jonka Andreia Rocha 7 vuotta sitten
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A vinculação nos seres humanos cria a base para os sentimentos de proteção e de segurança da criança. A vinculação tem ainda a função fundamental de assegurar as ligações transgeracionais, ligando afetivamente as famílias de ascendência com as famílias de descendência ao longo de todo o ciclo vital.
Este modelo de dupla hélice tem como principal objetivo afirmar que, ao longo de toda a vida, ocorre uma interação dialética entre vinculação e separação-individuação.
As suas principais carateristicas são:
- O desenvolvimento psicológico humano progride de acordo com um padrão ascensional em espiral de dupla hélice, organizando-se de forma assimétrica em torno de um eixo central.
- As hélices mantêm-se ativas ao longo do ciclo de vida e mudam a sua distância em relação ao eixo central em função de estímulos internos e externos que afetam o psiquismo humano, no quadro do processo interativo entre a pessoa e o meio que a rodeia.
- As duas hélices entram em interação através de mecanismos de feedback que influenciam a distância entre si e também a distância que as separa do eixo central da estrutura.
A hélice da vinculação volta a ser predominante e a comandar o desenvolvimento nesta fase.
A tensão entre as duas hélices que, no decurso do ciclo de vida humana, funcionou como motor de desenvolvimento psicológico, decai na velhice: as duas hélices aproximam-se e a hélice da vinculação volta a ser predominante como acontecia no início da vida.
Se na adolescência era o ganho em autonomia o mais importante, agora é a capacidade para a intimidade a principal tarefa de desenvolvimento (Erikson, 1968).
A hélice da vinculação replica-se, ou seja, enquanto as vinculações primárias se mantêm, surgem novas vinculações.
O ser humano é agora um ser capaz de gerar (a principal tarefa de desenvolvimento do estado adulto, de acordo com Erikson, 1963) não só os seus filhos, mas também ideias e uma grande variedade de realizações. A hélice da vinculação desdobra-se e dá lugar à hélice das novas vinculações trazidas pela constituição de laços familiares complexos aos pais e também aos filhos, numa rede transgeracional de afiliações.
A interação entre vinculação e separação-individuação encontrada ao longo da infância e adolescência continua na idade adulta: mais uma vez se constata que uma vinculação segura favorece a separação-individuação, separadas mas em interconexão, ascendem na espiral de dupla hélice do desenvolvimento humano.
A partir da puberdade, a hélice da separação-individuação vai ser predominante e direcionar-se para a consolidação de níveis mais complexos e radicais de autonomia. Os vínculos aos pais perdem a sua força tão atrativa, e a proteção e o controlo parental, aceites pacificamente até aí, são questionados e tornam-se fonte de conflitualidade entre pais e filhos, particularmente durante o segundo processo de individuação do adolescente.
O adolescente sente-se atravessado por forças que o puxam em sentido contrário: por um lado o desejo de ficar no espaço de proteção da família e de manter a sua vinculação aos pais e, por outro, o desejo de partir, de aumentar os comportamentos exploratórios fora da esfera e do controlo parental.
A principal tarefa de desenvolvimento na adolescência é a autonomia, intrinsecamente ligada ao processo de separação-individuação. A separação intrapsíquica e relacional (entre pais e adolescentes) organiza todas as outras mudanças de desenvolvimento: a remodelação interna da ligação aos pais, a consolidação da autonomia e da identidade.
No periodo de latência - entre os 6 e os 10 ano, aproximadamente - apesar de toda a autonomia cada vez mais conquistada, a familia e a necessidade de proteção não são posto em causa.
A família é então o contexto de vida mais importante e a dependência é valorizada positivamente.
Às grandes mudanças da primeira e segunda infância segue-se um período de acalmia no plano pulsional/afetivo e no plano das relações familiares.
A fase de ensaios - dos 9 aos 16 meses aproximadamente - a criança, devido à sua maior mobilidade, deseja conquistar o mundo físico à sua volta. A consciência de se saber um ser separado é simultaneamente dolorosa e necessária à criança como condição indispensável para a saída da concha fusional familiar.
Na fase seguinte do processo de separação-individuação, designada por fase de reaproximação, entre os 16 e os 24 meses de idade, o movimento em direção à individuação conhece um notável incremento, inicialmente num registo de ambivalência, uma vez que a criança alterna entre o desejo de desvinculação e o desejo de aproximação às figuras de vinculação. Mais tarde, a ambivalência diminui e o desejo de individuação estimula a criança a tornar-se cada vez mais autónoma.
Estas mudanças psíquicas estruturais preparam a criança para a resolução de questões relacionadas com o complexo de Édipo e para o desenvolvimento cognitivo, nomeadamente para o desenvolvimento de competências interpessoais (Selman, 1981): a capacidade de perceber que o Outro tem sentimentos e pensamentos separados e diferentes dos seus.
O sentimento de segurança e de confiança no Outro estimulam a criança a ter comportamentos de exploração do meio que a cerca, a afastar-se das figuras de vinculação e a iniciar o processo de separação-individuação. É também este sentimento que alicerça a autoestima e a autoconfiança, criando condições para a separação física dos pais, constituídos agora como «pais internos» que não desaparecem mesmo quando estão fisicamente ausentes.
O estabelecimento de ligações afetivas constitui a base primeira e fundamental para a separação-individuação e esta, por sua vez, estimula o sistema vinculativo.
Existe no bebé sistemas comportamentais inatos, Bowlby (1951) (mamar, agarrar, seguir, chorar, sorrir) que visam estabelecer o apego a figuras próximas e permanentes e que asseguram a sobrevivência do bebé, normalmente, a mãe biológica. Assim desta forma o bebe poderá vincular-se a figuras de proteção.
Se os pais respondem com sensibilidade às necessidades do bebé e providenciam um meio seguro à criança, ela progride na sua capacidade de explorar o meio ambiente de modo cada vez mais complexo e a maior distância, sabendo que ela pode sempre regressar para perto dos pais.
Iniciar processo que visa a sua individualização: Existência de capacidades preceptivas muito precoces de reconhecimento e de diferenciação do Outro que permite ao bebé iniciar um processo que visa a sua individuação.
As observações de Brazelton e colaboradores (1979; 1991, 1994) revelaram o papel que, desde o nascimento, o bebé assume no estabelecimento de relações com o objeto materno, mostrando competências muito precoces de discriminação e de diferenciação em relação ao que o rodeia. Imediatamente após o nascimento, o bebé em estado de «alerta» é capaz de focar a atenção e de diferenciar imagens, vozes e sons.
A vinculação inicia-se ainda durante o período de gestação, quando a mãe cria o primeiro vínculo ao seu bebé imaginário ainda antes do vínculo ao bebé real, após o nascimento deste.