por Campanini Orlando Rogério 5 anos atrás
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Países periféricos: separação entre os setores voltados para o mercado interno (com baixa renda), e o mercado externo, de alta rentabilidade econômica: desigualdade acentuada regional e de renda; formação de uma elite seleta de alto padrão de consumo → economia dual
O Processo de substituição de importações O ESTRANGULAMENTO EXTERNO NO BRASIL: De 1948 a 1952 a capacidade para importar deveu-se basicamente a um aumento das exportações; A partir de 1954 a capacidade para importar teve que ser compensada pela entrada de capitais, com aumento do endividamento externo.
A fase da industrialização substitutiva de importação de bens não-duráveis ocorre entre as décadas de dez e quarenta do século XX. A dificuldade de exportar criada pela explosão da guerra nos tradicionais centros de consumo dos agro-produtos brasileiros, traduzida numa incapacidade de importar dado a insuficiência de divisas, volta a demanda interna para a parca produção nacional então existente, impulsionando-a. A fase da industrialização substitutiva de importação de bens intermediários e de equipamentos ocorre entre as décadas de trinta e sessenta. No fundo, esta fase é um efeito da finalização da primeira e da demanda de infra-estrutura e equipamentos então criada. Nas quatro décadas que se processa o desenvolvimento dessa fase, aparecem as implementações da produção do aço, do cimento, da energia, e dos derivados de petróleo, seguidas dos ramos petroquímico, transportes e metal-mecânico. Simultaneamente, multiplicam-se e ramificam-se as vias de transporte, de telecomunicação e de transmissão de energia, integrando entre si as áreas do país e eliminando os resíduos que ainda restavam da fase do “arquipélago”
O modelo de acumulação de base têxtil-ferroviário-portuária leva a um modelo de agricultura centrada na produção de divisas de exportações, com as quais financiam-se as importações de equipamentos, e na produção de alimentos, com os quais determina-se a política salarial da indústria. O modelo de acumulação de base automobilística leva a um quadro de oferta de bens de equipamento e infra-estrutura de energia, telefonia e transportes rodoviários que expande os ramos de eletro-domésticos e automóveis e integra em seu dinamismo a totalidade dos ramos de indústria e serviços urbanos e um modelo de agricultura com o qual o campo experimenta um crescimento jamais visto.
O Estado é o elemento-chave da integração desse todo metabólico. Sob sua instância, forma-se a estrutura integrada dos ramos e serviços ao redor do ramo-base que retroage até à retaguarda agrícola no campo.
Ao longo de todo o período do modelo substitutivo, recobrindo sucessivamente suas quatro fases, por sua vez, o Estado intervém sob formas as mais variadas: aqui, via política de financiamento da industrialização pelo sistema de câmbio e ágio pagos pelas exportações agrícolas; acolá, via implantação da infra-estrutura de transportes, comunicações e energia. Em todo lugar, via resposta à demanda de insumos básicos à produção industrial, com a produção de aço, energia e derivados de petróleo pelas empresas estatais. Por meio de um sistema de taxas e tributos pagos por toda a sociedade, o Estado subsidia o fomento industrial O mecanismo é a política do planejamento, do Plano SALTE dos anos quarenta aos PNDs dos anos oitenta.
Países centrais: não havia uma separação entre o setor externo e interno. O sistema produtivo abastecia os dois segmentos;
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