jonka CECÍLIA MELO 1 vuosi sitten
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Durante o século. XX, por exemplo, pessoas com deficiência foram submetidas a 'experiências científicas' na Alemanha nazista de Hitler. Ao mesmo tempo, mutilados de guerra eram considerados heróis em países como os EUA, recebendo honrarias e tratamento em instituições do governo. GARCIA(2010 p.11).
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas menciona a participação como parâmetro para a formulação de políticas e ações direcionadas a essa população, definindo as pessoas com deficiência como "aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas" (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS [ONU], 2006a, artigo 1º.
É possível dizer, de acordo com Garcia Bruno (2006, p. 7), que a deficiência "como fenômeno humano individual e social é determinada em parte pelas representações socioculturais de cada comunidade, em diferentes gerações, e pelo nível de desenvolvimento científico, político, ético e econômico dessa sociedade".
Com vistas à inclusão social e à cidadania plena e efetiva dos deficientes, no ano de 2015, o Brasil instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, que entrou em vigor em janeiro de 2016.
Segundo Bruno (2009) de acordo com os objetos a serem propostos pode-se sistematizar a avaliação no que se refere ao campo educacional, a avaliação pode ser dividida em três categorias.
Somativa
Formativa
O processo de avaliação deve ter como característica, a capacidade de estabelecimento de condições para que o aluno desenvolva a aprendizagem se relacionando com o ensino. Por meio dos procedimentos adotados, o desempenho pedagógico tem possibilidade de ser avaliado, dessa forma subsídios são oferecidos para que haja aplicabilidade de estratégias inovadoras de ensino, determinados objetivos propostos pelo professor e os conteúdos específicos possam ser alcançados (CAMPOS; OLIVEIRA, 2005).
Segundo Silva (2016), para que ocorra uma educação inclusiva há necessidade de uma rede de apoio, formada por equipes interdisciplinares responsáveis, tendo como base assessorar tanto os educadores quanto as famílias, ocorrendo uma junção entre a sala de aula e a necessidade de cada aluno ao atendimento. Para que a escola inclusiva obtenha apoio, são necessárias equipes que englobam parcerias firmadas entre profissionais.
A escola inclusiva define-se por fornecer e garantir um ensino educacional de qualidade aos alunos de forma individual, onde a diversidade deve ser respeitada e reconhecida no que se refere às potencialidades e necessidades devem ser atendidas baseando-se em cada indivíduo. Nessa perspectiva, apenas considera-se uma escola inclusiva aquela que apresentar organização com intuito de favorecimento individual, ou seja, essa organização escolar tem que oferecer a cada aluno tendo como norte suas necessidades, sem distinção de idade, sexo, etnia, condição social, deficiência ou qualquer outro tipo de situação.
Responsabilidade para adotar posturas e habilidades novas que permitam a problematização recaem sobre o professor, ao se deparar com situações diferentes é preciso ter capacidade para compreender e realizar intervenções, além de participar ativamente auxiliando para que uma proposta inclusiva seja construída. Com isso, novas mudanças surgirão baseadas nas possibilidades e com uma visão positiva das pessoas com necessidades especiais.
Segundo Corautista (2015), podem ser considerados como estímulos:
Plasticidade cerebral
O termo plasticidade apresenta como sugestão que por meio da experiência pode ocorrer modificação dos sistemas cerebrais, significando dizer que os estímulos presentes no ambiente por meio da percepção sensorial podem ser captados, assim podendo alterar as sinapses envolvidas. Baseando nesse conceito pode-se associar de forma fundamental os processos socioeducativos à percepção, possibilitando haver comparação entre a maturação cerebral junto ao desenvolvimento humano em suas etapas, como também haver correlação junto aos processos de aprendizagem (OLIVEIRA, 2012).
Multissensoriais
Para Milne (2010), as informações são fornecidas implicitamente ao subconsciente por meio da utilização do método multissensorial. Dessa forma e sem esforços, ocorre automaticamente a associação entre letra e som, além da interiorização de gestos. Nesse sentido, os processos conscientes e subconscientes formam uma mistura proporcionada pela leitura. Devido ao apelo à memória do trabalho, há uma maior exigência de energias para a realização de atividades conscientes.
Sensoriais
A utilização de ambientes sensoriais tem como intuito o fornecimento de oportunidades para desenvolvimento e/ou estímulo direcionados aos sistemas sensoriais, atuando para manter, estimular e desenvolver seu equilíbrio.
Recursos também devem ser alocados para serviços de apoio, para a formação de professores, a centros de recursos e a professores encarregados da Educação Especial. Também deverá ser proporcionada uma assistência técnica apropriada para assegurar uma bem sucedida implementação de um sistema educacional integrador. Abordagens integradoras deverão, portanto, estar ligadas ao desenvolvimento de serviços de apoio, em níveis nacional e local.
A inclusão da criança em seu contexto social vai depender das possibilidades vivenciadas no contexto familiar, uma vez que a família transmite os aspectos da dinâmica social e é responsável pelo primeiro acolhimento da criança na comunidade.
Considerar o ambiente familiar no apoio e atendimento da criança com deficiência oferece a possibilidade de avaliar se o grupo pode facilitar ou dificultar o desenvolvimento da criança. Isso porque a família é diretamente afetada pelas mudanças (podemos dizer bruscas) que acontecem no contexto a partir do momento em que recebem uma pessoa com limitações orgânicas. São vários os autores que descrevem os impactos sofridos pela família de pessoas com deficiência, uma vez que, segundo Paniagua (2007) normalmente, o contexto familiar que vai receber a nova criança é sempre recheado de projetos, expectativas, medos e ilusões.
A família tem que suportar toda uma carga emocional, que se fortalece com a sobrecarga de trabalho e as exigências de pôr em prática uma educação diferenciada.
Paniagua (2007, p.331) alerta para outro tipo de dedicação indireta dos pais e familiares, que seria a necessidade de coordenar os diversos especialistas como os das áreas médicas, serviços de reabilitação, orientação psicopedagógica e acompanhamento escolar. O autor explica que "muitas famílias têm uma agenda com diferentes profissionais, o que, em alguns momentos, pode chegar a ser motivo de sobrecarga". Outro obstáculo é encontrar pessoas que "possam atender adequadamente a criança para que os pais tenham momentos de lazer ou de trabalho fora dos horários e dos calendários escolares".
Impactos com diagnóstico
Os impactos do diagnóstico de deficiência, no ambiente familiar causam constrangimentos que podem colocar em risco a psicodinâmica da pessoa com deficiência. A família, pela sobrecarga de trabalho, pode desenvolver atitudes que dificultem o desenvolvimento da criança. Suas angústias, pautadas no medo, as inseguranças diante das perspectivas de autonomia que o filho pode ou não alcançar no futuro e ainda, a atenção que precisa dispensar aos demais membros da família.
Fases de enfrentamento
São quatro fases que se encontram delimitadas pelos autores:
fase de choque – que ocorre ao receber a notícia de que a criança tem uma deficiência; fase de negação – em que muitas famílias, após passado um tempo do recebimento da notícia, ignoram o problema ou questionam a veracidade do diagnóstico; fase de reação – em que a família vive uma série de sentimentos (como irritação, culpa e depressão), os quais deve expressar, pois esta fase faz parte dos primeiros passos de uma adaptação; fase de adaptação – em que os pais se sentem mais calmos, têm uma visão mais prática e realista da situação e procuram se organizar e se orientar para poderem ajudar os filhos. (GOITEIN; CIA 2011, p. 46)
Prevenção
Percebemos que a prevenção da deficiência abrange um campo multidisciplinar que envolve os vários setores da sociedade que devem se comunicar entre si. As ações sugeridas pelo ministério da saúde, estão voltadas para informação e educação, que deve ter impacto sobre a população, tanto no que diz respeito aos cuidados primários, como a assistência pré-natal, para prevenir deficiências, como perceber ou detectar precocemente a deficiência. Os processos de conscientização da população, no sentido de favorecer uma inteligência social, ganham destaque na percepção, aceitação, e adaptação às situações sociais que envolvem a pessoa com deficiência.
A maioria das questões que envolvem as pessoas com deficiência no Brasil — por exemplo, mecanismos de exclusão, políticas de assistencialismo, sentimentos de piedade, caridade, inferioridade, oportunismo, dentre outras — foram construídas culturalmente. Isso, mesmo não interpretado explicitamente, poderá ser notório nas entrelinhas dos capítulos que se sucedem. E questões culturais demoram a ser revertidas, além de necessitarem de estratégias bem elaboradas.
Em relação aos portugueses que ao chegarem ao Brasil, estes também sofreram com as condições do clima tropical, as diferenças de temperatura, e a quantidade de insetos presentes nas grandes florestas tropicais. O ambiente tropical repercutiu na saúde e bem-estar dos colonos, sendo que "algumas dessas enfermidades de natureza muito grave chegaram a levá-los a aquisição de severas limitações físicas ou sensoriais" (FIGUEIRA, 2008, p. 693).
É possível inferir que a situação da pessoa com deficiência no Brasil, também comtemplou em sua história marcas de eliminação, abandono e exclusão social. Com o passar do tempo, algumas medidas para o acolhimento dessas pessoas, embora em estado insipiente, foram tomadas, sendo base de reflexões e tomadas de decisão, chegando a ser pensada como uma reponsabilidade social que envolve aspectos sociais e culturais, políticas públicas, assim como, as famílias e as escolas que se encontram diretamente envolvidas no processo.
Outros dois capítulos marcantes da história brasileira sobre abandono e deficiências, que merecem ser conhecidos, são apontados por Figueira (2018, p. 398) como sendo a "casa dos muchachos" e a "roda dos expostos". A "casa dos muchachos" recebia crianças denominadas de "órphãos da terra", porque eram crianças fruto das relações entre brancos, negros e mulheres índias e a comunidade indígena tinha a crença de que o único parentesco a ser considerado decorria pela figura paterna.
Outro avanço significativo em relação ao acompanhamento das crianças com deficiência, de acordo com Garcia Bruno (2006, p. 7), se trata da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB/96 e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), que constituem avanços conceituais, no que se refere à Educação Infantil, inclusive fazendo referência às crianças com necessidades educacionais especiais.
A Constituição Federal (1967, no art. 4°) normatiza assistência à maternidade, à infância e à adolescência e à educação especial de excepcionais. Pela primeira vez surge um direito específico para as pessoas com deficiência (PEREIRA; SARAIVA, 2017).