Categorias: Todos - educação - escola - sociedade - democracia

por cleilson silva 5 anos atrás

1241

Escola e Democracia

Em muitos países da América Latina, na década de 1970, cerca de metade dos alunos enfrentavam condições de semianalfabetismo ou analfabetismo. As teorias crítico-reprodutivistas analisam a educação através de determinantes sociais, considerando que a qualidade do ensino era aprimorada para as elites enquanto o nível de ensino para as camadas populares era rebaixado, resultando em escolas experimentais de alto custo.

Escola e Democracia

Pedagogia do Oprimido

A concepção da educação como instrumento da opressão.

Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. Mediatizados pelos objetos cognoscíveis que, na prática “bancária”, são possuídos pelo educador que os descreve ou os deposita nos educandos passivos.
Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já, não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas.
Na verdade, como mais adiante discutiremos, a razão de ser da educação libertadora está no seu impulso inicial conciliador. Daí que tal forma de educação implique na superação da contradição educador- educandos, de tal maneira que se façam ambos, simultaneamente, educadores e educandos.
O educador se põe frente aos educandos como sua antinomia necessária. Reconhece, na absolutização da ignorância daqueles a razão de sua existência. Os educandos, alienados, por sua vez, à maneira do escravo na dialética hegeliana, reconhecem em sua ignorância a razão da existência do educador, mas não chegam, nem sequer ao modo do escravo naquela dialética, a descobrir-se educadores do educador.
O educador, que aliena a ignorância, se mantém em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processos de busca.

A situação concreta de opressão e oprimidos.

Sofrem uma dualidade que se instala na “interioridade” do seu ser. Descobrem que, não sendo livres, não chegam a ser autenticamente. Querem ser, mas temem ser. São eles e ao mesmo tempo são o outro introjetado neles, como consciência opressora. Sua luta se trava entre serem eles mesmos ou serem duplos. Entre expulsarem ou não ao opressor de “dentro” de si. Entre se desalienarem ou se manterem alienados. Entre seguirem prescrições ou terem opções. Entre serem espectadores ou atores. Entre atuarem ou terem a ilusão de que atuam, na atuação dos opressores. Entre dizerem a palavra ou não terem voz, castrados no seu poder de criar e recriar, no seu poder de transformar o mundo.
Os oprimidos, contudo, acomodados e adaptados, “imersos” na própria engrenagem da estrutura dominadora, temem a liberdade, enquanto não se sentem capazes de correr o risco de assumi-la. E a temem, também, na medida em que, lutar por ela, significa uma ameaça, não só aos que a usam para oprimir, como seus “proprietários” exclusivos, mas aos companheiros oprimidos, que se assustam com maiores repressões. Quando descobrem em si o anseio por libertar- se, percebem que este anseio somente se faz concretude na concretude de outros anseios.

A situação concreta de opressão e os opressores.

O ‘medo da liberdade” de que se fazem objeto os oprimidos, medo da liberdade que tanto pode conduzi-los a pretender ser opressores também, quanto mantê-los atados ao status de oprimidos, é outro aspecto que merece atenção.
A grande tarefa dos oprimidos é de forma humanista e histórica é libertar-se a si e os opressores. Estes que oprimem, exploram e violem em região de poder.

Justificativa da pedagogia do oprimido

Humanização e desumanização, dentro da história, num contexto real, concreto, objetivo, são possibilidades dos homens como seres inconclusos. Mas, se ambas são possibilidades, só a primeira nos parece ser o que achamos de vocação dos homens. Vocação negada! Mas também, afirmada na própria negação. Vocação negada na injustiça, na exploração, na opressão, na violência dos opressores. Mas afirmada no anseio de liberdade, de justiça, de luta dos oprimidos, pela recuperação de sua humanidade roubada.

Primeiras palavras

O radical, comprometido com a libertação dos homens, não se deixa prender em “círculos de segurança”. Ele não teme enfrentar, não teme ouvir, não teme o desvelamento do mundo e nem o diálogo com o povo.
Ao povo cabe dizer a palavra de comando no processo histórico-cultural. Se a direção racional de tal processo já é política, então conscientizar é politizar. E a cultura popular se traduz por política popular: não há cultura do povo, sem politica do povo.
O método Paulo freire coloca o alfabetizando em condições de poder re-existênciar criticando as palavras de seu mundo, para na oportunidade devida, saber usar sua palavra crítica.
A experiência dos “círculos de cultura” mostra que o alfabetizando, ao começar a escrever livremente, não copia palavras, mas sim, expressa seus juízos.
A codificação e a descodificação, permite que o alfabetizando saiba o significado das palavras geradoras de seu contexto socia-cultural existente.

Escola e Democracia

Teoria da escola dualista

A escola é um instrumento da luta de classes ideológicas do Estado burguês.
A escola é um aparelho ideológico da burguesia.
Escolarização primária - profissional.
Escolarização sencúdaria - superior.
Escola como unitária e unificadora.

Teoria da escola enquanto aparelho ideológico de Estado.

Profissionais da ideologia.
Agentes da repressão.
Agentes da exploração.
Saberes práticos.

Teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica

Educação como instrumento de superação da marginalidade.
Trabalho pedagógico.
Autoridade pedagógica.

As teorias crítico - reprodutivas

As escolas tinha nas origens uma função equalizadora.
Dependência da educação em relação à sociedade.

A pedagogia tecnicista

Aprender a fazer.
Trabalhador deve se adaptar ao processo de trabalho.
Inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade.

A pedagogia nova

Aprimorou a qualidade do ensino destinado às elites.
Rebaixou o nível de ensino destinados às camadas populares.
Escola Nova = escolas experimentais.
Tipo de escolas com custos elevados.
Movimento de reforma = Escolanovismo.
Mantem a crença no poder da escola e em sua função de equalização social.

Tópico principal

A escola surge para equacionar o problema da marginalidade.
A escola surge como um antidoto à ignorância.
Educação é direito de todos e dever do Estado.

Teorias crítico reprodutivista

Compreender a educação através de determinantes sociais.

Teorias Não-críticas

Educação como autônoma.

1970

50% dos alunos em condições de semianalfabetismo ou de analfabetismo na maioria dos países da America Latina.