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arabera Ana Flávia Ferreira Padovam 1 month ago

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Hemostasia

Hemostasia é um processo vital no corpo humano que impede a perda de sangue após uma lesão vascular e, eventualmente, restaura o fluxo sanguíneo normal. O processo envolve a formação de coágulos de fibrina, que atuam como tampões temporários e permanentes na área lesionada.

Hemostasia

Hemostasia

Hemostasia: Definição, Mecanismos da Coagulação e Regulação A hemostasia é o processo fisiológico pelo qual o corpo evita a perda de sangue em resposta a uma lesão vascular e, posteriormente, restaura o fluxo sanguíneo. Esse sistema complexo envolve a formação de coágulos, que selam o local da lesão, e mecanismos de controle que evitam a coagulação excessiva e a dissolvem quando o vaso está reparado. 1. Formação do Coágulo e a Rede de Fibrina O coágulo é uma estrutura de fibrina que se une às hemácias para bloquear a área danificada. No fluxo sanguíneo, as hemácias (glóbulos vermelhos) circulam no centro do vaso, enquanto os leucócitos estão mais na periferia, e as plaquetas -- fragmentos celulares originados na medula óssea e destruídos pelo baço -- se concentram nas margens. Em uma lesão, o colágeno exposto interage com o fator de coagulação von Willebrand (FvW), ligando-o ao subendotélio. Esse fator se conecta então ao receptor GP1b das plaquetas, ativando-as para aderir ao local da lesão. 2. Hemostasia Primária: Ativação e Agregação Plaquetária Na hemostasia primária, a ativação das plaquetas é essencial para formar um tampão inicial. Ao serem ativadas, as plaquetas desenvolvem ramificações e liberam grânulos que contêm substâncias como ADP e serotonina (grânulos densos) e fatores pró-coagulantes como FP4 e betaTG (grânulos alfa). O estresse de cisalhamento causado pela ruptura intensifica a adesão das plaquetas, que se unem por meio do receptor GP2b3a, formando um bloqueio temporário. 3. Hemostasia Secundária: Cascata de Coagulação Na hemostasia secundária, uma cascata de fatores de coagulação é ativada para consolidar o coágulo de fibrina. Esse processo segue duas vias principais: Via Extrínseca: Inicia-se pela ativação do fator tecidual (TF) quando ocorre uma lesão, que ativa o fator VII e, por meio do fator Va, o fator X, que então converte a pró-trombina (fator II) em trombina (IIa). A trombina ativa o fibrinogênio (fator I), gerando fibrina, que forma o coágulo. Via Intrínseca: Também é estimulada pelo fator tecidual. A pré-calicreína transforma-se em calicreína, ativando o fator XII, o que gera uma cadeia de reações nos fatores XI, IX e VIII até a trombina estabilizar o coágulo de fibrina, ativando o fator XIII, que entrelaça a fibrina, formando uma rede estável. 4. Ação e Regulação da Trombina A trombina é central no sistema de coagulação, ativando plaquetas, células endoteliais e o fator XIII, que estabiliza o coágulo. Ela também ativa os fatores V e VII, essenciais para a continuidade da cascata. A ação da trombina é regulada pela antitrombina, que inativa a trombina e outros fatores da cascata (XIIa, XIa, IXa e Xa), enquanto as proteínas C e S, em combinação com a trombomodulina, inativam os cofatores V e VIII, evitando a coagulação excessiva. 5. Fibrinólise: Degradação da Fibrina Após a formação do coágulo e a cicatrização do vaso, o sistema de fibrinólise é ativado para dissolver o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo. A plasmina, formada a partir do plasminogênio por ação de ativadores como o TPA (ativador tecidual do plasminogênio), decompõe a fibrina em fragmentos menores (X, Y, D e E) e dímeros D, que são indicadores de degradação do coágulo. 6. Regulação da Fibrinólise A fibrinólise é controlada por inibidores, que evitam uma degradação excessiva da fibrina. O PAI (inibidor do ativador do plasminogênio) limita a ativação do plasminogênio, e a alfa2-antiplasmina forma um complexo com a plasmina, restringindo sua ação ao local do coágulo. Esse controle evita a dissolução inadequada do coágulo e possíveis sangramentos.

Células endoteliais

Função pró-trombótica
PAI (inibe fibrinólise)
Fator tecidual (inibe o fator VII)
Fator V
Fator von Willebrand (carreia o fator VIII)
Função antitrombótica
Trombomodulina (ativa proteína C)
ADPase (quebra ADP-agregante)
Heparinóides, AT (inativam fatores)

Trombina

Regulação
Antitrombina

Inibe a trombina e outros fatores da cascata (como XIIa, XIa, IXa e Xa), prevenindo a propagação da coagulação além do local da lesão

Proteínas C e S

Na presença da trombomodulina, essas proteínas inativam os cofatores V e VIII, evitando a formação de trombina excessiva e garantindo que a coagulação permaneça controlada

Ação
Exibe atividades procoagulantes convertendo o fibrinogênio em fibrina, promovendo ativação plaquetária e ativando o fator XIII da coagulação, que por sua vez estabiliza o coágulo de fibrina

Plaquetas

A trombopoetina (TPO) é o principal regulador da produção de plaquetas e 95% é produzida pelo fígado
As plaquetas são libertadas através do endotélio dos nichos vasculares da medula onde os megacariócitos resi- dem. O intervalo entre a diferenciação da célula-tronco humana e a produção de plaquetas é de 10 dias, em média
As plaquetas formam-se pela fragmentação das extremidades das extensões do citoplasma do megacariócito, cada megacariócito dando origem a 1.000 a 5.000 plaquetas

Fibrinólise

Regulada por inibidores como PAI e alfa2-antiplasmina
A alfa2-antiplasmina, forma o complexo plasmina-antiplasmina, que age na plasmina para que ela não continue quebrando fibrina
PAI impede a ativação excessiva do plasminogênio
Lise do coágulo
Ativação da fibrinólise
Desencadeada pela liberação de ativador tecidual do plasminogênio (TPA)

Hemostasia Secundária: Cascata de Coagulação

Via Comum
Fatores: I (fibrinogênio), II e V
Via Intrínseca
Fatores: VIII, IX, XI e XII

Iniciada pela ativação do fator tecidual, assim como a Via Extrínseca

Acontece simultânea a Via E.xtrínseca

Via Extrínseca
Fatores: VII e X

Iniciada pela ativação do fator tecidual

Hemostasia Primária

Testes de avaliação da hemostasia primária
Agregação plaquetária
Adesão plaquetária
Contagem de plaquetas
Tempo de sangramento
Agregação plaquetária
Ligação cruzada das plaquetas por meio de receptores ativos de GPIIb/IIIa com pontes de fibrinogênio
Adesão plaquetária
Fator von Willebrand (FvW)

Envolvido na adesão dependente das condições de fluxo das plaquetas à parede vascular e na adesão a outras plaquetas (agregação). Ele também transporta o fator VIII da coagulação

Vasoconstricção, secreção endotelial (↓ fluxo sanguíneo)

Definição

Processo fisiológico pelo qual o organismo impede a perda de sangue em resposta a uma lesão vascular, restaurando posteriormente o fluxo sanguíneo
Esse processo complexo é essencial para a manutenção da integridade vascular e para prevenir sangramentos excessivos e perigosos