A importância das perceções de riscos dos trabalhadores
Tópico principal
As percepções como forma de conhecimento
As percepções de riscos estão diretamente ligadas à forma como os indivíduos
pensam, representam, classificam ou analisam as diversas formas de ameaça (riscos) a
que se encontram expostas ou de que dela têm conhecimento
Na literatura sobre as perceções de riscos é definida uma clivagem entre os
conhecimentos científicos, designados como “objetivos”, e os saberes dos nãoespecialistas,
apresentados como “subjetivos”.
As percepções de riscos são formas de conhecimento que
surgem associadas aos saberes do senso comum ou ao mundo leigo (por oposição aos
saberes de peritos ou de profissionais).
Alguns autores defendem precisamente o
contrário, isto é, preconizam que pode não existir uma diferença tão marcante entre estas
duas formas de conhecimento (Lindell, 1996). Segundo Smallman (1996) existem, de
facto, visões contraditórias do risco entre os especialistas e o público leigo; porém, estas
diferenças talvez não sejam tão pronunciadas como seria expectável à partida, visto que
ambas as formas de conhecimento resultam de interpretações e julgamentos humanos
(os quais revelam sempre os seus limites).
Introdução
APRENDIZAGEM:
As percepções humanas são normalmente vistas como aspetos individuais e
elaboradas a partir dos nossos sentidos. Mas será que podemos restringir a compreensão
do campo das percepções meramente a questões de ordem bio-fisiológicas? A resposta é:não, visto que as dimensões psicossociais influenciam fortemente a construção das nossas percepções
Apresento-lhe o seguinte exemplo que corrobora esta ideia: seria
suposto que o risco de um médico ser processado por erro ou negligência estivesse
exclusivamente relacionado com esse tipo de práticas
Neste caso parece que as pessoas reagem mais
por simpatia e não tanto pela competência profissional. Esta revelação é, em parte,
surpreendente, mas talvez isto faça parte da nossa própria condição.
As conclusões do autor apontam para
que os pacientes coloquem processos judiciais, alegadamente por más práticas clínicas,
apenas aos médicos que não gostam, particularmente quando o relacionamento
interpessoal não é afável e os pacientes se sentem ignorados ou “despachados” sem
serem tratados com o devido cuidado.
Porém, nem sempre aquilo que parece
evidente corresponde à realidade. Na verdade, o trabalho realizado por Rice (2000)
indica-nos que existem outros fatores em jogo suscetíveis de influenciar este tipo de acontecimentos, ou seja, nem sempre os médicos que cometem mais erros são aqueles
que sofrem mais processos judiciais.
As nossas percepções também sofrem de
enviesamentos deste tipo e são influenciadas por fatores nem sempre transparentes.A forma como
nós percebemos os riscos que nos rodeiam depende, em larga medida, de múltiplas dimensões sociais.
Estas não surgem com
carácter permanente, nem demonstram particular apetência para serem consideradas
como algo estaticamente adquirido, pelo contrário têm flexibilidade suficiente para serem alteradas ao longo tempo.
As crenças, as atitudes, as normas e regras, os hábitos, os valores e as representações sociais são também vetores
que vão atuar sobre a formulação das percepções (Slovic, 2000).
Notas finais
Fatores de influência sobre as percepções de riscos laborais:Cultura e clima de segurança e/ou organizacional
Sinalização de segurança e obrigatoriedade de utilização de EPI
Personalidade, hábitos, poder, estatuto, valores e culturas profissionais
Medo, ansiedade, stress e sensação de vulnerabilidade socioprofissional
Influências primárias (amigos e família) e secundárias (media e figuras públicas)
Relação entre custos e benefícios
EXECUTIVO
sociais (pressão do grupo de trabalho, influências primárias e
secundárias e subculturas profissionais
políticas (importância atribuída pelo Estado a
determinado tipo de riscos – valorização de uns e desvalorização de outros)
Porém, não se podem descurar as seguintes
dimensões:
(estado de saúde, idade, habilitações académicas, experiência
profissional, sensação de controlo sobre as situações de risco, eventuais consumos de
álcool e drogas, etc.)
tipo de avaliação de riscos e respetiva informação fornecida aos trabalhadores expostos ao risco
Riscos
laborais
Segundo Feliciano (2003), a percepção de riscos no trabalho varia de trabalhador
para trabalhador; esta percepção singular que cada um detém sobre os riscos aos quais
está exposto no seu local de trabalho está tendencialmente interligada à sua história de vida pessoal, à idade, aos seus interesses individuais ou de grupo de pertença, ao lugar que ocupa nas relações de poder formal e informal dentro da organização, à satisfação perante o trabalho, à antiguidade na empresa ou no posto de trabalho e ao seu próprio estatuto social.
Porém, não podemos deixar de considerar que as
percepções de riscos dos trabalhadores são para eles próprios absolutamente “reais e
objetivas”, e que eles atuam mediante essas mesmas percepções.
RELAÇOES DO TRABALHO
Também dependem, em
parte, das especificidades dos ambientes de trabalho e são atravessadas por subculturas
profissionais e organizacionais.
Às percepções de
riscos no trabalho não se aplica a noção de homogeneidade, nem se pode afirmar que
estas são dominadas por um sentido perspetivo monolítico numa qualquer categoria
profissional.
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Qualquer perceção
de riscos laboral é sempre um processo interpretativo de uma dada realidade
organizacional, contendo em si mesmo um certo grau de subjetividade.
As perceções de riscos laborais traduzem a visão dos trabalhadores sobre os riscos
aos quais se encontram expostos no decurso da sua atividade laboral
NÍVEL DA MUDANÇA
CAUSAM UMA FORTE PRESSÃO SOBRE AS PESSOAS
AS PESSOAS CONVIVEM COM A MUDANÇA, MAS ALGO DEIXA ANSIOSAS OU NERVOSAS
AS MUDANÇAS SÃO LEVEMENTE PERCEBIDA PELAS PESSOAS