A inflação é um fenômeno complexo que envolve diferentes fatores, sendo essencial compreender a soma das inflações de renda e lucro para avaliar seu impacto total. Keynes, em sua análise, divide os lucros em duas categorias principais:
A inflação referente ao nível de produção como um todo é a soma das inflações de renda e lucro. Dessa explicação ainda é possível identificar uma importante divisão referente à própria composição da determinação dos lucros. Os lucros são definidos por Keynes em seu Treatise como a soma dos lucros referentes à produção de bens de capital e de bens de consumo, e sua inflação seria referente às inflações de capital e de commodities respectivamente
Com o propósito de avançar o debate sobre o fenômeno inflacionário, vamos nos debruçar sobre interpretações pós-keynesianas para compreender a dinâmica inflacionária em uma economia capitalista
Dessa maneira, a proposta do artigo é fazer um resgate do debate sobre a inflação na obra de Keynes4 e, posteriormente, alcançar o debate pós-keynesiano moderno, tendo como fio condutor da análise a natureza da moeda moderna. Para isso, o trabalho será dividido em três seções, além da presente introdução e conclusão.
A Moeda Bancária é uma variação de dinheiro dentro do sistema financeiro, quando os agentes econômicos utilizam como base de cálculo para seus contratos de dívidas o dinheiro do Estado, “criando papéis de dívida privada”, segundo Keynes, os agentes estão criando Moeda Bancária
O custo do investimento é determinado pela relação entre investimento e poupança, expressa pela taxa de juros que prevalece no mercado. A atividade do investimento será feita se o rendimento esperado for maior que a taxa de juros de mercado que ele terá que pagar para financiar sua produção, ou seja, se a taxa de juros de mercado for baixa em relação ao rendimento esperado.
Tópico principal
Concebida sob o arcabouço teórico ortodoxo de neutralidade da moeda, o sistema de metas de inflação estabelece como o objetivo principal a ser perseguido pelo banco central a estabilidade dos preços, em que a credibilidade das autoridades monetárias é essencial para o seu sucesso
Keynes aponta que tanto a inflação quanto a deflação tem efeitos devastadores na economia, enfatizando que a inflação tem um efeito mais danoso sobre a distribuição da riqueza e a deflação sobre o retardar da produção (KEYNES, 1978a), isto é, a deflação aparece na obra do autor como a causa dos principais danos à economia, pois as expectativas de preços menores inibem a produção capitalista e diminuem a produção de riqueza para toda a sociedade
moeda aparece em Keynes (1933) como fundamental para a interpretação da economia. Para o autor, o capitalismo não pode ser analisado como uma simples economia de trocas, já que o objetivo fim de sua produção não é um “mais-produto” e sim uma quantidade maior de dinheiro do que no início desta produção, ou seja, um aumento de sua rentabilidade