por Márcia Silva hace 3 años
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Márcia Silva (60431),
Cátia Fiúza (60333),
Humberto Paiva (60344)
Premissas para o desenvolvimento deste capítulo:
Charneira entre psicologia e sociologia, tanto do ponto de vista da problemática como dos métodos de pesquisa.
Disciplina muitas vezes reduzida à "estatística".
Os demógrafos que pretendam passar da descrição à explicação assinalam que só por referência aos princípios e teorias de ciências sociais como a sociologia e a economia é possível elucidar as determinantes dos aspetos demográficos das condutas.
Silva e Pinto (1986) Metodologias das Ciências Sociais, Edições Afrontamento, pp. 25-26.
Nascida do direito, da história e da sociologia, a análise dos problemas relativos às relações de poder entre indivíduos e grupos e ao exercício do poder por organizações de base territorial podendo recorrer à violência física (Max Weber).
Silva e Pinto (1986) Metodologias das Ciências Sociais, Edições Afrontamento, p. 25.
Foca-se na diversidade intercultural.
Estudam sobretudo as pequenas sociedades tradicionais do mundo atual, sejam elas sociedades da África, Ásia ou américa Latina, sejas as coletividades rurais das nações industrializadas, ou certos enclaves peculiares do espaço social urbano.
É, em muitos aspetos, complementada pela História.
Silva e Pinto (1986) Metodologias das Ciências Sociais, Edições Afrontamento, pp. 23-24.
Estudo da variação social segundo o tempo.
Foco nas sociedades do passado.
Silva e Pinto (1986) Metodologias das Ciências Sociais, Edições Afrontamento, pp. 23-24.
Análise da linguagem de dupla articulação. Ou seja, é o estudo científico das línguas.
Silva e Pinto (1986) Metodologias das Ciências Sociais, Edições Afrontamento, p. 23.
Estudo dos sistemas de signos ou estudo dos signos não-linguísticos.
Silva e Pinto (1986) Metodologias das Ciências Sociais, Edições Afrontamento, p. 23.
Foca-se nas dimensões espaciais da vida social.
Para se tornar uma ciência social, foi necessário abandonar as conceções tradicionais que a definiam como o estudo da diferenciação regional da superfície terrestre.
Foi necessário compreender que o espaço é um sistema onde se relacionam elementos do meio físico e do meio social.
Posição de charneira entre as ciências sociais e as naturais.
Tem em perspetiva o homem como agente direto nos processos de transformação prática da natureza e assim se relacionando com os recursos materiais, geralmente escassos, em cada momento disponíveis.
Estuda os variados modos como as práticas sociais são mediatizadas pela relação com os recursos.
Investiga os variados modos como as ações dos homens são condicionadas por relações estabelecidas ao nível dos grupos e organizações em que se inserem e cujas características elas pr´´oprias produzem e reproduzem.
Silva e Pinto (1986) Metodologias das Ciências Sociais, Edições Afrontamento, p. 21.
Disciplina de charneira.
Os psicólogos fazem ponte entre estudos biológicos e sociais evidenciando a interação entre determinantes biológicos e culturais das condutas. Evidenciam também aquilo a que chamam as funções psicológicas, ou seja, as estruturas básicas e interdependentes implicadas nas condutas e que desempenham certos papéis na adaptação dos homens ao meio.
Silva e Pinto (1986) Metodologias das Ciências Sociais, Edições Afrontamento, p. 20.
São um Universo, fruto de um processo histórico bissecular, intelectual e socioinstitucional.
As ciências socias têm alterado por inúmeras vezes a sua problemática, bem como dos sistemas que definem o seu objeto científico, no decurso do seu desenvolvimento ao longo da história. Essas mudanças podem inclusive ser radicais.
Cada ciência social tem produzido vários paradigmas ao longo da sua evolução. Estes diferentes paradigmas concorrem entre si dadas as suas perspetivas antagónicas. Há por isso uma conflitualidade decorrente de uma estreita articulação das teorias científicas que têm postulados ideológicos e visões do mundo.
Os paradigmas que têm uma maior força e impacto são os transdisciplinares, sendo transversais a várias ciências.
Os paradigmas não são inteiramente incomunicáveis. Por vezes é possível cruzar determinadas áreas e fecundar de forma recíproca diferentes paradigmas.
Diferenciação por disciplinas
Apesar de serem interdisciplinares, a diferenciação por disciplinas continua a demonstrar ser, convenientemente relativizada, o melhor método para a obtenção de uma visão global dos estudos sobre a ação social.
Quadro orientador
Tem em conta os cruzamentos e as interações entre várias perspetivas - a interdisciplinaridade efetiva.
Permite-nos obter uma melhor compartimentação do saber em relação a cada uma das ciências sociais, por envolver variadas tomadas de posição epistemológicas e teóricas quanto às mesmas, mas tendo em conta que nada mais é que um quadro orientador.
Divisão de trabalho
Concluiu-se que a divisão de trabalho entre as várias disciplinas das ciências sociais é sempre flutuante e provisória, pois esta é o resultado de condições socioinstitucionais que não são contantes. Aliado ao facto de que as disciplinas não são corpos teórico-metodológicos unitários e estanques.
As ciências sociais não estudam realidades distintas, nem sectores distintos ou compartimentados da realidade, elas partem sim de perspetivas teóricas diferentes, construindo objetos científicos distintos de natureza abstrato-formal.
Marcel Mauss
O seu contributo na década de 20-30, mas também o de Comte e Marx no século XIX.
Fenómeno social total
Os fenómenos económicos são também sociais e políticos.
Estabelece dois princípios:
1º - Qualquer facto, quer ocorra em sociedades arcaicas quer em modernas, é sempre complexo e multidimensional.
2º - Todo o comportamento remete para e só se torna compreensível dentro de uma totalidade, o que significa que as constelações compósitas de recursos, de representações, ações e instituições sociais intervêm nas mais elementares relações entre pessoas.
Há por isso um vetor principal de diferenciação, de ordem conceptual, que está assente na diversidade das óticas das análises seguidas, em dimensões da ação social, que não são compartimentadas nem estanques, mas sim complexas e interligadas.
As fronteiras entre as diferentes ciências socias são precárias e flutuantes, pois cada uma dessas disciplinas perspetiva de uma maneira diferente a mesma realidade.
Perspetiva
Cada ciência social é dotada de uma perspetiva própria, que a distingue das demais, o que significa:
As várias ciências sociais configuram-se como instituições sociais, que são, nada mais nada menos que sistemas de produção especializada de conhecimentos. Cada uma se alimenta e reproduz através de práticas de investigação reguladas, do ensino, da prestação de serviços e de canais de comunicação.
Cada uma tem a sua história, a sua própria cultura, o seu património de paradigmas, teorias, técnicas e métodos, obras de referência e manuais de ensino, circuitos de difusão de resultados, esquemas de formação, competência, costumes e inércias profissionais.
Cada uma tem os seus especialistas e "fazem coisas diferentes".
O desenvolvimento das ciências socias é fruto de um processo bissecular, criação histórica recente de uma civilização, cujo desenvolvimento foi marcado por:
As ciências sociais constituem um continente intelectual muito heterogéneo e fraturado, onde a sua configuração global é o resultado de uma história que ainda hoje continua, e que por isso está em constante mutação e evolução.
Já assinalada por Aristóteles.
Noção de sociedade, consolidada durante os últimos 200 anos através de um longo e complexo processo intelectual, é uma noção distinta de outras tradicionais, como é o caso da civilização, da política ou da moral, que necessita outros estudos para além das filosofias da história, da moral e da política.
Foi estabelecida por Vico e Hobbes como sendo laica e como sendo suscetível de ser descrita quantitativamente, sendo que esta última noção de quantificação foi também consolidada por Condorcet e Quételet.
Rousseau foi ainda um dos que contribuiu para a formação desta noção, com a categoria de mudança social.
Sociologia
Fundada graças à industrialização, urbanização, crescimento populacional, revoluções liberais, eclosão dos movimentos operários e socialistas, surgimento de novas instâncias e padrões de socialização.
As novas perspetivas e estratégias trazidas pela sociologia enriquecem as restantes disciplinas com os seus próprios contributos.
Sec XX
Disciplinas particulares
Subdisciplinas de uma ciência, como é o caso da economia do trabalho e a sociologia da educação, por exemplo, bem como do cruzamentos interdisciplinares que ganham autonomia, como é o caso da psicolinguística, da sociologia do direito e a ciência política.
Geografia
Afirma-se como ciência social após a II Guerra Mundial.
Linguística estrutural
Semiologia
Ciência geral dos signos.
Antropologia Social
História
2ª a emergir como ciência, fruto de uma rutura.
Sec XIX
"Autonomia e profundidade do social", foi o que caracterizou o pensamento dos autores deste século.
Economia
1ª a emergir como ciência, a definir um objeto próprio, a desenvolver modelos teóricos e formalizações lógico-matemáticas.
Durkheim
Princípio da exterioridade e constrangimento dos fatos sociais relativamente ao indivíduo.
Regras metodológicas sistemáticas.
Karl Marx
Fatores de evolução
O processo de evolução das ciências sociais apresenta uma componente intelectual, uma componente institucional e uma componente social.
1) Sintetiza-se a seguinte tese: "O social é irredutível ao individual",
2) Saber lógico-matemático, físico e biológico contribui com os seus modelos,
3) Ocorrência de transformações económicas, demográficas, políticas e culturais.
Existem três vetores para o desenvolvimento das ciências sociais, dentro das ciências, que podem estar, ou não, dissociados:
Max Weber
Alargou as perspetivas sociológicas quanto à análise entre a interação e o sentido da ação.
Reflete sobre a interseção entre essa perspetiva sociológica e as da história e da economia.
Sec XVIII
Giambattista Vico
Propostas percursoras que necessitaram de condições sócio-Institucionais desfavoráveis para serem desenvolvidas.
Adam Ferguson
Método de estudo mais correto.
Metodologias
As consciências individuais são socialmente condicionadas.
Análise implica observação e testemunhos empíricos.
Montesquieu
Propôs:
Leis
Interdependência dos factos humanos.