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av Carla Ribeiro för 4 årar sedan

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BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DILEMAS E PERSPECTIVAS

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfrenta diversos desafios e limitações, especialmente no que tange à formação das novas gerações. Influenciada pela teoria crítica, a BNCC é vista como um regulamento que pode restringir a plena formação dos indivíduos, um fenômeno denominado '

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DILEMAS E PERSPECTIVAS

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: DILEMAS E PERSPECTIVAS

BNCC E A UNIVERSALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

É INGÊNUO DESCONHECER O PAPEL FUNDAMENTAL QUE A PRÁXIS DOCENTE E AS REALIDADES ONDE ELA DESENVOLVE TÊM NA ELABORAÇÃO DO "QUE-FAZER" ESCOLARES COM SUAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES, BEM COMO DA DINÂMICA QUE ENVOLVEM AS PROPOSTAS OFICIAIS E O COTIDIANO DA SALA DE AULA
OUTRA QUESTÃO É O INTERESSE DA FUNDAÇÃO DO HOMEM CONHECIDO COMO O MAIS RICO DO BRASIL, O EMPRESÁRIO JORGE PAULO LEMANN, EM QUESTÕES ESCOLARES, PARTICULARMENTE, NA ELEIÇÃO DE UM CURRÍCULO NACIONAL

A FUNDAÇÃO LEMANN, DESDE O SEU SURGIMENTO, TEM PROMOVIDO FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DEBATES SOBRE A EDUCAÇÃO NACIONAL, DOS QUAIS SOBRESSAEM SEU EVIDENTE INTERESSE: UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

A BNCC É PARA OPORTUNIZAR AOS ALUNOS "CONHECIMENTOS ESSENCIAIS" OU AOS PROFESSORES?
TENDO EM VISTA A EMERGÊNCIA DE UM DISCURSO ACENTUADO DE QUE NÃO HÁ COMPREENSÃO PELOS PROFESSORES DO QUE FAZER EM SALA DE AULA COM AS SUAS TURMAS, TEMOS UMA BNCC QUE DISCRIMINA OS DESCRITORES DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DE TODAS AS ÁREAS DO CONHECIMENTO ESCOLARIZADO DETALHADAMENTE

ATRAVÉS DAS DIRETRIZES CURRICULARES, É POSSÍVEL VISLUMBRAR UMA PERCEPÇÃO QUE VALORIZA O PAPEL DOCENTE NO ENFRENTAMENTO DA REALIDADE EDUCACIONAL POSTA, SENDO QUE FICA VISÍVEL UMA REJEIÇÃO AO RECEITUÁRIO DE CONHECIMENTOS PREESTABELECIDOS

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA QUÊ?
A BNCC SERIA O INSTRUMENTO PARA QUALIFICAR A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DE UMA IDENTIDADE DE CONHECIMENTOS QUE SEJA PROPORCIONADA A TODOS OS ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA. ELA SERVIRIA PARA SUPERAR AS DESIGUALDADES EVIDENTES EM NOSSO SISTEMA EDUCACIONAL

HÁ A NECESSIDADE DE DEFINIÇÃO DE UM CURRÍCULO BÁSICO PARA OS PROFESSORES SABEREM O QUE É ESPERADO QUE OS ALUNOS APRENDAM EM CADA CICLO DE APRENDIZAGEM

A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E SUA CONSTRUÇÃO NORMATIVA
A EDUCAÇÃO ESCOLARIZADA PRETENDE PROMOVER A EQUIDADE DE CONHECIMENTOS COMPREENDIDOS COMO ESSENCIAIS PARA PROPORCIONAR UMA MAIOR IGUALDADE DE OPORTUNIDADES NAS DISPUTAS POR UM LUGAR NO MERCADO DE TRABALHO E NO EXERCÍCIO DA CIDADANIA
COMO FREIRE JÁ ACENTUAVA EM UMA DE SUAS OBRAS INICIAIS, EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE LIBERDADE (1967), "...PORÉM, O QUE NÃO SE PODE NEGAR Á EDUCAÇÃO, É A SUA FORÇA INSTRUMENTAL, QUE INEXISTIRÁ SE SUPERPOSTA ÁS CONDIÇÕES DO CONTEXTO A QUE SE APLICA. VALE DIZER, POR ISSO MESMO QUE, SOZINHA, NADA FARÁ, PORQUE, PELO FATO DE "ESTAR SOZINHA", JÁ NÃO PODE SER INSTRUMENTAL..."
PENSAR O PAPEL DO CURRÍCULO NA CORREÇÃO DAS DESIGUALDADES É UMA TENTATIVA INGÊNUA DE DESLOCAR OS PROCESSOS DE ESCOLARIZAÇÃO DO CONTEXTO DE UMA SOCIEDADE PROFUNDAMENTE DESIGUAL
A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) CARREGA, EM SI, O SONHO ILUMINISTA DE UNIVERSALIZAÇÃO DE DIREITOS NO TOCANTE AO ACESSO AO CONHECIMENTO ACUMULADO E Á QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

POR UMA BNCC DEMOCRÁTICA, FEDERATIVA E DIFERENCIADA

O CURRÍCULO ESCOLAR, JUNTO COM OUTROS DISPOSITIVOS, SE ENQUADRA NA CONSTITUIÇÃO DE UMA NAÇÃO A QUAL TEM A VER DIRETAMENTE COM A CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS
ASSIM, O CURRÍCULO ESCOLAR SE COMPÕE COM A BUSCA DE UMA IGUALDADE ENTRE OS CIDADÃOS IGUAIS NA LEI, PERANTE A LEI NA DECLARAÇÃO DE DIREITOS

A EDUCAÇÃO PARA TODOS TORNA-SE UMA FUNÇÃO SOCIAL DO ESTADO DE SORTE A ATENDER UM DIREITO DO CIDADÃO QUE BUSCA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR UMA VIA DE CIDADANIA COMPARTILHADA COM SEUS CONCIDADÃOS E UM ACESSO DIGNO NA PPARTILHA DOS BENS PRODUZIDOS

ESTÁ NA AGENDA DO PAÍS A ELABORAÇÃO DE UMA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC), A REGER A ESTRUTURA DOS COMPONENTES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DA ED. NACIONAL EM SUAS DIFERENTES ETAPAS.
A PROPOSTA DE UM CURRÍCULO ESCOLAR DE DIMENSÃO NACIONAL SE CRUZA COM A EVOLUÇÃO E A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR

APRESENTAÇÃO

A APROVAÇÃO DA BNCC NÃO ESGOTOU OS DEBATES E TAMBÉM NÃO RESOLVEU OS PROBLEMAS E LACUNAS NELA OBSERVADOS DURANTE SUA ELABORAÇÃO E APRESETAÇÃO DA VERSÃO FINAL AO PÚBLICO
2018 MARCA A RETOMADA DAS DISCUSSÕES SOBRE A BNCC, COM O LANÇAMENTO DO LIVRO ELETRÔNICO, EM VERSÃO PRELIMINAR
ORGANIZADO POR LUIZ FERNANDES DOURADO E MÁRCIA ANGELA AGUIAR, INTITULADO A BNCC NA CONTRAMÃO DO PNE-2014:AVALIAÇÃO E PERSPECTIVAS.
EM 2016, A REVISTA ECCOS PUBLICA O DOSSIÊ POLÍTICAS CURRICULARES: DAS DISCUSSÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DA BNCC, ORGANIZADO POR CARLOS BAUER E ANTÔNIO JOAQUIM SEVERINO
SE PROPÔE A FORNECER SUBSÍDIOS ANALÍTICOS E REFLEXIVOS PARA A SUA CONSTRUÇÃO COLETIVA E DEMOCRÁTICA
EM 2015, A REVISTA TEIAS RETORNA COM O DOSSIÊ ORGANIZADO POR MACEDO E FERREIRA, NO ÂMBITO DAS DEMANDAS SUSCITADAS PELA ABDC, COM A PROPOSTA DE DISCUTIR A PRODUÇÃO BIOPOLÍTICA DAS DEFINIÇÕES CURRICULARES NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
O DOSSIÊ TEMÁTICO DA REVISTA TEIAS EM PARCERIA COM A ABDC, NO ANO DE 2016, APRESENTOU COMO TEMA CENTRAL O AVANÇO DO CONSERVADORISMO NAS POLÍTICAS CURRICULARES, SENDO ORGANIZADO POR THIESSEN E GOMES

O PROPÓSITO DOS ORGANIZADORES ERA REUNIR E INTEGRAR EM UM DOSSIÊ PESQUISAS ATUAIS NO CAMPO DO CURRÍCULO

NO ÂMBITO DA REVISTA TEIAS, HOUVE A PUBLICAÇÃO, EM 2013, DO DOSSIÊ CURRÍCULO, CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIAS
NO ANO DE 2014, TEIAS APRESENTA O DOSSIÊ CURRÍCULO, POLÍTICAS E TRABALHO DOCENTE

NESTE DOSSIÊ, AS AUTORAS LEMBRAM QUE EM MEADOS DESTE MESMO ANO, FOI PROMULGADO O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE), COM VISTAS A PENSAR E PROJETAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA POR DEZ ANOS

TAMBÉM EM 2014, MACEDO E SUSSEKIND APRESENTAM, NO ÂMBITO DA REVISTA e-CURRICULUM, O DOSSIÊ DEBATES EM TORNO DA IDEIA DE BASES CURRICULARES NACIONAIS

A REVISTA e-CURRICULUM APRESENTOU, EM 2012, O DOSSIÊ CURRÍCULO: POLÍTICAS E COTIDIANOS
ORGANIZADORAS: LOPES E OLIVEIRA

AFIRMAM QUE A ABDC ASSUME, DENTRE OUTROS, OS OBJETIVOS DE "REALIZAR E FOMENTAR ESTUDOS NO CAMPO DO CURRÍCULO" E "ESTIMULAR IMPLANTAÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE DIFUSÃO E DIVULGAÇÃO DE PRODUÇÕES NO CAMPO DO CURRÍCULO"

NO ÂMBITO DA REVISTA CURRÍCULO SEM FRONTEIRAS, HOUVE O LANÇAMENTO DO DOSSIÊ CONTRIBUIÇÕES AOS SENTIDOS SEM FRONTEIRAS DO CURRÍCULO
ORGANIZADORES: CHIZOTTI E AMORIM

AFIRMAM QUE OS CURRÍCULOS ESCOLARES DEVEM ESTRUTURAR PEDAGÓGICAS QUE DEEM ACESSO AO CONHECIMENTO Á TODOS OS CIDADÃOS

ANALISAM O CRRÍCULO COMO PARTE NUCLEAR DOS DEBATES SOBRE O CONHECIMENTO HUMANO

AS DISCUSSÕES RELATIVAS Á CONSTRUÇÃO DE UMA BNCC, TIVERAM INÍCIO NO ANO DE 2012
É DESTACADO O PAPEL FUNDAMENTAL DAS REVISTAS CIENTÍFICAS NA DIFUSÃO DAS IDEIAS E CONCEPÇÕES DE CURRÍCULO

SOB DEMANDA DA ABDC EM PARCERIA COM AS REVISTAS TEIAS (UERJ), e-CURRICULUM (PUC-SP), E CURRÍCULO SEM FRONTEIRAS, REVISTA LUSÓFONA SEDIADA NO RIO GRANDE DO SUL

A ABDC BUSCA UMA PERSPECTIVA CRÍTICA SOBRE A TEMÁTICA

COM A CRIAÇÃO DA ABdC, TAMBÉM HOUVE O INCREMENTO NA PRODUÇÃO E DIFUSÃO ACADÊMICA SOBRE CURRÍCULO

EM 2012 TAMBÉM MARCOU A CRIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CURRÍCULO (ABdC)

FOI APROVADA EM 15 DE DEZEMBRO DE 2017 PELO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
DEVE SERVIR COMO DIRETRIZ PARA A CONSTRUÇÃO DOS CURRÍCULOS DAS REDES PÚBLICAS E PARTICULARES DE ENSINO NAS INSTÂNCIAS MUNICIPAIS, ESTUDUAIS E FEDERAIS

PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

HABEMUS BASE, MAS HABEMUS FREIRE

EM SÍNTESE, TEMOS O CONHECIMENTO-PADRÃO, OU CONHECIMENTO CIENTÍFICO, OU CONHECIMENTO HISTORICAMENTE ACUMULADO, OU A BNCC COMO PRESCRIÇÃO CURRICULAR
O CURRÍCULO NACIONAL, APESAR DE NÃO SER NATIMORTO, É MORIBUNDO, POIS SE INSERE NA ESCOLARIZAÇÃO A PARTIR DA VISÃO EXCLUDENTE E DESIGUAL E NÃO TEM A VOCAÇÃO TRANSFORMADORA QUE SOMENTE O DIÁLOGO PROBLEMATIZADOR NA RELAÇÃO ENTRE SUJEITOS PODERIA PROPORCIONAR
O CURRÍCULO DEVE CONTEMPLAR A MULTIPLICIDADE DE RELAÇÕES DOS SUJEITOS DA ESCOLA COM O MUNDO. A DÚVIDA, A INCERTEZA E A PERGUNTA NÃO TEM ENCONTRADO NO AMBIENTE ESCOLAR O ESPAÇO E O TEMPO PARA O SEU DESENVOLVIMENTO
TER A BNCC COMO PRESCRIÇÃO IGNORA O POTENCIAL CURRICULAR DO COTIDIANO, QUE NECESSITAM SER INCORPORADAS AO CONHECIMENTO A SER ESCOLARIZADO
PARA FREIRE, A CURIOSIDADE DO ESTUDANTE ÁS VEZES PODE ABALAR A CERTEZA DO PROFESSOR. POR ISSO É QUE, AO LIMITAR A CURIOSIDADE DO ALUNO, A SUA EXPRESSIVIDADE, O PROFESSOR AUTORITÁRIO LIMITA A SUA TAMBÉM
O CURRÍCULO NÃO PODE SER CONSIDERADO UM PRODUTO ACABADO E É NECESSÁRIO QUE A AÇÃO DOCENTE SE FUNDE NA AÇÃO-REFLEXÃO-AÇÃO COMO FORMA DE SE CONFRONTAR COM AS SITUAÇÕES E CONDIÇÕES DESIGUAIS QUE CARACTERIZAM A NOSSA SOCIEDADE
A CURIOSIDADE E A PERGUNTA GUARDAM, EM UMA PERSPECTIVA FREIRIANA, ESTREITOS LAÇOS COM O DIÁLOGO E A PROBLEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
O CURRÍCULO ÚNICO SE ENCONTRA LIMITADO TAMBÉM PELA CASTRAÇÃO DA CURIOSIDADE E A INVIABILIZAÇÃO DA PERGUNTA. A PERGUNTA, QUANDO É CHANCELADA, É INSTRUMENTALIZADA PELA PARTICIPAÇÃO MANIPULADA
NÃO HÁ A REJEIÇÃO Á BNCC, MAS É LANÇADO UM OLHAR CRÍTICO PARA SUAS POSSIBILIDADES DE EXPLICAÇÕES DO MUNDO PROBLEMATIZADO EM SALA DE AULA. A BNCC NÃO É O MUNDO DESVELADO QUE FAZ A MEDIAÇÃO NA RELAÇÃO EU-TU, MAS TÃO SOMENTE MAIS UMA SELEÇÃO INTERESSADA DE EXPLICAÇÕES
EM FREIRE (2005a), EMPODERAR-SE É TOMAR POSSE DO REAL, TOMAR POSSE DE SUAS VIDAS E CONSCIÊNCIAS NUM PROCESSO DE LIBERTAÇÃO QUE DESENVOLVE EM UMA RELAÇÃO DIALÉTICA HOMEM-MUNDO
O EMPODERAMENTO PELO CONHECIMENTO NEM É DIZER O CONHECIMENTO AOS OUTROS, COMO ATO DE PRESCRIÇÃO QUE SUBTRAI A PALAVRA DOS DEMAIS (FREIRE, 2005a)
O CURRÍCULO NACIONAL SE INSERE NA TRADIÇÃO SELETIVA DO CONHECIMENTO ESCOLHIDO PARA SER TRANSMITIDO ÁS GERAÇÕES FUTURAS
EM OBRA ESCRITA COM IRA SHOR, PAULO FREIRE SINTETIZA COM PRECISÃO SUA CONCEPÇÃO: "O CHAMADO "PADRÃO" É UM CONCEITO PROFUNDAMENTE IDEOLÓGICO, MAS É NECESSÁRIO ENSINAR A SUA UTILIZAÇÃO ENQUANTO SE CRITICAM, TAMBÉM SUAS IMPLICAÇÕES POLÍTICAS"
É NECESSÁRIO REJEITAR UMA RELAÇÃO EM QUE O "EU" CONHECE E "TU" NÃO CONHECE. A LÓGICA BANCÁRIA SE ENQUADRA EM UM TRABALHO COM A BNCC EM QUE O PROFESSOR DEVE CONHECER ESTA E TRANSMITI-LA AOS ALUNOS EM UMA RELAÇÃO QUE O MUNDO É DE CONHECIMENTO DO PROFESSOR, TRANSMITIDO PELOS ESPECIALISTAS, E É, ATRAVÉS DELE PROFESSOR - QUE O ALUNO CONHECERÁ O MUNDO
COMPREENDER A BNCC E SUA PROPOSTA DE CURRÍCULO NACIONAL A PARTIR DE FREIRE É, PRIMEIRAMENTE, REJEITAR QUE A ESCOLA, OS EDUCADORES E EDUCANDOS SÃO TÁBULAS RASAS E SERÃO REPRODUTORES DE CONHECIMENTOS, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS SELECIONADOS A "PRIORI"
PARA FREIRE, O EDUCADOR PROGRESSISTA NÃO PODE SONEGAR ESSE CONHECIMENTO-PADRÃO AOS ALUNOS
FUNDAMENTOS FREIRIANOS NA TENTATIVA DE CONTRIBUIR PARA O DEBATE CURRICULAR EM UM MOMENTO QUE "HABEMUS" CURRÍCULO NACIONAL, A BNCC
A CONCEPÇÃO DE FREIRE (1966; 2005a; 2005b), EM RELAÇÃO AO CONHECIMENTO, VALORIZA A REALIDADE CONCRETA DOS SUJEITOS, COMO PONTO DE PARTIDA PARA UMA CONSTRUÇÃO DIALÓGICA COM OS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS TRATADOS POR ELE COMO CONHECIMENTOS-PADRÃO
DESDE A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO (1968/2005), PUBLICADA EM 1968, TEMAS GERADORES, CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS E AÇÃO DIALÓGICA PASSAM A INFLUENCIAR TEORIAS CURRICULARES, ESPECIALMENTE AS CRÍTICAS
TEMOS NO HORIZONTE QUE PAULO FREIRE NÃO SE DEBRUÇOU DIRETAMENTE SOBRE UMA TEORIA CURRICULAR, MAS É INEGÁVEL SUA CONTRIBUIÇÃO A PARTIR DE SUAS PROBLEMATIZAÇÕES EM RELAÇÃO AOS SABERES E CONHECIMENTOS

BNCC E EDUCAÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES: LIMITES CONCEITUAIS

SEMIFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO
PARA ADORNO E HORKHEIMER (1991, 2010) A IDÉIA DE SEMIFORMAÇÃO É PARTE CONSTITUTIVA DA REPRODUÇÃO DA VIDA SOB MONOPÓLIO DA DENOMINADA CULTURA DE MASSA, E APRESENTA-SE COMO A OBJETIFICAÇÃO COISIFICADA, ISTO É, A REIFICAÇÃO DO SUJEITO
ENSINAR-FORMAR E EDUCAR NOVAS GERAÇÕES
PARA A TEORIA CRÍTICA, AS ATITUDES DOS INDIVÍDUOS E SUAS RELAÇÕES SÃO LIMITADAS POR REGULAMENTOS, NORMAS E MONOPÓLIOS, SEJAM ELES CORPORATIVOS OU ESTATAIS, DESENVOLVENDO NOS INDIVÍDUOS A "HALBBILDUNG", ISTO É, A SEMIFORMAÇÃO SOCIALIZADA

EXPERIÊNCIA DA BNCC É TRATADA COMO EPISÓDICA, E SE ASSEMELHA A UMA ESCADA EM QUE CADA SUJEITO AVANÇA NA AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO

TEORIA DA SEMIFORMAÇÃO E TEORIA CRÍTICA NOS REMETE A IMPORTANTES REFLEXÕES SOBRE OS CONCEITOS DE VIVÊNCIA E EXPERIÊNCIAS, NÃO COMO SINÔNIMOS, MAS COMO CONCEITOS, ORA COMPLEMENTARES, ORA DIVERGENTES

A PEDAGOGIA NEGATIVA SE ATERÁ À CRÍTICA DA IDEOLOGIA PRESENTE NA RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM

A EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA E A BNCC: UMA CORRELAÇÃO "SIMPLESMENTE COMPLEXA"
A BNCC É LACUNAR, INCLUINDO AFIRMAÇÕES GENÉRICAS E PRETENSAMENTE AUTOEXPLICATIVAS, COMO POR EXEMPLO, A IDÉIA DE CUIDAR E EDUCAR, ALÉM DE UMA SENSÍVEL RUPTURA ENTRE OS CÂNONES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E DO ENSINO FUNDAMENTAL, OPERANDO POR UMA RUPTURA NO MODO DE EDUCAR AS CRIANÇAS

A EDUCAÇÃO NA INFÂNCIA NÃO SE CONCRETIZA COM A IMPOSIÇÃO DE UM CURRÍCULO MINÍMO PADRONIZADO, MAS NA INDISSOCIABILIDADE DA TRÍADE PEDAGÓGICA-FORMAR-ENSINAR

O CONTEÚDO, A COERÊNCIA E O CONTROLE DO CURRÍCULO SÃO VISTOS DE MANEIRAS DIFERENTES E ÁS VEZES OPOSTAS
A PARTIR DOS QUATRO ANOS DE IDADE, ASSEGURAR QUE AS CRIANÇAS ATINJAM METAS EDUCACIONAIS E DE PRONTIDÃO ESCOLAR, QUE, POR SUA VEZ, CONTRIBUEM PARA OBJETIVOS ECONÔMICOS E SOCIOPOLÍTICOS DE LONGO PRAZO

NA EDUCAÇÃO E CUIDADO NA PRIMEIRA INFÂNCIA, POR EXEMPLO, A PALAVRA CURRÍCULO SIGNIFICA COISAS DIFERENTES PARA PESSOAS DIFERENTES

A OPÇÃO POR ENFORCAR O FUTURO DAS CRIANÇAS EM DETRIMENTO DE SEU PRESENTE COLOCA EM DESTAQUE QUESTÕES CRÍTICAS SOBRE CONTEÚDO, COERÊNCIA E CONTROLE DO CURRÍCULO POR ORGANISMOS GOVERNAMENTAIS

A NATUREZA E O LUGAR DO CONTEÚDO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA PERMANECERAM CONTENCIOSOS INCLUSIVE NO DOCUMENTO FINAL DA BNCC

O CURRÍCULO PODE SER CONSIDERADO JUNTAMENTE COM A PEDAGOGIA, A AVALIAÇÃO, O ATO DE BRINCAR, A APRENDIZAGEM E OS CUIDADOS PARA COM AS CRIANÇAS PEQUENAS, COM AS FORMAS DE ENSINAR E APRENDER NO ENSINO FUNDAMENTAL, COM AS POSSIBILIDADES AMPLAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DAS CRIANÇAS A PARTIR DOS 6 ANOS DE IDADE

TANTO OS PROJETOS, BRASIL CARINHOSO, FAMÍLIA BRASILEIRA FORTALECIDA E BOLSA FAMÍLIA, VISAM FORNECER SUBSÍDIOS PARA QUE O PODER PÚBLICO POSSA PROPORCIONAR A TODAS AS CRIANÇAS O MELHOR COMEÇO PARA O MUNDO DE AMANHÃ

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR É CURRÍCULO ?

AS CRÍTICAS DAS ASSOCIAÇÕES DE PESQUISA
EM OUTUBRO DE 2015, FOI APROVADA NA 37º ASSEMBLÉIA GERAL DA REUNIÃO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO (ANPEd) UM MOÇÃO CONTRÁRIA Á BNCC EM QUE SE EXPLICITA A OPOSIÇÃO A UM CURRÍCULO NACIONAL.

A QUESTÃO É QUE A ESCOLA NÃO PODE SER APRISIONADA PELA LÓGICA DO MERCADO E DO APOSTILAMENTO ATRAVÉS DE UM PROJETO QUE BUSCA HOMOGENEIZAR A DIFERENÇA, INTERROMPER O MOVIMENTO DIALÉTICO DAS RELAÇÕES HUMANAS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DESUMANIZADO CADA VEZ MAIS O PROCESSO EDUCACIONAL ESCOLARIZADO

A LEGITIMIDADE DE UMA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: UM DIÁLOGO COM YOUNG E SAVIANI
YOUNG FALA QUE CONHECIMENTO PODEROSO É CONHECIMENTO ESPECIALIZADO, PARA ELE O PAPEL DO CURRÍCULO É A TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO ESPECIALIZADO, QUE É UNIVERSAL E OBJETIVO, PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE, A TODOS OS ALUNOS, ESPECIALMENTE DE CAMADAS POPULARES

PARA SAVIANI, "DIZER QUE DETERMINADO CONHECIMENTO É UNIVERSAL SIGNIFICA DIZER QUE ELE É OBJETIVO"; SAVIANI TAMMBÉM FALA QUE "O SABER QUE INTERESSA ESPECIFICAMENTE Á EDUCAÇÃO É AQUELE QUE "EMERGE COMO RESULTADO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM, COMO RESULTADO DO TRABALHO EDUCATIVO"

A CRISE EDUCACIONAL É PARTE DA CRISE SOCIOECONÔMICA
A DESIGUALDADE É INERENTE AO SISTEMA E NÃO UM EFEITO INDESEJADO; AS CRISES SÃO CÍCLICAS E ESTRUTURAIS; CRISES SÃO OPORTUNIDADES PARA REFORMAS QUE APROFUNDAM MEDIDAS QUE RESTRIGEM OS DIREITOS EM PROL DOS PRIVILÉGIOS

ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE), PASSA A OCUPAR O LUGAR DE "MINISTRO DA EDUCAÇÃO MUNDIAL"; OCDE É UMA ELABORAÇÃO DE DISCURSO QUE ESTEJAM DE ACORDO COM OS INTERESSES PRIVATISTAS; DEIXANDO DE LADO AS QUESTÕES SOBRE AS DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR COMO CAMPO DE DISPUTA
A BNCC É UMA FORMA DE TORNAR CONSENSUAL O QUE PRETENDE SER O CONHECIMENTO OFICIAL. O CURRÍCULO SENDO UM CAMPO PRIVILEGIADO PARA SUA LEGITIMAÇÃO. A IDEOLOGIA PODE OPERAR NO SISTEMA EDUCACIONAL PARA PODER SE LEGITIMAR E CRIAR UMA VISÃO PARCIALIZADA DOS PROBLEMAS BRASILEIROS

IDEOLOGIA EUROCÊNTRICA DE CUNHO BURGUÊS; EDUCAÇÃO DE BOA QUALIDADE = TRABALHO DE PRESTÍGIO SOCIAL E ECONÔMICO; EDUCAÇÃO DE MÁ QUALIDADE = TRABALHO PRECÁRIO. A CRISE DA ESCOLA É CONSEQUÊNCIA DA CRISE PERMANENTE DO CAPITALISMO BRASILEIRO

COM A BNCC OS SISTEMAS EDUCACIONAIS, AS ESCOLAS E OS PROFESSORES TERÃO UM IMPORTANTE INSTRUMENTO DE GESTÃO PEDAGÓGICA E AS FAMÍLIAS PODERÃO PARTICIPAR E ACOMPANHAR MAIS DE PERTO A VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS
BNCC - SE ELA NÃO É O CURRÍCULO, ELA NÃO PODE DEIXAR DE SER CONSIDERADA UM CURRÍCULO. O CURRÍCULO É DESIDEOLOGIZADO E DESCONTEXTUALIZADO

A BNCC É UMA PROPOSTA CURRICULAR OBRIGATÓRIA E IMOBILIZADORA QUE PARTE DO CENTRO DO PODER PARA TODAS AS ESCOLASS

ROBERTO MACEDO: SEGUE DUAS VERTENTES - "DOCUMENTO ONDE SE EXPRESSA E SE ORGANIZA A FORMAÇÃO" E "CURRÍCULO SE DINAMIZA NA PRÁTICA EDUCATIVA COMO UM TODO E NELA ASSUME FEIÇÕES QUE O CONHECIMENTO E A COMPREENSÃO DO DOCUMENTO POR SI SÓ NÃO PERMITE ELUCIDAR" (2013, P.25/26)
PERSPECTIVA FREIRIANA DE CURRÍCULO: "A POLÍTICA, A TEORIA E A PRÁTICA DO QUE-FAZER NA EDUCAÇÃO, NO ESPAÇO ESCOLAR, E NAS AÇÕES QUE ACONTECEM FORA DESSE ESPAÇO, NUMA PERSPECTIVA CRÍTICO-TRANSFORMADORA. (SAUL, 2008, P. 120)

BNCC - PRETENDE IMOBILIZAR EM UM DOCUMENTO A DINÂMICA DA PRÁTICA EDUCATIVA. TEM COMO FUNÇÃO DAS COMPETÊNCIAS ORIENTAR OS CURRÍCULOS

A BNCC SE CONSTITUI EM UM PROJETO NORMATIVO QUE ESTABELECE UM DOCUMENTO PRESCRITIVO DE COMPETÊNCIAS, HABILIDADES, CONTEÚDOS, OU, COMO PREFEREM DOMINAR, DIREITOS DE APRENDIZAGEM (MEC, 2018)
A BNCC SERVE COMO REFERÊNCIA PARA A CONSTRUÇÃO E ADAPTAÇÃO DOS CURRÍCULOS DE TODAS AS REDES DE ENSINO DO PAÍS

BNCC E CURRÍCULO TEM PAPÉIS COMPLEMENTARES. PARA SACRISTAN: CURRÍCULO "É AQUILO QUE O ALUNO ESTUDA"