A educação de pessoas com deficiência visual enfrenta desafios que vão além da exclusão social, sendo as práticas pedagógicas essenciais para o processo educacional. Historicamente, várias formas de alfabetos táteis foram utilizadas para ensinar leitura e escrita a essas pessoas, mas esses métodos eram primitivos e insuficientes para atender às necessidades práticas.
O Filme é fantástico. Percebo através das cenas de 1979 os relatos e expectativas que ainda se repetem em 2014. O tratamento familiar e os recursos oferecidos para o desenvolvido e da criança são primordiais para sua aprendizagem.
A educação de pessoas com deficiência visual não se encontra à margem do cenário de exclusão social. Contudo, as práticas pedagógicas são fatores fundamentais para a determinação e condução do processo educacional. Para que as pessoas com deficiência visual possam aprender a ler e escrever foram utilizadas diferentes formas concretas de alfabeto para que elas pudessem perceber tatilmente. Porém, se trata de um sistema primitivo, que não atendia às necessidades práticas de escrita e leitura. Precisa-se de inovações e recursos que possibilitem esta aprendizagem.
Considerando as diferentes necessidades pedagógicas de uma pessoa com deficiência visual, Reily (2004) enfatiza a não possibilidade de se adaptar um único material a todos os educandos com cegueira ou baixa visão. Para que ocorram as adaptações curriculares e pedagógicas, se faz necessário considerar em cada educando suas particularidades específicas e individuais. Diversos recursos encontram-se atrelados diretamente a um alto custo, ou acabam sendo recursos ainda inacessíveis a muitos alunos com deficiência.
Na Constituição Federal de 1988, é garantida a “educação como direito de todos” (art. 205) devendo ser ministrada com respeito aos seguintes princípios: i) “igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola”, ii) “liberdade de aprender” e “ensinar”. iii) “pluralismo de idéias e concepções pedagógicas” eiv) “garantia de padrão de qualidade” (art. 206), (BRASIL, 1999).
José Álvares de Azevedo
De acordo com o Instituto Benjamin Constant, mediante contato com o Dr. Xavier, José Álvares de Azevedo conseguiu realizar uma entrevista com D. Pedro II, na qual demonstrou que era possível a uma pessoa cega ler e escrever corretamente, apresentando, assim, a ideia da criação de uma escola, semelhante à de Paris, para pessoas cegas no Brasil. Embora José Álvares de Azevedo tivesse participado da organização da escola, que veio a ser inaugurada em 17 de setembro de 1854 com o nome de “Imperial Instituto dos Meninos Cegos”, no ato da inauguração seu idealizador não pôde estar presente, pois havia falecido seis meses antes de sua concretização.
Trata-se de um brasileiro nascido cego no ano de 1834 e que, aos 10 anos de idade, viajou para a França, a fim de estudar no Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris. Este jovem retorna ao Brasil em 1850 com o propósito de difundir o Sistema Braille e com o ideal de criar no Brasil uma escola semelhante à de Paris. (INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, 1995) José Álvares de Azevedo escreveu e publicou na imprensa artigos sobre a possibilidade de estudo para as pessoas cegas, e foi o primeiro professor cego e o pioneiro na introdução do sistema Braille no país.
A educação institucional às pessoas com deficiência inicia-se no Brasil no final do século XVIII e início do século XIX, tardiamente se comparada com o desenvolvimento educacional no país, onde, já em 1550, havia sido inaugurado o primeiro colégio jesuíta nacional. Em 1854, é criado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos para a educação de pessoas com deficiência visual; sua criação é influenciada por José Álvares de Azevedo, que estudara em Paris no Instituto dos Jovens Cegos.