por Sofia Silva 11 anos atrás
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Não se poderia apenas isolar uma parte do todo, mas as partes umas das outras; a dimensão econômica, por exemplo, está em inter-retroação permanente com todas as outras dimensões humanas; além disso, a economia carrega em si, de modo “hologrâmico”, necessidades, desejos e paixões humanas que ultrapassam os meros interesses econômicos.
É ao mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional.
Comporta as dimensões histórica, econômica, sociológica, religiosa...
Assim como cada ponto singular de um holograma contém a totalidade da informação do que representa, cada célula singular, cada indivíduo singular contém de maneira “hologrâmica” o todo do qual faz parte e que ao mesmo tempo faz parte dele.
“Sendo todas as coisas causadas e causadoras, ajudadas ou ajudantes, mediatas e imediatas, e sustentando-se todas por um elo natural e insensível que une as mais distantes e as mais diferentes, considero ser impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, tampouco conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes”.
(Pascal, 1976)
O todo tem qualidades ou propriedades que não são encontradas nas partes, se estas estiverem isoladas umas das outras, e certas qualidades ou propriedades das partes podem ser inibidas pelas restrições provenientes do todo.
É preciso efetivamente recompor o todo para conhecer as partes.
A complexidade é a união entre a unidade e a multiplicidade.
Os desenvolvimentos próprios da nossa era planetária confrontam-nos cada vez mais, e de forma cada vez mais inelutável com os desafios da complexidade.
O conhecimento das informação, ou dados, isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os dados no seu contexto para que adquiram sentido.
“A evolução cognitiva não caminha para o estabelecimento de conhecimentos cada vez mais abstratos, mas, ao contrário, para sua contextualização”.
"A contextualização é condição essencial da eficácia (do funcionamento cognitivo)”.
(Claude Bastien, 1992)
A educação deve promover a “inteligência geral” apta a referir-se ao complexo, ao contexto, de modo multidimensional e dentro da concepção global.
Na inadequação os aspectos em seguida tornam-se invisíveis. Contudo, para que o Conhecimento seja pertinente, a educação deve torná-los evidentes.
É a questão fundamental da educação, já que se refere à nossa aptidão para organizar o conhecimento e, assim, reconhecer e conhecer os problemas do mundo.
A falsa racionalidade está ligada a falsos conceitos. O homem destrói seu habitat simplesmente pelo fato de querer mais poder e progresso. Achando que isso ajuda a vida humana, o homem acaba por destruí-la, é o que chamamos de falsa racionalidade.
O principio de reducao leva naturalmente a restringir o complexo ao simples. Assim, aplicaca 'as complexidades vivas e humanas a logica mecanica e determinista da maquina artificial.
A inteligencia parcelada, compartimentada, mecanicista, disjuntiva e reducionista rompe o complexo do mundo em fragmentos disjuntos, fraciona os problemas, separa o que esta unido, torna unidimensional o multidimensional.
A hiperespecializacao impede tanto a percepcao do global (que ela fragmenta em parcelas), quanto do essencial (que ela dissolve).
Neste sentido, entenda-se por hiperespecializacao, a especializacao que se fecha sobre si mesma, sem permitir a sua integracao na problematica global ou na concepcao do conjunto do objecto do qual ela so considera um aspecto ou uma parte.
O conhecimento especializado e uma forma particular de abstracao.
A educação deve favorecer a aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral.
Somam-se grandes obstáculos que impedem o exercício do conhecimento pertinente no próprio seio dos nossos sistemas de ensino. Estes sistema provocam a disjunção entre as humanidades e as ciências, assim como, a separação das ciências em disciplinas hiperespecializadas, fechadas em si mesmas.
As mentes formadas pelas disciplinas perdem as sua aptidões naturais para contextualizar os saberes, do mesmo modo que para integra-los nos seus conjuntos naturais.
O enfraquecimento da percepçãp do global conduz ao enfraquecimento da responsabilidade.