê os magos da Torre têm interesse no novo continente- O Elfo sentiu Ceana sorrindo e passou o braço ao redor de sua cintura, o calor irradiando por suas mãos. Ela parecia mais leve e encantada, não transparecendo sequer um resquício daqueles olhos cruéis e afiados que lhe eram mais familiares.
- Á trinta anos, meu pai usou um de seus solstícios para impedir uma invasão dos Clãs de Minotauros nas Montanhas do Titã, foi feio, mas eles sobreviveram- A maga apontou dessa vez para outro homem animado que tagarelava com o anfitrião da festa e o elfo olhou de modo contraditório para ela, que entendeu imediatamente o quê se passava na cabeça dele- Não, as fábricas deles ocupavam clareiras vagas e operavam por reciclamento de magia e não por carvão.
- Aliança de dívida?- A mulher acenou com a cabeça, encarando seus olhos trabalhando com admiração- As Montanhas do Titã fecham a fronteira de Enki com Érion. Sim sim e onde se encaixam os Elswood?- Ceana sorriu perversamente, notando a curiosidade no tom da sua voz.
Ela olhou por cima de seu ombro para a família reunida ao redor de uma das mesas do salão aproveitando petiscos.
- O primeiro nome nas listas de aliados quê Neala me enviou, eles têm quatro cadeiras no Conselho Solar superior, as fadas só me relataram exploração intensiva de suas minas e uma barreira de transmutação ótica ao redor do porto de sua cidade.
- O Abismo de Coral é o atalho para Aeolos, imagino que quatro cadeiras seja o suficiente para ninguém te fazer perguntas sobre um número grande de navios de Guerra em construção no porto de sua cidade- A mulher se levantou agitadamente alternando o olhar entre ele e Aeron à poucos passos de distância, como uma criança animada querendo contar algo novo que aprendeu na rua.
- Anularemos nosso acordo de Resposta, fecharemos nossas fronteiras contra os primeiros ataques e temos uma frota naval se dirigindo para Aeolos enquanto conversamos- Suas asas se agitaram no quê ele não queria acreditar quê era alegria- Parabéns Valayne, você é brilhante e não, não vou contar a ninguém quê você foi o tiete dos riquinhos hoje.
- Você é uma cretina- Eles sorriram um para o outro. O mago queria dizer quê era de fato um jogo de engrenagens quê precisava conhecer para quê pudesse encaixá-las e girá-las como quisesse, mas uma faísca de medo nos olhos de Ceana prendeu as palavras em sua garganta, algo quê ela não disse que o fez ter certeza quê o jogo já tinha começado à muito tempo, e não estava de modo algum à favor deles.
Asbjorn Ice-Shield
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Mathren Valayne
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